O mercado de masterbatches é bastante concorrido, conta com a participação de vários fornecedores e exige destes investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento para obter formulações capazes de atender o desejo dos clientes. Por ser um produto distribuído para transformadores ligados a todos os segmentos econômicos, suas vendas acompanham o desempenho dos transformadores de plástico como um todo. Evoluem em patamar bastante próximo ao do PIB.
Masterbatch em foco
Vale lembrar: o masterbatch é uma resina preparada cuja função mais conhecida é colorir plásticos. Geralmente sólida, na maioria das vezes em grãos, também é oferecida em pó ou líquido, de acordo com as exigências previstas pela aplicação. Como os plásticos são cada vez mais utilizados em aplicações as mais distintas, a aparência das peças fabricadas ganha importância. Além das cores comuns, os usuários exigem, a cada dia, soluções diferenciadas, como as fosforescentes, marmorizadas ou peroladas, entre outras.
Os aperfeiçoamentos dos masterbatches vão além. Eles podem conter, além dos pigmentos coloridos, aditivos voltados para atender demandas distintas que surgem de acordo com o uso final pretendido pela peça final. A presença de especialidades químicas nas formulações proporciona funcionalidades como a maior resistência mecânica ou química, condutividade térmica ou elétrica, proteção contra chamas, bactérias e riscos e outras características.
Sustentabilidade nos masterbatches
Uma outra preocupação vem desafiando os técnicos responsáveis pelo desenvolvimento de novos grades nos últimos anos. Numa época na qual a defesa da natureza tem se tornado obrigação da indústria, esse é um tema que ganha força entre os participantes desse mercado. Tal prioridade aparece no lançamento de linhas de produtos com características as mais distintas. As soluções dependem do desenvolvimento tecnológico e da capacidade de inovação das diferentes marcas.
No cenário atual, muitas empresas têm se unido à causa ambiental, adotando práticas que vão desde a pesquisa sobre novos materiais até a reciclagem de produtos. A integração de componentes reciclados nos masterbatches não apenas reduz a exploração de recursos naturais, mas também minimiza a pegada de carbono, e isso tem se tornado uma meta primordial.
Amplo portfólio de opções
A Cromex oferece mais de 500 aditivos e tem mais de 10 mil cores catalogadas, além da possibilidade do desenvolvimento de cores customizadas para projetos específicos, incluindo efeitos como perolado, metalizado, glitter, fluorescente, entre outros. Essa diversidade é muito atrativa, permitindo que os transformadores atendam as demandas específicas de seus clientes sem abrir mão da sustentabilidade.
“Falando das linhas de brancos e pretos, possuímos produtos que atendem desde os clientes que exigem altíssima performance, com a linha premium, até os que demandam melhor custo-benefício, com a linha economy”, explica Cesar Ortega, diretor comercial. Essa flexibilidade no portfólio garante que qualquer transformador tenha acesso a soluções que combinem qualidade e preocupação ambiental.
Inovação com grafeno
Ortega destaca, entre os últimos lançamentos, a linha GrapheX – Cromex Graphene, composta por masterbatches com a presença de grafeno. Esses masterbatches são capazes de aumentar a resistência mecânica dos plásticos, unindo desempenho e baixo custo, permitindo a produção de peças mais finas e leves. Isso, por sua vez, reduz o consumo de resina e energia no processamento, apontando um caminho promissor para a sustentabilidade.
Os produtos da linha são indicados para diversos mercados, como agronegócio, automotivo, embalagens, calçadista, defesa e utilidades domésticas. Essa versatilidade é fundamental para atender a uma gama tão ampla de indústrias, que têm se tornado cada vez mais exigentes em relação à sustentabilidade de seus processos produtivos.
A linha Act Green, Live All Colors
“Temos a maior planta de produção de masterbatches da América do Sul, localizada em Simões Filho, na Bahia”, comenta Ortega. Além da capacidade de produção, a empresa também destaca a sua preocupação com a pesquisa e desenvolvimento de produtos amigáveis ao meio ambiente. A série Act Green, Live All Colors, lançada em 2022, visa contribuir com esses objetivos e, desde o seu lançamento, vem se expandindo com novas soluções lançadas anualmente.
Está linha é composta por quatro linhas principais: masterbatches rC-Black – recovered Carbon Black, aditivos para reciclagem, masterbatches PCR e masterbatches pretos NIR. Essa gama de produtos demonstra como a indústria de masterbatches pode se alinhar a práticas de economia circular, além de contribuir ativamente para a preservação do meio ambiente.
