Considerado a inflação da indústria, o IPP (Índice de Preços ao Produtor), calculado pelo IBGE, registrou queda de 0,66% em março. No mês anterior, os preços tinham caído 0,29% frente a janeiro. Em março de 2022, o índice teve queda de 3,12%.
A princípio, desde setembro de 2019, o IPP não registrava uma deflação acumulada em 12 meses e a taxa registrada em março é a mais intensa em toda a série histórica.
Doze das 24 atividades acompanhadas pelo IPP tiveram queda de preços em março.
Sobretudo, o IPP da indústria é formado pelos índices da indústria de transformação e o da indústria extrativa.
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Nesse sentido, a taxa na indústria de transformação teve queda de 0,73% em março, ante baixa de 0,45% em fevereiro.
Já o IPP da indústria extrativa teve alta de 0,68% em março, após queda de 3% em fevereiro, mesma taxa anunciada na edição anterior do IPP, não tendo sofrido revisão.
Com isso, as variações mais intensas foram no refino de petróleo e biocombustíveis (-4,10%), em papel e celulose (-2,42%) e outros produtos químicos (-1,41%).
Segundo Felipe Câmara, gerente do IPP, o refino é o grande destaque a influenciar o resultado do mês. “Mas também é central para compreender um movimento mais duradouro de recuo nos preços industriais que vem acompanhando a dinâmica das commodities no mercado internacional”.
Safra e o preço de alimentos
Na indústria de alimentos, as reduções de preço vêm sendo associadas a aumentos na oferta de produtos com grande peso no setor.
Já que em meses anteriores, carne e leite foram protagonistas nesse sentido, e em março foram os derivados da cadeia da soja os destaques em pressionar para baixo os preços ao produtor.
Para Câmara, “Os preços do grão, do farelo e do óleo estão em queda, e essa redução pode ser associada ao período de colheita de uma safra expressiva”.
Assim, nas indústrias extrativas, apesar do resultado positivo no mês corrente (devido à alta nos preços do minério de ferro), o índice no acumulado em 12 meses é de -20,31%.
Isto é, a redução nos insumos industriais vem tendo seu efeito sobre os preços dos bens para consumo final.
O gerente do IPP, ressalta: “A inflação acumulada em 12 meses na Indústria Geral está em -2,32%, mas, nos bens intermediários, está em -6,31%. E, é importante perceber que nesse período, os bens de consumo vêm numa desaceleração contínua”.
Ele completa dizendo que: “Hoje a categoria está em 2,46% em 12 meses, a taxa mais baixa desde 2019. Assim, podemos perceber que há transmissão de preços para a ponta da cadeia”.
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Última atualização em 14 de maio de 2023