Compression set: o teste crucial para elastômeros, vedação e durabilidade

Compression set: entenda o ensaio, fatores que influenciam resultados e como escolher elastômeros com melhor vedação, amortecimento e vida útil.
Compression set: o teste crucial para elastômeros, vedação e durabilidade
Compression set: o teste crucial para elastômeros, vedação e durabilidade

Compression set é a deformação permanente de elastômeros após compressão; mede-se pela recuperação de espessura segundo ASTM D395/ISO 815. Índices baixos preservam vedação e rigidez de coxins. Para reduzir, selecione o elastômero adequado (EPDM, HNBR, FKM), use cura correta e pós-cura, defina squeeze e tolerâncias, e valide nas condições reais.

Compression set pode parecer detalhe, mas é ele que separa uma vedação durável daquela que “achata” cedo demais. Quer entender, sem rodeio, como medir, comparar materiais e evitar retrabalhos? Vem comigo…

O que é compression set e como ele é medido

Compression set é a deformação permanente de um elastômero após ser comprimido. Ele mostra o quanto a borracha não volta ao tamanho original.

Em palavras simples: menor percentual é melhor. Isso indica maior recuperação e melhor vedação ao longo do tempo.

Como é medido

  • Corte o corpo de prova. Anote a espessura inicial (t0).
  • Comprima com um espaçador até uma deformação fixa, como 25% (ts).
  • Mantenha o conjunto em temperatura e tempo definidos.
  • Descomprima. Aguarde a recuperação por alguns minutos.
  • Meça a nova espessura (t1).

O cálculo mais comum é simples: CS% = (t0 − t1) / (t0 − ts) × 100. Quanto menor o valor, melhor.

Normas comuns

  • ASTM D395: ensaio em compressão estática. Método A (carga). Método B (deflexão constante).
  • ISO 815: procedimentos para compressão estática, incluindo baixas temperaturas.
  • ASTM D1414: métodos específicos para O-rings.

Condições típicas

  • 70 °C por 22 h para borrachas gerais.
  • Temperaturas maiores para materiais de alta temperatura, como FKM.
  • Período de recuperação após soltar, conforme a norma.

Exemplo rápido

Considere t0 = 10,0 mm, ts = 7,5 mm e t1 = 9,3 mm. Então:

CS% = (10,0 − 9,3) / (10,0 − 7,5) × 100 = 28%. Esse número indica boa recuperação para muitas aplicações.

O que observar nos resultados

  • Menor compression set ajuda a manter a vedação firme por mais tempo.
  • Considere temperatura de uso e tempo em compressão do seu projeto.
  • A formulação do elastômero e o processo de cura afetam muito o índice.

Use o compression set junto de outras propriedades, como dureza e resistência térmica. Assim, a escolha do elastômero fica mais segura e confiável.

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Por que essa propriedade define a vida útil de vedações e coxins

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O compression set mostra a deformação permanente após compressão. Ele dita a força residual e a estabilidade do elastômero.

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Quando o índice aumenta, a vedação perde aperto. Coxins cedem e mudam a rigidez.

Impacto em vedações

  • Vedação depende do squeeze (aperto) para bloquear fluidos e gases.
  • Com alto compression set, o aperto cai. Surgem microvazamentos sob baixa pressão.
  • O anel “achata” e não recupera a altura. A força de selagem desce.
  • Ciclos térmicos aceleram a perda de força. O vazamento aparece primeiro a frio.
  • Em flanges, pede reaperto de parafusos. O torque “morre” mais rápido.
  • Em O-rings, cresce o risco de extrusão e desgaste na borda.

Impacto em coxins

  • Coxins suportam carga e isolam vibração. Precisam de pré-carga estável.
  • Com set elevado, o coxim abaixa. O curso útil encurta e há batente precoce.
  • A frequência natural muda. Sobe vibração e ruído em certas rotações.
  • Em motor e escapamento, a torção aumenta. Aparecem toques metálicos.
  • O conforto cai em pisos ruins. O isolamento de alta frequência piora.

Relação com relaxação e fluência

  • Relaxação de tensão: a força cai sob deformação constante.
  • Fluência (creep): a deformação cresce sob carga constante.
  • Compression set alto anda junto com esses efeitos. A peça perde função.

Sinais práticos de falha

  • Vedação “colada” e plana ao remover. Bordas rachadas ou brilhantes.
  • Vazamento intermitente após paradas longas. Mancha de óleo ao amanhecer.
  • Coxim inclinado ou mais baixo. Vibração nova em marcha lenta.
  • Necessidade de reaperto frequente. Ruído e chiado após aquecimento.

