Redução de emissão de metano na pecuária: Tecnologia e inovação como aliadas
Estratégias do Brasil para reduzir emissões de metano
Considerada uma das principais atividades econômicas do país, a pecuária está entre as principais geradoras desse tipo de gás poluente no mundo – segundo estudos, 22% da emissão de metano na atmosfera vem da pecuária. Entendendo sua responsabilidade global, o Brasil está trabalhando na adoção de estratégias para reduzir sua emissão de metano. Em 2022, o país se tornou signatário do Pacto Global de Metano, no qual se comprometeu a reduzir as emissões desse gás poluidor em mais de 30% até 2020.
Tecnologia como pilar principal na redução de emissões
A tecnologia se tornou o pilar principal dessas ações, que vão desde a integração da lavoura, pecuária e floresta, recuperação de pastagens degradadas até o desenvolvimento de produtos que ajudam na redução da emissão do metano. E internamente, são ações que já trazem alguns resultados. Uma delas foi gerada no laboratório da deep tech Beeotec. A startup desenvolveu o BeeoCattle, um suplemento natural para alimentação animal que, além de resolver grandes dores dos pecuaristas, contribui para a redução do gás metano.
O BeeoCattle: Solução para pecuaristas e redução de custos
De acordo com Erlei Guimarães, CEO da startup, o produto veio de encontro à necessidade dos pecuaristas de manter o gado saudável com adequada gestão de custos. “A cadeia pecuária lida atualmente com margens muito pressionadas. O pecuarista luta para conseguir manter o gado com saúde, e, ao mesmo tempo, equilibrar os custos para isso, que não são pequenos. É necessário adquirir medicamentos, insumos, entre outros, que pesam no bolso”.
O BeeoCattle melhora a imunidade e digestibilidade do gado, reduzindo custos com insumos ao mesmo tempo em que colabora com melhor desempenho e engorda mais ágil e, com isso, aumenta a produtividade e lucratividade. Outro ponto alto do produto é sua função carrapaticida, que vem sendo testada em campo, e cujo gasto anual dos pecuaristas com tratamentos para controlar as doenças está na casa de R$15 bilhões anuais – segundo dados da Embrapa Pecuária Sul. Além disso, o produto ainda reduz significativamente a emissão de metano na fermentação entérica, através de seu efeito antimicrobiano sobre as bactérias metanogênicas no rúmen animal. E com reduzidíssima toxicidade humana (ANVISA Classe V)!
Para Erlei, o desenvolvimento do BeeoCattle é um grande estimulador e incentivador para que a indústria nacional adote um volume cada vez maior de insumos naturais. “Nós buscamos parcerias com indústrias para que elas possam produzir e também exportar produtos de maior valor agregado”, ressalta.
Reconhecimento internacional
A inovação desenvolvida pela Beeotec já atravessou fronteiras brasileiras e tem patentes depositadas em 47 países. Chamou a atenção de pesquisadores australianos, que estavam em busca de uma suplementação animal para sua pecuária que fosse solúvel e estável em água. A startup foi a única empresa brasileira selecionada pelo projeto “Less Methane” da Central Queensland University, patrocinado pela MLA (Meat & Livestock Australia). “Nós participamos ao lado de mais de 30 inovações vindas de grandes players mundiais de saúde animal e conquistamos o segundo melhor resultado global. Para nós, isso foi uma conquista importante, que mostra que podemos contribuir para o negócio dos pecuaristas e, paralelamente, para a melhora climática”, conclui Erlei.
Última atualização em 11 de dezembro de 2023