A bordo do “Plastic Odyssey” (“odisséia de plástico”), Baptiste Lomenech mostra a jovens empreendedores senegaleses como funciona um dos sistemas de reciclagem do navio que cruza os mares do mundo estimulando pessoas ao uso correto do plástico.
No porto de Dacar, a tripulação de cerca de 20 pessoas recebe autoridades locais e mostra as técnicas de reciclagem com o maquinário disponível na embarcação.
A princípio, o navio com sistema de reciclagem saiu da França para dar uma volta ao mundo com duração de três anos.
Em 2023, o Plastic Odyssey viajará até Fortaleza e Belém, Georgetown, na Guiana e outras capitais e cidades na América Latina como Porto Príncipe, Puerto Limón, Guayaquil, Lima e a ilha de Martinica.
Em 2024, a ideia é navegar em direção à Ásia, fazendo escala em Hanga Roa, principal cidade da Ilha de Páscoa, no Chile.
Sobretudo, o navio oferece um ciclo de reciclagem completo: um triturador para que os resíduos se reduzam a pequenos pedaços, um tanque de lavagem, uma centrífuga para secá-los e uma extrusora para transformá-los.
A ideia é ensinar como funciona uma tecnologia simples de usar, sem patentes e facilmente acessível.
Durante a demonstração, os visitantes fazem inúmeras perguntas sobre o processo. O objetivo é absorver o conhecimento da técnica para se aplicar em projetos relacionados ao plástico.
Como descreve Boubacar Diakhité, da empresa Défaratt, com sede em Gandiol: “Estar aqui amplia o meu campo de ação e pensamento. Vi que era viável instalar máquinas de reciclagem de baixo custo. Sabíamos que tínhamos capacidade para isso, mas não sabíamos como”.
Estímulo à economia
Graças ao incentivo dado aos catadores para a reciclagem do plástico e à ação “Plástico é Vida, Reciclando na Avenida”, realizada pela Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), centrais de reciclagem instaladas pela Prefeitura de Salvador coletaram cerca de 94 toneladas de resíduos recicláveis durante o carnaval.
A princípio, foram 54.756 toneladas de alumínio e 39.086 toneladas de plástico. O alumínio costuma ser o mais coletado, devido ao alto valor agregado.
Isso porque, atualmente, o quilo do material custa R$5 nas cooperativas, enquanto o do plástico custa R$1.
No entanto, o incentivo dado aos catadores consistiu em uma bonificação de R$100 a cada 30 quilos de plástico vendidos, além do próprio valor pago pelo plástico coletado.
Para Genivaldo Ribeiro, diretor administrativo da Cooperguary, de Periperi, uma das cooperativas que atuaram no Carnaval. “Esse incentivo impulsionou a coleta de plástico no Carnaval. Com isso, ganharam as cooperativas, ganhou o público e também o meio ambiente”.
Segundo ele, o material coletado pela Cooperguary passou pela triagem, foi separado e armazenado nas “big bags” – a maioria já foi comercializada e transportada.
Ele estima o prazo de um mês para que o material seja reaproveitado pelas indústrias.
A GTEX, em parceria com a fabricante de embalagens flexíveis Finepack e a Dow, lança novas embalagens do lava-roupas em pó Urca produzidas com resinas recicladas pós-consumo (PCR).
Essa inovação permitiu que 30% do plástico virgem utilizado nas embalagens do produto fossem substituídos por plástico reciclado de alta qualidade. Acelerando, assim, o uso de soluções sustentáveis nas embalagens flexíveis.
Dessa forma, o plástico pós consumo passa a ser um recurso valioso que é recuperado e aproveitado para um novo produto – eliminando desperdícios e reforçando o compromisso da GTEX em reduzir o impacto ambiental e atendendo às demandas dos consumidores, cada vez mais atentos às ações das empresas em relação à sustentabilidade.
Isso porque, a resina de polietileno PCR Revoloop, da Dow, é produzida pela reciclagem mecânica, permitindo que materiais reciclados de alta qualidade sejam incorporados em novas embalagens.
Se recolhe o plástico pós-consumo por cooperativas e, então, utilizado na fabricação da resina Revoloop.
A Finepack, então, incorpora a matéria-prima na produção de novas embalagens plásticas do lava roupas em pó Urca.
Talita Santos, CEO da GTEX, conclui dizendo: “O processo de reciclagem é importante porque vai além do material em si: além de aumentar os índices de reciclagem e reduzir o desperdício, promovendo a economia circular, se produz a resina através de parcerias com personagens locais na coleta e gestão de resíduos, ajudando a fechar o ciclo do plástico, promovendo a reciclagem inclusiva e levando ao consumidor uma opção de escolha mais sustentável”.
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Última atualização em 29 de março de 2023