Por meio do sistema de logística reversa, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece metas progressivas de valorização das embalagens pós-consumo. A meta para este ano é de 22%. Em 2024, os setores deverão comprovar o retorno de 30% do total colocado no mercado, com aumento gradativo até atingir 45% em 2040.
Nesse sentido, Luciana Pellegrino, diretora executiva da Abre (Associação Brasileira de Embalagem), diz que: “No Brasil já se estruturou uma cadeia econômica pelo valor dos materiais, mas agora precisamos avançar na logística reversa”.
Assim, a Abre lançou o programa Lupinha, que agrega informações sobre o descarte correto ao rótulo por meio de códigos QR.
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A Rede Mundo Verde foi a primeira a aderir, com sete produtos que entraram no mercado em julho. O custo de adesão é de R$ 100 por produto. “O consumidor é o primeiro elo para aumentar a logística reversa”, diz Isabella Salibe, gerente de projetos da entidade.
A princípio, a Central de Custódia da Logística Reversa de Embalagens, instituída em 2021 para validar o sistema de Certificados de Crédito de Reciclagem (Recicla+).
Dessa forma, irá garantir a efetiva recuperação das embalagens pós-consumo, já validou 1,15 milhão de toneladas de embalagens.
A organização estima que esteja na metade da meta para o ano, ou seja, com cerca de 11% dos resíduos seguindo para a reciclagem, equivalentes a cerca de 1,5 milhão de toneladas de embalagens.
Fernando Bernardes, diretor de operações na Central de Custódia, afirma: “Ainda vai demorar para termos números mais robustos, mas estamos no caminho certo”.
Para onde vão os resíduos recolhidos?
Com reciclagem de 100% das 390 mil toneladas de latinhas produzidas no país em 2022, a experiência com as latas de alumínio é uma lição a ser seguida.
Isso porque, para avançar na logística reversa a venda do material precisa valer a pena para o catador. Hoje, 1 kg de latinhas rende em torno de R$ 6. Outros materiais são mais baratos.
Assim, a Green Mining usa a tecnologia blockchain para rastrear a quantidade de resíduos coletados e as emissões evitadas. Fundada em 2018, a startup informa já ter coletado e enviado para a reciclagem 5.900 toneladas de embalagens pós-consumo, evitando a emissão de 998 mil kg de gases de efeito estufa (CO2) equivalente.
Entre os maiores volumes estão 4.100 toneladas de vidro (equivalentes a 20,7 milhões de garrafas long neck), mil toneladas de plástico (22,2 milhões de garrafas PET de dois litros) e 840 toneladas de papel.
Segundo Rodrigo Oliveira, CEO da Green Mining, o objetivo da empresa é democratizar o acesso ao valor real do material. “principalmente para quem depende da venda dos recicláveis para o sustento, como catadores e carroceiros”.
Ao encaminhar os materiais para usinas de reciclagem, a empresa consegue pagar mais pelo resíduo, por evitar os intermediários. Assim, o quilo de vidro, comumente vendido por menos de R$ 0,10, na Estação Preço de Fábrica vale entre R$ 0,28 e R$ 0,62, conforme a cor.
Reciclagem do plástico
O plástico aparece em segundo no ranking de reciclagem, com 145 mil toneladas. Em primeiro lugar está o papelão, de acordo o Atlas Brasileiro da Reciclagem, da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis.
Sobretudo, a entidade reúne 19 mil catadores de 512 cooperativas e associações, informa ter gerado renda de R$ 346 milhões com a venda de materiais recuperados, entre 2017 e 2020.
Outro material que ganha escala na logística reversa é o aço, que por meio do programa Prolata Reciclagem, iniciativa da Associação Brasileira de Embalagem de Aço, encaminhou à reciclagem volume 141% superior ao de 2022.
Em cinco anos, foram 31 mil toneladas de embalagens de aço pós-consumo, deixando de emitir 118 mil toneladas de CO2 na fabricação do novo produto.
O Prolata atesta que 47% do total das latas de aço consumidas no Brasil são recicladas. O material é proveniente da parceria com 63 cooperativas, nas quais foram investidos mais de R$ 7 milhões, além de 172 pontos de entrega voluntária.
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Última atualização em 3 de julho de 2023