Depois de mais de um mês testando o tablet Nokia T20 para fazer a análise, cheguei à conclusão de que o problema que enfrentamos no mercado atual não é nem aquela incompatibilidade clássica entre gostar de tecnologia e ser brasileiro. Isso não é novidade, certo? Estou nisso há anos e sei muito bem que 90% da nossa população só tem chance de comprar produtos de tecnologia de ponta depois de uns 2, 3 anos de lançamento e olha só. O verdadeiro problema é que a situação agora é tão ruim, mas tão ruim, que esse atraso geracional já está se tornando uma realidade também para produtos que foram criados, idealizados até do zero com o objetivo de serem acessíveis. E isso é especialmente visível em um caso como este. Vem comigo agora que vou falar sobre os detalhes do Nokia T20 e, no final do vídeo, prometo que você vai entender do que estou falando.
Design e extras
O design do Nokia T20 é a única coisa que corresponde totalmente ao seu preço. Ao contrário da maioria dos tablets mais baratos, que geralmente são todos de plástico, este tem um corpo todo em alumínio. Muito sólido, resistente e com uma cor bonita, mesmo. Ele não possui acabamentos premium, mas essa nem é a proposta aqui, então o estilo mais simples com cantos e laterais arredondados não faz o tablet se destacar, mas funciona bem. Os materiais o tornam pesado, então não é um tablet que você vai querer segurar na mão por muito tempo.
- Dimensões (A x L x P): 15,75 x 24,76 x 0,78 cm (mais grosso nas câmeras)
- Peso: 465 gramas
A câmera selfie fica no meio da borda ao redor da tela, na parte superior ao segurar na orientação paisagem. Do mesmo lado está a alavanca de volume, enquanto o botão liga/desliga fica à esquerda, logo acima de um dos alto-falantes. Um segundo alto-falante está no lado oposto, próximo ao conector USB-C. Então, sim, o Nokia T20 tem som estéreo, o que é bom, com bom volume e qualidade decente para ambientes internos.
Mas não há leitor de impressão digital aqui, então se você não quiser usar uma senha ou padrão para desbloquear o tablet, a única opção que resta é o reconhecimento facial pela câmera selfie, que funciona, mas sabemos que não. é a coisa mais segura.
Corpos
Chegando à tela, é aí que começamos a ver as limitações do Nokia T20. O painel é um LCD IPS de 10,4 polegadas com uma proporção incomum de 5:3 com resolução de 2000 por 1200 pixels, o que o colocaria em algum lugar entre HD e Full HD. A caixa vende esse número como resolução 2K, mas isso é meio enganoso porque 2K não é um padrão devidamente estabelecido.
- Corpos: LCD IPS de 10,4” (5:3) com resolução de 2000×1200 pixels, brilho de 400 nits, taxa de atualização de 60 Hz e densidade de 224 dpi
O detalhe nas imagens não é ruim, mas as cores acabam ficando um pouco sem vida nas imagens, os tons de preto são acinzentados e o brilho máximo de 400 nits é um problema real. Não só você esquece a ideia de usar o T20 ao ar livre ou com a tela voltada para uma janela em um dia ensolarado, mas mesmo luzes internas um pouco mais fortes já podem tornar a experiência de assistir uma série, por exemplo, um pouco desconfortável.
máquinas fotográficas
Passando rapidamente pelas câmeras, aqui temos uma frontal de 5 MP com foco e uma traseira de 8 MP com foco automático, que estão lá porque precisam ser basicamente para videochamadas. Você pode até filmar em Full HD e tirar fotos, mas o resultado não é legal então não recomendo.
- Máquinas fotográficas: 5 MP frontal e 8 MP traseiro com foco automático
- Vídeo: 1080p@30fps
atuação
Sob o capô, o Nokia T20 possui um processador Unisoc T610, que é um chip básico do tipo que você encontra em alguns smartphones mais próximos da faixa de US$ 1.000. Ou seja, completamente incompatível com o preço deste tablet aqui. Ele vem com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento expansível via cartão microSD.
- CPU: octa-core Unisoc T610 (2x 1,8 GHz Cortex A-75 + 6x 1,8 GHz Cortex A-55)
- GPU: Clique em Download para salvar Mali G-52 mp3 youtube com
- Memórias: 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento (expansível via microSD)
E a performance que consegue oferecer com isso é o básico do básico, servindo ok para navegar na internet, usar redes sociais, assistir séries via streaming e jogar jogos bem leves. Jogos um pouco mais avançados ainda funcionam bem se jogados com as configurações gráficas mais baixas possíveis, mas qualquer coisa mais intensa do que isso fará com que o tablet sofra. Seria de se esperar de um tablet de entrada, como era para ser o Nokia T20, mas o preço aqui no Brasil torna desagradável.