Primeira empresa a criar uma linha ecológica
A Colorfix, criada em 1990, atua na inovação e no desenvolvimento de concentrados de cor e/ou aditivos. Com matriz localizada na região metropolitana de Curitiba-PR, a empresa também conta com unidades em São Caetano-SP e Jaboatão dos Guararapes-PE. A pressão do mercado por uma maior sustentabilidade levou a Colorfix a criar a empresa Revora.
“Ela surgiu com o objetivo de repensar o futuro dos plásticos, para que todos os envolvidos nessa cadeia reflitam e criem ações concretas que possam não só desmistificar essa imagem ruim empregada ao plástico, como também criar ações de impacto positivo,” explica Francielo Fardo, sócio-diretor da Colorfix. Essa filosofia é essencial para transformar a percepção negativa que muitas vezes acompanha o plástico.
Transformação no setor de embalagens e agro
De acordo com Eliton Da Silva, diretor comercial da Ampacet, os mercados de consumo de alimentos e higiene seguem aquecidos e em busca de aperfeiçoamento e desempenho. “Estes mercados requisitam cada vez mais aditivos e cores especiais para acompanhar os avanços tecnológicos das diversas resinas, dos equipamentos de transformação e principalmente das exigências dos consumidores,” destaca Da Silva.
A Ampacet, uma empresa fundada em 1937, tem se adaptado continuamente às demandas do mercado, possibilitando soluções que atendem não apenas à estética, mas também à performance. O aumento da conscientização e a demanda por produtos sustentáveis têm sido um motor para a inovação em aditivos funcionais e masterbatch, mostrando como o setor agro também pode se beneficiar dessas inovações.
Novo paradigma de circularidade
Da Silva afirma que a economia circular é a principal tendência de toda a indústria de transformação de plásticos mundial. “Nos últimos cinco anos, conectada com estas tendências, a Ampacet desenvolveu expertise em serviços e soluções de cores e aditivos para proporcionar o upcycling das resinas pós-consumo, aumentando as porcentagens de sua aplicação, em muitos casos alcançando até 100% de reúso com o mínimo de prejuízo de propriedades funcionais e estéticas,” conclui.
Isso mostra como a sustentabilidade não é apenas uma obrigação, mas também uma oportunidade de negócio. Através da colaboração entre recicladores, transformadores e marcas, a indústria se ajusta constantemente para atender ao desejo do consumidor por embalagens mais ecológicas e funcionalmente eficazes.
Masterbatches para o futuro
A Pro-Color, fundada em 1986, também está na vanguarda. Com mais de 24 mil cores em seu portfólio, a empresa tem se concentrado em linhas de produtos sustentáveis, como a Pro+ Black, que é uma linha específica para a cor preta, e a Pro+ Infinity, que promove efeitos visuais marmorizados. Essas inovações são importantes para o desenvolvimento de produtos que não apenas atendem às necessidades funcionais, mas também respeitam o meio ambiente.
Avelino, assistente técnico da Pro-Color, ressalta que o masterbatch deve ser cuidadosamente estudado, pois sua integração não deve afetar as características do produto final. Assim, a indústria deve avançar com responsabilidade, garantindo que a estética e a performance sejam mantidas.
O papel das nanopartículas
A Concept Materials, com sede em Caxias do Sul-RS, oferece especialidades em concentrados de cores e aditivos para termoplásticos, destacando sua linha de nanotecnologias. “Além da linha de aditivos funcionais e de alta performance, possuímos alta tecnologia em concentrados de nanopartículas como nióbio, grafeno e nanoprata,” explica Suzana Filipini, coordenadora comercial.
Esses componentes trazem funções avançadas e diferenciadas para os produtos finais, contribuindo significativamente para a sustentabilidade, pois muitas vezes são derivados de processos que priorizam a recuperação e a reutilização de materiais. Essa abordagem inovadora abre novas portas para o que pode ser alcançado na indústria de masterbatches, apontando para um futuro mais verde.
Uma década de inovações
Completando dez anos, a Colortrade representa marcas mundiais que atuam na indústria do plástico e buscam inovação. Francisco Lopes, vendedor técnico da divisão de plásticos, menciona lançamentos de pigmentos e aditivos que se destacam pela qualidade e sustentabilidade, como os óxidos de ferro da Kunçai e o dióxido de titânio da CHTI.
Essas inovações não apenas atendem às necessidades do mercado, mas também refletem uma crescente responsabilidade social e ambiental. O uso de novos processos de extração e a opção por pigmentos de alta pureza são exemplos de como a indústria pode caminhar para um futuro mais sustentável enquanto entrega produtos que atendem às altas exigências.
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Última atualização em 30 de novembro de 2024
