Contagem regressiva para o Mapa impulsionar exportações de frango com equilíbrio entre cautela e avanço estratégico

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“Agora virou a curva”: entre cautela e comemoração, Mapa inicia contagem regressiva nas exportações de frango

No último mês de maio, o Brasil enfrentou um desafio significativo em seu principal setor exportador de proteína animal: a carne de frango. Detectado o primeiro foco de influenza aviária em um plantel comercial no dia 15, o impacto imediato foi a suspensão ou restrição das compras por cerca de 30 dos 160 países importadores. Essa crise colocou à prova a capacidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de gerenciar sanidade, oferecer transparência e negociar com parceiros internacionais. Já passados 11 dias do episódio, a secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa sinaliza que “agora virou a curva” e inicia oficialmente a contagem regressiva para a retomada das exportações em sua plenitude.

Entretanto, essa retomada está longe de uma simples reabertura automática do mercado. A cautela permeia as ações do governo e da cadeia produtiva, especialmente diante da necessidade de garantir 28 dias livres de novos focos para a autodeclaração oficial de livre influenza aviária de alta patogenicidade, prevista para 19 de junho. Neste cenário, o equilíbrio entre a comemoração pela reação rápida e controlada do setor e a prudência frente ao cenário comercial confere um tom de otimismo moderado que permeia as medidas do Mapa e seus interlocutores internacionais.

Contexto da crise da influenza aviária no Brasil e medidas adotadas

A identificação do foco de influenza aviária em Montenegro, Rio Grande do Sul, foi o gatilho para um conjunto ágil de ações sanitárias, bloqueios e desinfecção das áreas afetadas. Diferentemente de surtos anteriores, o manejo envolveu protocolos de regionalização que procuraram reduzir ao máximo o impacto global, limitando as restrições a áreas específicas, enquanto o restante do país continuou habilitado para exportação. Esse método, testado e aprimorado na última década, mostram sua eficiência justamente no momento em que o Brasil depende da confiança de mais de 160 países compradores.

O Mapa, junto à Secretaria de Defesa Agropecuária e autoridades estaduais, coordenou uma operação de bloqueio rigorosa, acompanhada de ampla comunicação transparente ao mercado internacional. Essa combinação de medidas técnicas e diplomáticas foi decisiva para manter grande parte dos mercados abertos e iniciar a contagem dos 28 dias que, ao término, permitirá ao Brasil declarar-se novamente livre da doença, facilitando a reversão de restrições comerciais.

A dinâmica das exportações e o impacto das restrições comerciais

O Brasil é líder mundial na exportação de carne de frango, com mais de 5,3 milhões de toneladas comercializadas no ano anterior e crescimento anual estimado em 9% para 2025. O impacto das restrições recentes, embora significante, afeta entre 90 mil e 100 mil toneladas — um volume considerável, porém gerenciável dentro do fluxo global de demanda estabelecido. O segredo para a resistência do setor está na possibilidade de redirecionamento das cargas para outros mercados ou na estocagem, esperando a flexibilização dos embargo para novos envios.

Essa flexibilidade é facilitada pelas regras internacionais e protocolos do Mapa, que preveem habilitações regionais e ajustes rápidos. Exemplos práticos são os países que adotaram regionalizações, onde apenas as zonas próximas ao foco são temporariamente bloqueadas, preservando o comércio nas demais regiões, como o Japão fez ao limitar-se à área de Montenegro.

Negociações e flexibilizações no cenário internacional

Dos principais países compradores, a União Europeia, China e México adotaram inicialmente uma postura mais conservadora, fechando completamente as compras brasileiras. Ainda assim, o Mapa mantém diálogo ativo para reavaliação dessas medidas e possibilitar flexibilizações. A diplomacia agrícola se revela essencial nesse momento delicado, com pedidos formais e envio de informações detalhadas que evidenciam a transparência das ações brasileiras.

Por outro lado, há mercados que já adotam flexibilizações regionais, como Emirados Árabes e Arábia Saudita, demonstrando confiança nos protocolos brasileiros. Essa balança entre bloqueios totais e regionais marca a estratégia atual de gerenciamento da crise, que busca preservar o máximo possível o acesso ao mercado sem comprometer a segurança sanitária global.

Iniciativas para diversificação de produtos e mercados

Um aspecto estratégico destacado pelo secretário Luis Rua é o esforço contínuo em abrir e ampliar mercados para produtos do agronegócio brasileiros além do tradicional top 10 de exportações. Entre esses produtos “não tradicionais” estão gergelim, sorgo e maçã, que vêm apresentando crescimento nas exportações, chegando a 20% neste ano. A diversificação é vista como essencial para evitar dependência excessiva dos produtos mais tradicionais e ampliar a resiliência do setor frente a crises localizadas.

Para dar suporte real aos produtores e exportadores desses setores menores, o Mapa lançou iniciativas como os AgroInsights, relatórios mensais detalhados elaborados por adidos que apontam oportunidades, exigências e curiosidades dos mercados internacionais. Esses relatórios funcionam como estratégias práticas para que os empresários “atravessem a porta” das oportunidades internacionais com menos dificuldade.

Perspectivas futuras e desafios estratégicos

A previsão para a retomada plena das exportações de frango está ligada à contagem dos 28 dias sem novos focos da doença, que se encerra em 19 de junho, quando o Brasil poderá se autodeclarar livre da influenza aviária. O sucesso dessa etapa abrirá as portas para a reversão das restrições e o gradual retorno dos mercados fechados. O secretário Luis Rua mantém otimismo cauteloso e destaca a importância da cooperação entre setor público e privado para enfrentar desafios futuros.

Além da influenza aviária, a agenda do Mapa contempla o fortalecimento das relações comerciais com países estratégicos, como a negociação em curso para a finalização do acordo Mercosul-União Europeia e as tratativas com grandes compradores como China e Estados Unidos. O equilíbrio entre cautela, transparência e diplomacia continuará sendo a tônica para garantir a segurança sanitária e a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global.




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Última atualização em 28 de maio de 2025

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