Por Leandro Kaster, gerente corporativo de Processos e Eficiência Industrial da Razen
Mostrando que a Indústria 4.0 está revolucionando as linhas de produção, as tecnologias empregadas nos processos operacionais ganham cada vez mais força. Estima-se que até 2025 as técnicas industriais 4.0 poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%.
Além disso, o consumo de energia deve ficar entre 20% e 40%, e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%, segundo dados da consultoria McKinsey.
Atualmente, um dos grandes fatores que contribuem para a diferenciação das empresas no mundo dos negócios é a gestão do conhecimento e a capacitação de seus trabalhadores para esta nova fase dos processos produtivos.
Isto é, com volume crescente de dados em nuvem, rastreabilidade, realidade aumentada, IoT, big data, entre outras tecnologias.
A tendência é que essas e outras soluções cresçam e sejam continuamente expandidas, já que geram impactos positivos nos processos e operações, assim como no modelo de trabalho industrial.
O foco principal do setor, no fim, está em garantir eficiência operacional. Os dados evidenciam que esta revolução vai muito além da simples aplicação de novas tecnologias.
Como em grandes transformações industriais ocorridas no decorrer da história, o foco em eficiência operacional, algo muito presente nos últimos anos, tem provocado impactos e modificado os modelos de produção.
Contudo, diante de uma nova realidade produtiva, onde as atividades de uma indústria estão conectadas cada vez mais, são necessárias sérias adaptações. Bem como, uma rápida capacitação por parte do trabalhador para se manter atualizado.
Apesar disso, ainda são poucas as empresas que encaram a indústria 4.0 como aliada no desenvolvimento e sustentabilidade dos negócios.
Tecnologias 4.0
O setor sucroenergético, no qual atuo, é um dos grandes segmentos com potencial para aumentar o valor agregado de suas operações, considerando a versatilidade da cana-de-açúcar e os produtos resultantes dessa matéria-prima (açúcar, etanol, biomassa para energia limpa, entre outros).
As boas práticas de manejo, planejamento, qualidade e operação nas lavouras resultaram num melhor TCH (Toneladas de Cana por Hectare).
No entanto, é preciso aliar essas ações com a padronização de processos e implementação de novas soluções na indústria, tão fundamentais para a resiliência do setor.
Atualmente, tecnologias alinhadas com o conceito indústria 4.0 podem ajudar a reduzir desvios e falhas, garantindo maior produtividade para empresas do segmento.
Desperdícios reduzem a produtividade e geram consequências diretas nos resultados das empresas.
Com isso em mente, é preciso definir estratégias para mitigar esses impactos e investir no máximo aproveitamento dos recursos.
Uma das dicas mais importantes relacionadas à eficiência operacional é a substituição de tarefas pouco produtivas e processos custosos.
Esse é o caso do uso dos gêmeos digitais, em que é possível testar diferentes situações em um protótipo on-line idêntico ao físico. Com ele, temos maior previsibilidade das variações e, portanto, conseguimos minimizá-las.
Dessa forma, a tecnologia otimiza os custos, ao passo em que diminui o tempo de máquinas paradas, gastos de manutenção e aumenta a disponibilidade de uso dos produtos.
Ainda voltada ao segmento, existem soluções como o Controle Avançado, que reduz a instabilidade do processo. Essa tecnologia que permite a operação da planta próxima dos seus limites, melhorando o rendimento, produtividade e lucratividade, a inovação resulta em uma qualidade do produto mais uniforme e maior redução no consumo de energia.
Padronização e otimização na indústria
Sobretudo, há inúmeros sistemas e ferramentas dedicadas à padronização e otimização industrial, com soluções que incluem rever o layout para maximizar o aproveitamento de máquinas. Bem como, planejar a produção a fim de reduzir perdas de matérias-primas.
A implementação de soluções que gerem maior confiabilidade, integridade e disponibilidade das operações em tempo real devem estar presentes na indústria. Essas já são essenciais para a manutenção do segmento, responsável por 22,2% de todo o PIB nacional.
Complementar a isso, capacitar os operadores é um dos serviços essenciais para a eficiência operacional, considerando que funcionários precisam conhecer as novas tecnologias do mercado para aplicá-las e utilizá-las da maneira correta.
Invariavelmente, recursos como tempo e colaboradores são melhor utilizados a partir das otimizações de processos ou inserção de novas soluções.
Nesse sentido, países em desenvolvimento, como o Brasil, precisam olhar para ações focadas em eficiência operacional na indústria como um meio de aceleração do crescimento econômico.
Para isso ocorrer, serão necessários investimentos em pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias, e a criação de políticas educacionais voltadas à formação de mão de obra qualificada.
O setor industrial brasileiro precisa enxergar a padronização e digitalização como meios de manter-se competitivo no mercado global. Já que é evidente que a preparação e otimização dos processos ajuda no desenvolvimento das indústrias e, por consequência, do país.
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Última atualização em 6 de março de 2023