Interface
O tablet está executando uma versão bastante pura do Android 11 de fábrica, com tudo funcionando exatamente como esperado. Deslizando para a esquerda de Home, temos acesso ao Espaço Entretenimento, onde o tablet reúne indicações de conteúdos em filmes e séries nas mais variadas plataformas de streaming, além de indicações de Jogos, leituras e produções de áudio nas demais abas. Mas mesmo com essas sugestões, vale ressaltar que você ainda precisa se inscrever nos serviços em questão para poder assistir ao conteúdo. Fora isso, a interface funciona bem e não traz surpresas.
- Sistema operacional: Android 11
Bateria
A bateria de 8.200 mAh do Nokia T20 é um ponto em que o aparelho não decepciona. Com foco apenas no streaming de vídeos, o tablet durou pouco mais de 10 horas de uso direto, com a tela ligada no brilho máximo. Ao distribuir esse consumo em sessões de cerca de 1 hora por dia, sua bateria durou quase uma semana inteira. É possível descarregar a bateria mais rápido, principalmente se for jogar online, mas em geral o resultado é positivo.
- Bateria: 8.200 mAh com carregador de 10 W na caixa
A recarga é um ponto fraco. Por mais que o aparelho seja compatível com carregadores de 15W, ele vem na caixa com apenas 10W. Com isso, carregar de zero a 100% leva quase 4 horas no total, o que é bem lento.
Vale a pena?
No lançamento aqui no Brasil, agora no final de fevereiro de 2022, o Nokia T20 chegou a uns absurdos R$ 2.200, o que era simplesmente irreal pelo que oferece. Agora, cerca de 3 meses depois, já é possível encontrar o aparelho por valores em torno de R$ 1.500 no futuro.
- Preço oficial: R$ 1.499 a prazo
Já não é um preço absurdo para ele, mas para mim ainda não é um valor justo pelo que oferece, principalmente em termos de qualidade de tela e desempenho. Considerando o uso mais secundário que um tablet básico costuma ter, que é um aparelho que você usa mais em casa para assistir uma série enquanto janta, ou para navegar na internet e redes sociais e ler um pouco, é possível encontrar opções no mesmo patamar custando quase R$ 500 a menos, como o Galaxy Tab A8 da Samsung. O corpo mais robusto deste não justifica a diferença de valor. Se R$ 1.500 fosse o preço de lançamento do T20, e depois estabilizasse em torno de R$ 1.100 ou mesmo em torno de R$ 1.200, então ainda seria um pouco mais caro que concorrentes no mesmo nível de desempenho, mas com valor justificável pelos materiais mais resistentes no corpo. Mas este não é o caso.
E o mais triste é que vejo essa situação como algo recorrente em produtos de marcas como Nokia, Xiaomi e outras empresas que voltaram a trabalhar no Brasil em sistema de parceria com uma marca local. Não conheço os termos desses acordos nem a carga tributária que empresas como Multilaser, DL ou Positivo têm que enfrentar para trazer esses produtos, mas o resultado é sempre o mesmo: aparelhos como o Nokia T20 chegam ao nosso país para um valor completamente atípico e impossível de recomendar. Um tablet de entrada chega a um preço intermediário, e aí as pessoas que se sentem atraídas pelo nome de uma marca como a Nokia acabam pagando muito mais do que deveriam por um produto que até valeria a pena, mas só se custasse bem menos .
Eu adoraria poder voltar aqui para você e dizer: sim, você pode comprar a versão nacional do tablet Nokia, do celular Xiaomi, do notebook Vaio, mas não pode. Não sei se os fabricantes precisam se unir para convencer os políticos a mudar as leis do país sobre tributação de eletrônicos, se devem renegociar os termos de licenciamento das marcas internacionais que vendem, se é uma boa ideia investir em novas instalações de fabricação e distribuição em todo o país. Brasil ou se seria necessário reduzir os preços à força e a margem de lucro final ao mínimo possível. O que eu sei é que não era para ser necessário esperar que um tablet barato de nível básico se tornasse possível e isso precisa parar. Enquanto ainda vale muito mais a pena comprar produtos de outros gigantes que já se estabeleceram aqui no Brasil ou então ignorar a versão nacional em favor de modelos importados com preços bem mais justos, é o que posso dizer para vocês que estão assistindo esse vídeo . .
Última atualização em 13 de agosto de 2022
