Como o Crescimento nas Entregas de Fertilizantes Pode Impactar Seu Negócio: Enfrentando Desafios de Estoques e Taxação

Entregas de Fertilizantes no Brasil: Projeções e Desafios

As entregas de fertilizantes no Brasil estão projetadas para crescer até 7% em 2025, alcançando um volume recorde entre 45 milhões e 46 milhões de toneladas, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Este aumento é um reflexo do otimismo no setor agrícola e das expectativas de grandes safras no futuro próximo. No entanto, apesar dessa outlook positivo, problemas com estoques e questões de taxação podem lançar uma sombra sobre essas previsões.

Por um lado, a previsão de aumento nas entregas está amparada na estabilidade registrada em 2024, onde 45,61 milhões de toneladas foram entregues, o que representa uma leve diminuição de 0,5% em relação ao ano anterior. Contudo, a combinação de uma safra recorde e perspectivas econômicas favoráveis contribui para um clima de otimismo no setor produtivo.

Otimismo no Setor Agrícola

Com a recente declaração de Eduardo de Souza Monteiro, presidente da Anda, o otimismo no setor fica ainda mais evidente. Ele destacou que a combinação de uma safra recorde e a proximidade da safrinha incentivam a compra de fertilizantes. Com a expectativa de uma produção de grãos atingindo 325,7 milhões de toneladas em 2024/2025, um aumento de 1,5% em relação ao recorde anterior, o desejo de reposição de insumos para a próxima safra é iminente.

A soja, que deve registrar uma oferta de 166 milhões de toneladas, se destaca como um dos pilares para essa expectativa de crescimento. A perspectiva de preços remuneradores, especialmente para o milho, que está prestes a ser plantado na safrinha, fortalece ainda mais a demanda por fertilizantes, um insumo essencial para garantir a produtividade das lavouras.

Estoques e Desafios no Setor de Fertilizantes

Apesar do quadro otimista em termos de produção, a questão dos estoques de fertilizantes se torna um ponto de preocupação para o setor. Em 2023, houve uma queda de 4,2% nos estoques, totalizando 8,326 milhões de toneladas, o que levanta questões sobre a capacidade de atender a uma demanda crescente. O recuo nos estoques de fertilizantes fosfatados, que apresentaram queda de 12%, e a diminuição de 18% para fertilizantes de alta concentração de fósforo (MAP) são preocupantes. Essa redução é parcialmente atribuída ao uso crescente do mineral para a produção de ácido fosfórico na fabricação de baterias.

A relação de troca entre grãos e fertilizantes ainda é favorável ao produtor, mas o presidente da Anda, Monteiro, destaca que a atual situação exige ação imediata. Ele alerta que postergar compras pode levar a consequências indesejadas, como disrupções no fluxo de mercado ou gargalos nos portos, que poderiam afetar a entrega dos insumos nas lavouras.

Dependência e Risco Geopolítico

O Brasil, sendo o maior dependente do mercado externo para a obtenção de fertilizantes, enfrenta um cenário não apenas econômico, mas também geopolítico. Com 85% da oferta de fertilizantes sendo importada, a vulnerabilidade a crises externas, como as enfrentadas por países fornecedores, pode ter um impacto significativo. O presidente da Anda, Monteiro, coloca em evidência os potenciais riscos associados aos fornecedores, como Canadá, Rússia, e outros países no Oriente Médio, onde a instabilidade é crônica.

Ainda que a possibilidade de uma guerra comercial entre Canadá e Estados Unidos possa abrir uma vertente favorável à oferta para o Brasil, os custos de frete e a logística também devem ser levados em consideração. O deslocamento de produtos pode resultar em maiores custos, prejudicando a relação de disponibilidade no mercado brasileiro.

A Produção Nacional e os Investimentos Futuros

A produção nacional de fertilizantes, que aumentou quase 4% em 2024, revela um crescimento tímido em relação à demanda projetada. Apesar dos investimentos de R$ 35 bilhões até 2030 em novos projetos, a realidade é que a oferta local ainda é baixa e não há previsão de novas unidades produtivas entrando em operação em 2025. A inauguração da planta da Eurochem em Minas Gerais, que exigiu um investimento robusto, é um exemplo das iniciativas que buscam aumentar a produção local.

Os planos da Petrobras de retomar projetos de produção de fertilizantes devem seguir como uma luz no fim do túnel, mas as incertezas ainda persistem. A fábrica de Três Lagoas, por exemplo, precisa de um aporte significativo e já se encontra paralisada há uma década. Além disso, a possibilidade de reativação de outras unidades é um sinal positivo, mas uma reestruturação tributária pode ser um entrave ao crescimento do setor.

Desafios Fiscais e a Pressão dos Agricultores

A questão tributária é uma grande preocupação no setor de fertilizantes. O Convênio 26, que atualmente assegura uma taxa de ICMS de 4% tanto para produtos nacionais quanto importados, está previsto para expirar no final de 2025. Caso não seja renovado, a tributação poderá saltar para 8,4% para produtos nacionais, o que pode desincentivar ainda mais a produção local. Dada a alta dependência de fertilizantes importados, há uma pressão crescente dos agricultores para que o governo mantenha condições fiscais favoráveis.

O diretor executivo do Sinprifert, Bernardo Silva, aponta que resgatar medidas do passado que contribuíram para essa dependência não seria uma solução vantajosa. As relações fiscais precisam ser equilibradas de forma a proporcionar um campo de jogo nivelado, o que permitirá que os produtores se preparem sem o receio de surpresas financeiras inesperadas.

Conclusão: O Caminho a Seguir

A previsão de crescimento nas entregas de fertilizantes no Brasil é promissora, mas a realidade de estoques em queda e questões geopolíticas e tributárias ameaçam a realização desse potencial. É vital que os stakeholders do setor, desde os produtores até os governantes, unam forças para abordar esses desafios e garantir um fornecimento resiliente de fertilizantes, fundamental para a manutenção da produtividade agrícola.

Os agricultores devem continuar atentos às condições do mercado e às mudanças políticas que possam afetar o setor. Diante desse panorama, a integração e o diálogo entre os diferentes segmentos da cadeia de produção são essenciais para assegurar um futuro sustentável e próspero para a agricultura brasileira.

Este artigo fornece uma análise abrangente da situação atual e das projeções para o mercado de fertilizantes no Brasil, abordando os desafios e as oportunidades, de forma clara e bem estruturada.


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Última atualização em 11 de março de 2025

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