Dispositivos inteligentes melhoram a vida de PWDs, mas ainda são caros

Com a melhora gradativa na qualidade das conexões de internet e a evolução dos componentes técnicos da eletrônica, os dispositivos de automação ganharam cada vez mais popularidade. No Brasil em particular, equipamentos para transformar casas tradicionais nas chamadas “casas inteligentes” estão se tornando cada vez mais procurados.

De acordo com a pesquisa IDC Predictions Brasil 2022, o setor de TI deve crescer 10,6%, impulsionado principalmente pelo segmento de dispositivos, incluindo dispositivos domésticos inteligentes (equipamentos de automação residencial).

  • A acessibilidade em celulares e jogos atende às necessidades dos PCDs?

No catálogo à disposição dos brasileiros estão aparelhos como câmeras, lâmpadas, tomadas, controles universais, fitas de LED, travas, alto-falantes, interruptores e até eletrodomésticos como geladeiras, aspiradores de pó e máquinas de lavar.

Casa inteligente

Causas da popularização de dispositivos inteligentes

José Ricardo Tobias, responsável pela Positivo Casa Inteligente, braço da Positivo Tecnologia com soluções baseadas na Internet das Coisas (IoT) para residências e escritórios conectados, conta ao Blog do Plástico de Engenharia que, em geral, o mercado de dispositivos inteligentes continua crescendo no Brasil porque o cenário local ainda não é tão consolidado quanto Europa e Estados Unidos, por exemplo.

Ele aponta que Além do Brasil “começar tarde na corrida”, os consumidores também perceberam valor nas soluções.

“Quando se fala em Internet das Coisas, muitas vezes é um conceito abstrato. À medida que as pessoas começaram a comprar dispositivos de segurança como câmeras inteligentes e lâmpadas inteligentes, ficou claro na imaginação como essas soluções podem ajudar de forma prática”, disse.

Positivo

Tobias comenta que Positivo Casa Inteligente tem uma base instalada de 600.000 usuários de dispositivos inteligentes e que, em geral, a base de brasileiros que utilizam produtos IoT ainda tem muito a crescer, como indicam pesquisas.

Desenvolvimento de dispositivos para PCDs

Se todas essas soluções inteligentes facilitam a vida de todos, acabaram se tornando quase essenciais para as Pessoas com Deficiência (PCD). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 45 milhões de PCDs no país, que podem encontrar formas de facilitar o dia a dia em dispositivos inteligentes.

O representante da Positivo Tecnologia explica que antes de desenvolver um novo dispositivo, as equipes da empresa brasileira realizam avaliações de negócios, pesquisas qualitativas e quantitativas, verificações de tendências, testes de usuários beta e cativos e muito mais.

Ele diz que na base geral de usuários, que é consultada sobre novos lançamentos, há pessoas de diferentes demografias, incluindo PCDs. Apesar de admitir que a empresa não pensa em soluções voltadas especificamente para pessoas com deficiência, ele ressalta que atender esse público faz parte da missão da empresa.

Positivo

“Temos alguns pilares, entre eles a democratização. Com base nesse conceito, entendemos que o produto precisa ser acessível, tanto em termos de economia quanto de uso prático; fácil instalação, alta qualidade e disponibilidade”, afirma Tobias.

O executivo diz ainda que há um plano de estruturar um pouco mais a parte de testes dos produtos, que deve incluir PCDs para opinar sobre os lançamentos. Apesar da intenção de incluir ainda mais pessoas com deficiência no processo, o representante da Positivo defende que os aparelhos da marca brasileira continuarão atingindo o maior público possível.

“A grande escala é importante para que possamos entregar um valor justo ao bolso dos brasileiros. Produzindo dessa forma, conseguimos agregar valor a diversos públicos diferentes, oferecendo muitos produtos de alta tecnologia por menos de 100 reais, por exemplo”.

Facilidade para o dia a dia

Dani Amaral é produtora de conteúdo, influenciadora e palestrante e possui mais de 430 mil inscritos no YouTube, além de cerca de 160 mil seguidores no Instagram. A jovem, que perdeu os dois braços em um acidente quando era criança, conta ao Blog do Plástico de Engenharia que usa lâmpadas inteligentes em sua casa e que automatizou a TV.

Ela conta que não teve dificuldades em usar os equipamentos antes da popularização da IoT, pois acabou se adaptando aos produtos, mas que o atual cenário tecnológico certamente facilita a vida dos PCDs.

“Poder controlar tudo pelo celular traz mais praticidade e agilidade no dia a dia. Além de ficar mais fácil, fica mais rápido para realizar as tarefas”, ele responde sobre os benefícios do uso de dispositivos inteligentes.

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Por outro lado, Dani diz que sente falta do recurso de ativação por voz. O produtor de conteúdo também diz que os dispositivos são, em sua maioria, caros, o que dificulta muito o acesso das PWDs. A jovem ainda insiste em ressaltar que apesar dos avanços, o cenário para as pessoas com deficiência ainda é complicado.

“A dificuldade dos PCDs está mais nas pessoas do que nas coisas”.

“A dificuldade dos PCDs está mais nas pessoas do que nas coisas. Falta um olhar mais empático para com as pessoas com deficiência. Vendo-os como seres humanos capazes, que têm o direito de acessar tudo para alcançar uma vida mais plena”, conclui Dani.

Última atualização em 18 de agosto de 2022

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