Expansão Ferroviária: O Caminho para Reduzir Custos e Potencializar a Competitividade do Agronegócio

Importância das Ferrovias para o Setor Agropecuário Brasileiro

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou recentemente o papel crucial das ferrovias no desenvolvimento do setor agropecuário durante uma audiência pública que ocorreu na Comissão de Infraestrutura do Senado. Este evento, que aconteceu numa quinta-feira movimentada, reuniu tanto representantes de instituições públicas quanto privadas com o objetivo de discutir estratégias sobre as concessões e a possível expansão das ferrovias no Brasil.

É evidente que o transporte ferroviário possui vantagens significativas para o setor agropecuário. No entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios em ampliar sua malha ferroviária de maneira eficaz. A ideia central girou em torno de como essa expansão não só ajudaria a reduzir custos, mas também diminuiria o impacto ambiental, algo que vem se tornando cada vez mais relevante para a sustentabilidade do setor.

Transporte Rodoviário: Predominância e Desafios

Atualmente, mais de 60% das cargas no Brasil são transportadas por rodovias. Este fato foi destacado por Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA. Ela enfatizou as desvantagens desse método de transporte, mencionando os altos custos envolvidos e os impactos ambientais negativos.

Lopes destacou que, apesar de serem o modo predominante, as rodovias trazem inúmeros desafios, sobretudo em relação à sustentabilidade. Do ponto de vista econômico e ecológico, as ferrovias oferecem uma alternativa mais viável e futurista para o transporte de cargas agrícolas no Brasil.

Deficiências na Infraestrutura Ferroviária

Enquanto o Brasil avança lentamente no que diz respeito à infraestrutura ferroviária, ainda existem regiões, como Matopiba, Mato Grosso e Rondônia, que são desprovidas de linhas férreas adequadas. Essas áreas, responsáveis por 70% da produção de grãos do país, mostram uma clara discrepância entre o crescimento da produção e a infraestrutura disponível para o escoamento dessa produção.

A ausência de uma densidade ferroviária apropriada nessas novas fronteiras agrícolas sublinha a necessidade urgente de investimento. É como ter uma máquina potente, mas sem a gasolina necessária para fazê-la funcionar eficientemente. Isso acaba criando gargalos que afetam a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global.

Ferrogrão: Um Exemplo de Expansão Necessária

A construção de novas linhas férreas, como a Ferrogrão, é vista pela CNA como um passo vital para aumentar a competitividade do agronegócio. Com uma extensão de 933 quilômetros, essa ferrovia conectará Sinop (MT) a Miritituba (PA). Estima-se que sua construção possibilite uma redução de 30% nos custos de transporte de carga, além de contribuir significativamente para a redução das emissões de CO2.

É como se fosse um grande trilho que possibilita o movimento ágil de produtos de uma região produtiva para outra. A Ferrogrão não é apenas um projeto de infraestrutura, mas sim uma estratégia para potencializar a economia agrícola do Brasil, permitindo que esta floresça em um mercado cada vez mais competitivo e exigente.

Números que Justificam a Expansão Ferroviária

Elisangela apresentou números reveladores durante a audiência. Atualmente, apenas 18,5% do volume transportado nas linhas férreas é de produtos agrícolas, enquanto a maior parte, 72%, consiste em minério. Enquanto o volume de produtos agrícolas transportados permaneceu estagnado em 20% desde 2010, a produção de grãos aumentou expressivamente.

Esses números destacam a necessidade urgente de investir em infraestrutura ferroviária que seja compatível com a crescente demanda. É como ter um copo pequeno tentando segurar uma enchente: o potencial está lá, mas as capacidades de gerenciamento e distribuição precisam ser melhoradas para realmente capitalizá-lo.

Apoio Político e Urgência nos Investimentos

A CNA apelou ao Senado para agilizar a tramitação do projeto Ferrogrão no Supremo Tribunal Federal. Com a previsão de que a produção de grãos do Brasil atinja 149 milhões de toneladas até 2034, a necessidade de investimentos em infraestrutura ferroviária se torna cada vez mais urgente para atender à demanda crescente.

Este pedido de apoio não é apenas uma questão logística, mas também uma questão estratégica para garantir que o Brasil continue a ser um jogador importante no mercado agrícola global. A infraestrutura adequada pode ser a diferença entre ganhar ou perder espaço no competitivo campo do agronegócio.

O Impacto Ambiental Positivo das Ferrovias

Um dos argumentos mais convincentes para a expansão das ferrovias reside em seu impacto ambiental positivo. Diferente das rodovias, as ferrovias emitem significativamente menos CO2, contribuindo para um meio ambiente mais limpo e sustentável.

Adotar o transporte ferroviário em larga escala não é apenas uma decisão econômica, mas também uma escolha responsável que alinha o crescimento econômico com a preservação ambiental. É como plantar uma árvore que, dia após dia, oferece mais sombra e frutos.

Os Próximos Passos para o Crescimento Sustentável

O caminho para o crescimento sustentável do agronegócio no Brasil passa, inevitavelmente, pela melhoria da infraestrutura ferroviária. A partir dessa expansão, não só o setor agrícola se beneficiará, mas também outras indústrias que dependem de transporte eficiente.

O desafio agora é transformar essas discussões em ações concretas. Investir em ferrovias é investir no futuro do Brasil, garantindo que o país tenha as ferramentas necessárias para prosperar em um mundo onde eficiência e sustentabilidade estão cada vez mais interligadas.


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Última atualização em 24 de outubro de 2024

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