Artigo por Marcos Vinholes, consultor técnico na empresa Valori Treinamento e Consultoria mostra como é importante conhecer e entender sobre os produtos feitos de plástico
Tenho o costume de “pensar em voz alta”. Junto com isso, a mania de tentar identificar de que material as coisas são feitas, como as feitas de plástico. Normal, afinal, sou engenheiro de materiais e essa curiosidade foi um dos motivos que me fez ter essa formação.
Eu tinha pouco tempo de formado e estava numa mesa de lanchonete com minha família, onde tinha um saleiro bem colorido e bonito que me chamou a atenção.
Peguei o saleiro, olhei, olhei e espontaneamente saiu um “do que isso é feito?”. A resposta da minha irmã foi rápida, mas espontânea e acompanhada de um certo olhar de censura: “isso é feito de plástico!”.
Essa cena me marcou. Todavia, pouco tempo depois, já trabalhava na área de assistência técnica há uns bons anos e comecei a dar aulas em um curso técnico de plásticos.
Sempre observei que, por mais experientes que alguns “plastiqueiros” fossem, alguns tratavam os plásticos com o mesmo olhar simplista da minha irmã de que “plástico é tudo igual”.
Acho que muitas vezes isso justificava uma certa teimosia comum em diversas empresas em não seguir os parâmetros recomendados pelo fornecedor para se processar um certo material. E muitas vezes o preço pago por esta “teimosia”, afinal, plástico é tudo igual.
A importância de conhecer os diferentes tipos de plásticos
Hoje, tendo percorrido mais de 25 anos nesta estrada, exercendo funções nas mais diversas áreas, incluindo ensino e nos últimos anos consultoria, vejo que por mais que se tenha acesso à informação, a área de plásticos continua carente no que tange às matérias-primas (chamo matérias-primas a área que trata de resinas e aditivos) e como consequência disso, vejo muitas falhas na especificação de materiais para certas aplicações.
É comum encontrar casos em que o material está superdimensionado. Costumo brincar e dizer que é como se colocar um banco de couro em um carro muito velho.
Claro que também há aplicações onde o material está sub dimensionado, está “faltando propriedades para o material”.
Mas nesse caso, mais cedo ou mais tarde a gente acaba descobrindo nos testes de qualidade ou em campo, que há um problema com o material e “subimos a barra”, por assim dizer.
O caso do material superdimensionado é, na minha opinião, mais cruel. Isso porque acabamos usando um material desnecessariamente mais nobre e consequentemente mais caro, reduzindo a margem de lucro ou mesmo inviabilizando um produto ou projeto.
Portanto, isso ocorre muitas vezes pela falta de conhecimento das opções de materiais disponíveis, ou mesmo de aditivos que poderiam “turbinar” um material, adequando-o para uma certa aplicação.
O produto de plástico mais otimizado
Outro ponto que acho importante destacar, é que neste mercado os fornecedores de resinas costumeiramente tem profissionais altamente gabaritados e competentes. Afinal, estes profissionais oferecem seu suporte técnico no desenvolvimento de novas aplicações e peças.
Porém, sempre tentam puxar a brasa para a sua sardinha, especificando o seu material, que não necessariamente é o mais indicado para a aplicação em questão.
Neste aspecto, entender e conhecer os mais diferentes plásticos e suas características torna-se extremamente necessário. Para dessa forma, fazer o seu produto nascer com o material mais otimizado possível em todos os aspectos (técnico e econômico).
É neste cenário que aceitei a incumbência de escrever uma coluna neste portal.
Vou tentar compartilhar, da forma mais isenta possível, a minha experiência. Espero ser útil e contribuir para que mais coisas sejam feitas em plástico.
*Artigo por Marcos Vinholes, consultor técnico na empresa Valori Treinamento e Consultoria.
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Última atualização em 2 de agosto de 2022