Fatores que aceleram o set

  • Temperatura alta e tempo em compressão prolongado.
  • Fluidos agressivos, como combustíveis e solventes.
  • Deformação inicial muito alta para o material.
  • Cura insuficiente e ausência de pós-cura quando necessária.

Como reduzir o risco

  • Escolha o elastômero certo: FKM, HNBR, EPDM, VMQ, conforme o meio.
  • Prefira cura por peróxido quando aplicável. Faça post-cure em peças críticas.
  • Defina squeeze correto e folgas adequadas. Use backup rings quando preciso.
  • Controle processo: temperatura, tempo de cura e armazenamento.
  • Teste nas condições reais: temperatura, fluido e tempo de serviço.
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Como funciona o ensaio: normas, etapas e cálculo do índice

O ensaio de compression set mede a recuperação após compressão controlada. Ele verifica quanto fica de deformação permanente.

Normas principais

  • ASTM D395: Método A (carga constante) e Método B (deflexão constante).
  • ISO 815-1: deflexão constante, em várias temperaturas e tempos.
  • ISO 815-2: carga constante, incluindo avaliações em baixa temperatura.
  • ASTM D1414: procedimentos específicos para O-rings e geometrias próprias.

Equipamentos e amostras

  • Corpos de prova cilíndricos ou O-rings, conforme a norma.
  • Dispositivo de compressão com placas paralelas e espaçadores calibrados.
  • Estufa ou câmara térmica com controle preciso de temperatura.
  • Paquímetro ou micrômetro com resolução de 0,01 mm.

Etapas do ensaio

  1. Meça a espessura inicial do corpo de prova (t0).
  2. Monte o conjunto com espaçador para obter a deformação desejada.
  3. Comprima a peça e leve à estufa na temperatura definida.
  4. Mantenha pelo tempo especificado pela norma ou projeto.
  5. Retire, descomprima e deixe recuperar no tempo indicado.
  6. Meça a espessura após recuperação (t1).

Cálculo do índice

Deflexão constante (ASTM D395 B / ISO 815-1):

CS% = (t0 − t1) / (t0 − ts) × 100

t0: espessura inicial; ts: espessura sob espaçador; t1: espessura após recuperação.

Carga constante (ASTM D395 A / ISO 815-2):

CS% = (t0 − t1) / t0 × 100

t0: espessura inicial; t1: espessura após recuperação sob carga controlada.

  • 70 °C por 22 h para materiais de uso geral.
  • Temperaturas maiores para FKM, HNBR e silicones de alta temperatura.
  • Ensaios a frio para serviço em baixa temperatura, conforme ISO 815-2.
  • Tempo de recuperação padrão, geralmente 30 min em ambiente.

Interpretação e registro

  • Valores menores indicam melhor retenção da força de vedação.
  • Relate método, temperatura, tempo, deformação e tipo de amostra.
  • Inclua dureza, sistema de cura e meio químico do teste.

Boas práticas

  • Garanta placas paralelas e espaçadores limpos e calibrados.
  • Evite torques laterais ao montar o conjunto de compressão.
  • Não toque a amostra quente com as mãos. Aguarde o resfriamento.
  • Meça sempre no mesmo ponto. Zere o paquímetro antes.

Erros comuns

  • Tempo de recuperação errado, que distorce o compression set.
  • Temperatura fora do alvo por falta de calibração.
  • Espessura inicial medida com baixa precisão ou peças irregulares.

Fatores que impactam o resultado: material, formulação e processo

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Vários fatores mudam o compression set de um elastômero. Eles vêm do material, da formulação e do processo.

Material do elastômero

  • EPDM vai bem com calor, vapor e água. Tende a set mais baixo.
  • NBR resiste a óleos. Pode subir o set com alta temperatura.
  • HNBR suporta óleo e calor. Mantém set baixo com boa cura.
  • FKM aguenta altas temperaturas e combustíveis. Ótimo controle do set.
  • VMQ (silicone) tem boa recuperação em frio. Exige pós-cura para desempenho.
  • NR/SBR são econômicos. Podem reverter em calor e aumentar o set.

Sistema de cura e pós-cura

  • Enxofre dá boa elasticidade. Pode sofrer reversão em calor elevado.
  • Peróxido gera ligações estáveis. Ajuda a reduzir o compression set.
  • Pós-cura remove voláteis e completa a rede. Set fica mais estável.
  • Subcura deixa poucas ligações cruzadas. A deformação permanente cresce rápido.
  • Supercura deixa a borracha quebradiça. Recupera pouco após compressão.

