A Volatilidade dos Preços de Resina Reciclada
No primeiro semestre de 2016, a indústria de resinas recicladas experienciou uma oscilação considerável nos preços. Esse cenário foi bastante influenciado pelos valores do óleo e pela oferta abundante de resina virgem no mercado. De acordo com analistas do setor, os preços do petróleo tornaram-se uma referência crucial, mesmo quando a maior parte das resinas nos EUA é produzida a partir de gás natural. Essa relação pode parecer paradoxal, mas demonstra como o mercado global energético influencia diversos setores.
Além disso, o cenário político também trouxe incertezas, como foi o caso do movimento da Grã-Bretanha de deixar a União Europeia. Com tantas mudanças em jogo, a expectativa era de que a instabilidade se mantivesse por alguns meses, não necessariamente porque as empresas sabiam os impactos precisos, mas sim porque qualquer mudança significativa gera dúvida no mercado. Empresas e analistas adotam posturas cautelosas nesse contexto de flutuação.
A Dinâmica do PET Reciclado
Os preços do PET reciclado apresentaram um ligeiro aumento desde o início do ano, mas a demanda permanecia incerta e enfraquecida. Segundo relato de um reciclador, a situação se desenhou como uma das mais complexas já vividas, em relação à duração e alcance da volatilidade do mercado. A expectativa é que esse cenário volátil se prolongue, pressionando aquelas empresas que dependem do valor fixo de commodities para permanecer solventes.
Com a disponibilidade abundante de material virgem, enquanto os preços do petróleo se mantiverem baixos, muitos antigos compradores de resina pós-consumo podem alterar suas preferências para materiais virgens. Conforme previsto por um analista, o apelo pela resina com conteúdo reciclado enfraquece se a decisão de compra se basear apenas no preço. Quem não necessita obrigatoriamente de resina reciclada pode optar pela solução mais barata proporcionada pela matéria-prima virgem.
O Mercado de HDPE Reciclado
No caso do HDPE reciclado, a demanda começou a diminuir a partir da quarta semana de maio, de acordo com recicladores. Essa desaceleração foi atribuída a uma primavera fria e úmida, impactando principalmente o mercado de tubulações, que tradicionalmente se recupera na segunda metade de julho, e os recicladores esperavam que 2016 não fosse diferente nesse aspecto.
Apesar do aumento do mercado de resinas virgens em maio e junho, havia ainda uma grande quantidade de material “wide-spec” no mercado, competindo com o produto reciclado. Segundo compradores, chegaram a sair do mercado de resinas naturais devido ao custo elevado do sucata não alinhado com a precificação da matéria virgem. Contudo, esse cenário começava a se estabilizar com o aumento de até 14¢/lb de produto natural pós-consumo em algumas regiões desde o início do ano.
A Influência da Importação na Reciiclagem de Polipropileno
No tocante ao polipropileno reciclado, os preços caíram em junho, meio centavo por libra. Mesmo que a demanda estivesse “ok”, havia um grande volume de resina sendo importada da Ásia, inicialmente afetando principalmente a Costa Oeste dos Estados Unidos. Entretanto, com a ampliação do Canal do Panamá, grandes embarcações começaram a chegar a partir de julho, levando as questões enfrentadas pela Califórnia a se estender para Nova York, Miami e outras cidades portuárias.
Essa situação de importação crescente gera desafios adicionais aos recicladores locais. A oferta interna tem que competir não só com a matéria virgem mais acessível, mas também com a resina reciclada vinda do exterior. Esse cenário pressiona os preços ainda mais para baixo e impõe aos recicladores a necessidade de buscar maior eficiência para permanecerem competitivos no mercado.
O Panorama Detalhado dos Preços em Junho de 2016
Em junho de 2016, os preços das resinas recicladas dividiram-se em diferentes categorias de produtos, como PET, HDPE e PP. Cada categoria apresentou variações de preços particularizadas de acordo com as especificidades do mercado e o tipo de produto (pellet ou flake).
- PET:
- Garrafa PET Transparente Pós-Consumo: 48-54¢/lb (Pellets), 36-40¢/lb (Flake)
- Garrafa PET Verde Pós-Consumo: 50-56¢/lb (Pellets), 40-45¢/lb (Flake)
- HDPE (Clean):
- Pós-Consumo Natural: 72-75¢/lb (Pellets), 67-70¢/lb (Flake)
- Cores Mistas: 43-52¢/lb (Pellets), 37-41¢/lb (Flake)
- Pós-Industrial: 43-45¢/lb (Pellets), 36-40¢/lb (Flake)
- PP:
- Alto Impacto: 65¢/lb (Pellets), 29-32¢/lb (Flake)
- Modificado: 60¢/lb (Pellets), 29-35¢/lb (Flake)
Esses valores refletem a complexidade do mercado, onde cada segmento é afetado por fatores específicos, sejam eles de demanda interna, concorrência internacional ou mudanças nos custos das matérias-primas.
A Economia Circular e o Futuro das Resinas Recicladas
Enquanto se ajusta à volatilidade dos preços e à complexidade do mercado global, a indústria de resinas recicladas está cada vez mais integrada à ideia de economia circular. A importância de um ciclo de produção sustentável e a utilização de materiais reciclados são fundamentais para minimizar impactos ambientais e promover um futuro mais ecológico.
Esse movimento em direção à circularidade ganha força à medida que as empresas e os consumidores se tornam mais conscientes dos desafios ambientais. O compromisso com a sustentabilidade não só ajuda a reduzir a pegada de carbono, mas também representa uma icônica virada de página na forma como os negócios são conduzidos, trazendo à tona discussões sobre inovação e pró-atividade na superação de obstáculos econômicos e ambientais.
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Última atualização em 20 de dezembro de 2024