O desafio do pecuarista na época da seca
Quando o período da seca se aproxima, é comum que o pecuarista sinta certa angústia. As chuvas diminuem, as horas de luz diária também são reduzidas e, com isso, a produtividade do pasto cai drasticamente. Sem acesso a uma pastagem adequada, os animais começam a emagrecer e os lucros do produtor começam a diminuir.
É nesse momento que a suplementação dos animais se torna inevitável. No entanto, é necessário ter muito cuidado ao equilibrar as contas para garantir a saúde dos animais e também a saúde financeira do produtor.
A pesquisa de Cristina Barbosa
A pesquisadora Cristina Barbosa, do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou um estudo com o objetivo de encontrar uma dieta utilizando alimentos de baixo custo de produção para suplementar ovinos durante o período da estiagem.
Na pesquisa, foi avaliada uma combinação de alimentos, sendo eles: cana de açúcar, silagem de rama de mandioca e concentrado. A cana de açúcar, além de ter alta produtividade por área, é rica em energia e pode ser fornecida in natura para os animais. Já a rama de mandioca é um resíduo da cultura e, muitas vezes, é desperdiçada nas propriedades. No entanto, suas folhas são ricas em proteína, o que é essencial para a alimentação animal. As ramas também podem ser armazenadas em forma de silagem e conservadas para uso no período de estiagem.
Segundo Barbosa, após a realização dos estudos, foi possível determinar a melhor combinação desses ingredientes na dieta dos ovinos na fase de terminação. A proporção ideal é de 50% de cana de açúcar, 25% de silagem de rama de mandioca e 25% de concentrado.
Parceria de pesquisa
Esse projeto de pesquisa foi realizado em parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e uma instituição de pesquisa cubana. Além de Cristina Barbosa, outras pesquisadoras também participaram do estudo, como Márcia Cação, da APTA Regional, Gabriela Aferri, do IZ, Marcelo de Almeida Silva, da FCA-UNESP/Botucatu, Mabel Crespo Nicot e Marcelo de Almeida Silva, do Instituto de Ciência Animal de Havana, Cuba.
Última atualização em 9 de agosto de 2023