Cargas, plastificantes e aditivos

  • Negro de fumo com alta área melhora módulo. Pode baixar o set.
  • Silica com silano aumenta resistência térmica. Ajuda na recuperação.
  • Óleos em excesso amaciam e migram. O set costuma subir.
  • Resinas e processantes afinam a mistura. Ajuste para não piorar o set.
  • Antioxidantes protegem contra envelhecimento. Mantêm a vedação por mais tempo.

Processo de mistura e moldagem

  • Boa dispersão evita pontos fracos. O set fica mais uniforme.
  • Controle de tempo, temperatura e pressão de cura é crítico.
  • Temperatura do molde instável gera variação de rede. O índice oscila.
  • Desmoldagem precoce deforma a peça quente. A recuperação piora.
  • Armazenamento da mistura afeta scorch. Repetibilidade cai no lote.

Geometria e tolerâncias

  • Peças finas esfriam rápido e curam melhor. Podem ter set menor.
  • Seções grossas pedem mais tempo de cura. Evite núcleo subcurado.
  • Acabamento da superfície influi no atrito e no aperto inicial.
  • Folgas do alojamento mudam o squeeze. Impactam vedação e coxins.

Condições de ensaio e uso

  • Temperatura alta e tempo longo elevam o compression set.
  • Combustíveis, óleos e solventes incham a borracha. A recuperação cai.
  • Deformação inicial muito alta acelera danos. Ajuste o squeeze.
  • Ciclos térmicos e relaxação reduzem a força residual de vedação.
  • Pré-condicionamento e tempo de recuperação mudam o resultado medido.

Faça a seleção pensando no meio químico, na temperatura e no ciclo de carga. Assim, vedações e coxins mantêm desempenho previsível.

Comparativos por material e exemplos por setor (automotivo, industrial, eletro)

Comparar materiais ajuda a prever compression set e a vida útil das peças.

A escolha muda com temperatura, fluido, carga e tempo em compressão.

Comparativo por material

  • EPDM: bom em água, vapor e glicóis, com baixo set em calor moderado.
  • NBR: ótimo com óleos minerais, porém o set pode subir em alta temperatura.
  • HNBR: resiste a calor e óleo, mantendo set baixo com cura bem controlada.
  • FKM: excelente em combustíveis e alta temperatura, com set geralmente baixo e estável.
  • VMQ (silicone): ótimo em frio e aplicações alimentícias, exige pós-cura para reduzir o set.
  • CR (neoprene): equilíbrio geral interessante, com set mediano e boa resistência ao clima.
  • PU (poliuretano): alta resistência mecânica e desgaste, porém o set cresce sob calor constante.

Exemplos no setor automotivo

  • O-rings de motor: HNBR ou FKM para óleo quente e combustíveis, mantendo set baixo no motor.
  • Coxins de motor: NBR, NR ou PU em coxins, conforme carga, vibração e conforto exigidos.
  • Sistema de arrefecimento: EPDM em mangueiras e anéis, para água e glicóis, com baixo set.
  • Ar-condicionado: HNBR em O-rings do ar-condicionado, com bom set e baixa permeação.

Exemplos no setor industrial

  • Hidráulica: NBR para sistemas hidráulicos com óleo; use FKM quando a temperatura subir.
  • Bombas e flanges: EPDM em água tratada e vapor leve; FKM em solventes e químicos agressivos.
  • Alimentos e fármacos: VMQ ou EPDM curado com peróxido, buscando baixo set e conformidade sanitária.
  • Mineração: PU em vedações sujeitas à abrasão, com set controlado e alta resistência.

Exemplos no setor eletro

  • Vedação de máquina de lavar: EPDM em vedação de máquina de lavar, para água quente e detergentes.
  • Forno e cooktop: VMQ em forno e cooktop, suporta calor e mantém recuperação aceitável.
  • Cafeteiras e dispensers: VMQ grau alimentício em cafeteiras; pós-cura reduz odores e o set.
  • Compressores pequenos: NBR em compressores pequenos com óleo; migre para HNBR se o set subir.

O que observar nos comparativos

  • Temperatura de serviço e tempo em compressão contínua.
  • Compatibilidade química do elastômero com o fluido.
  • Dureza e squeeze do projeto, que afetam o compression set.
  • Tipo de cura e necessidade de pós-cura para estabilidade.

Boas práticas para reduzir falhas e escolher o elastômero certo

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Seleção do elastômero

  • Mapeie fluido, temperatura, pressão e tempo em compressão no seu projeto.
  • Combine material com o meio: EPDM para água e glicóis; NBR para óleos.
  • Use HNBR em óleo quente e calor; FKM em combustíveis e alta temperatura.
  • Prefira cura por peróxido para menor compression set; faça pós-cura quando necessário.
  • Ajuste a dureza Shore A ao squeeze (aperto) e à folga do alojamento.

Projeto e instalação

  • Defina squeeze conforme norma do anel. Evite compressão excessiva e canto vivo.
  • Use backup rings (anéis de suporte) para reduzir extrusão em alta pressão.
  • Garanta acabamento adequado da superfície e tolerâncias consistentes no alojamento.
  • Aplique lubrificante compatível para montar sem torção e sem danos.
  • Aperte parafusos com torque e sequência controlados. Reaperte após ciclos térmicos.

Processo e qualidade

  • Controle mistura, tempo e temperatura de cura. Registre tudo com cartas de controle.
  • Mantenha o molde estável em temperatura. Evite zonas frias que geram subcura.
  • Não desmolde quente demais. Deixe a peça estabilizar antes de medir.
  • Armazene borrachas entre 15–25 °C, longe de ozônio e luz direta.
  • Rastreie lotes e validade. Troque compostos vencidos para manter repetibilidade.

Ensaio e validação

  • Teste compression set nas condições de uso, conforme ASTM D395 ou ISO 815.
  • Avalie relaxação de tensão e creep para entender perda de força.
  • Faça imersão em fluidos reais e reavalie set, dureza e volume.
  • Defina critérios de aceitação por aplicação. Registre método, tempo e temperatura.
  • Compare fornecedores com o mesmo protocolo. Evite mudar vários parâmetros juntos.

Manutenção e operação

  • Não deixe juntas paradas sob alta temperatura por longos períodos.
  • Troque vedações a cada desmontagem. Lubrifique com graxa compatível ao fluido.
  • Inspecione coxins por abatimento e rachaduras. Troque aos primeiros sinais.
  • Planeje reapertos programados em flanges críticos após comissionamento.
  • Monitore vibração, vazamentos e ruídos. Pequenas mudanças indicam aumento do set.

Checklist rápido

  • Material certo para fluido e temperatura, com baixo compression set.
  • Squeeze correto, folgas adequadas e anéis de suporte quando preciso.
  • Cura controlada e pós-cura aplicada em peças críticas.
  • Teste nas condições reais e critérios claros de aceitação.
  • Rotina de inspeção, reaperto e troca preventiva bem definida.

Conclusão

Compression set não é detalhe. Ele define a vedação, a rigidez dos coxins e a vida útil das peças.

Para reduzir falhas, combine material certo com o meio e a temperatura. Ajuste o squeeze, as folgas e use anéis de suporte quando preciso.

Controle mistura, cura e pós-cura. Teste nas condições reais, seguindo ASTM D395 ou ISO 815, e registre método, tempo e temperatura.

Compare fornecedores com o mesmo protocolo e use um checklist simples. Assim, você corta retrabalho, evita vazamentos e prolonga a vida do sistema.

FAQ — Compression set, vedações e coxins

O que é compression set e por que ele importa?

É a deformação permanente após compressão. Se for alto, a vedação perde força e pode vazar. Em coxins, causa abatimento e mais vibração.

Como medir o compression set de forma correta?

Use ASTM D395 ou ISO 815. Comprima a amostra, aqueça por tempo definido e meça após a recuperação. Registre método, temperatura e tempos.

Qual elastômero costuma ter menor set em alta temperatura?

FKM e HNBR vão bem com calor e óleo. VMQ precisa de pós-cura. Para água e glicóis, EPDM funciona em calor moderado.

Como reduzir vazamentos causados por compression set?

Escolha material compatível e com baixo set. Ajuste o squeeze, use backup rings e torque correto. Teste nas condições reais.

Compression set é igual a relaxação de tensão?

Não. Compression set é quanto a peça não volta ao tamanho. Relaxação é a perda de força ao longo do tempo, mesmo sem mudar a deformação.

Quando trocar vedações e coxins na prática?

Troque vedações a cada desmontagem ou ao primeiro sinal de vazamento. Substitua coxins com abatimento, rachaduras ou aumento de vibração. Siga o manual do equipamento.

Última atualização em 12 de dezembro de 2025

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