Relações Comerciais Brasil-China no Setor Agropecuário
Participação da CNA em Seminário na China
A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sueme Mori, participou na quarta-feira, 5 de junho, de um seminário empresarial em Pequim. Este evento foi promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O principal objetivo foi discutir as relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e China. Durante seu discurso, Mori destacou a expansão e a história de sucesso do agronegócio brasileiro no mercado internacional, atribuída em grande parte à China.
Na mesma ocasião, Mori também participou da reunião das seções brasileira e chinesa do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). A diretora abordou diversos tópicos cruciais sobre como fortalecer ainda mais as relações comerciais entre os dois países, propondo uma maior cooperação e investimentos bilaterais.
Importância da China para o Agro Brasileiro
Em seu discurso, Sueme Mori pontuou que a China é uma peça chave para o sucesso do agronegócio brasileiro. Segundo ela, em 2010 o estoque de investimentos estrangeiros no Brasil era de US$ 7 bilhões e as exportações agropecuárias para a China totalizavam US$ 11 bilhões. Em 2023, esse número saltou para impressionantes US$ 60 bilhões, consolidando a China como o principal destino das exportações brasileiras, representando 36% do total exportado.
Essa relação não apenas fortaleceu a economia brasileira, mas também consolidou a confiança chinesa na capacidade do Brasil de fornecer alimentos em larga escala. A segurança alimentar é uma preocupação constante da China, e o Brasil desempenha um papel vital como fornecedor principal desse mercado.
Setor de Carnes e o Potencial Não Explorado
Durante seu discurso, Sueme Mori ressaltou a relevância do setor de carnes na pauta exportadora para a China. Este setor tem sido um dos pilares do sucesso das exportações brasileiras. No entanto, ainda há um potencial não explorado quando se fala na exportação de frutas. Segundo Mori, apesar de o Brasil ser o terceiro maior produtor de frutas do mundo, exportamos menos de 3% de nossa produção.
Isso representa uma oportunidade gigantesca para o Brasil expandir sua presença no mercado chinês, diversificando ainda mais a pauta exportadora e potencializando setores que ainda não são explorados em toda sua capacidade.
Reunião Anual do Conselho Empresarial Brasil-China
No mesmo dia, a diretora da CNA também esteve presente na reunião das Seções Brasileira e Chinesa do CEBC. Este foi um momento especial, pois também marcou a celebração dos 20 anos do Conselho e da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban).
Falando em nome das empresas do setor agro que integram o CEBC, Mori destacou que o sucesso do Brasil como potência agroexportadora se deve a certos pilares fundamentais, como o perfil empreendedor do produtor rural e o alto investimento em pesquisa e ciência. Estes fatores foram cruciais para a construção de um setor agropecuário robusto e sustentável.
Biotecnologia: Ciência e Inovação
Sueme Mori enfatizou a importância da ciência e da biotecnologia na jornada do Brasil para se tornar líder em produção agrícola. Ela destacou a biotecnologia como um exemplo de ciência aplicada que desempenha um papel essencial na busca por uma agricultura mais produtiva e de baixo carbono.
Entretanto, Mori afirmou que é necessário melhorar e ampliar a cooperação Brasil-China neste campo. A pesquisa é um caminho vital para avançar, e o diálogo bilateral precisa melhorar em benefício não só dos dois países, mas também da segurança alimentar global.
Desafio da Fome e Segurança Alimentar Global
Durante sua fala, Sueme Mori destacou que a fome é um desafio global. Com o aumento da população mundial, a demanda por alimentos só tende a crescer, tornando essencial um esforço conjunto para atender essa necessidade crescente. Ela enfatizou que o Brasil, como terceiro maior exportador de alimentos do mundo, possui um papel crucial na mitigação desse problema.
Nossa capacidade de produção é muito maior do que a atual, especialmente no setor de proteína animal. A China, como principal destino das exportações desse setor, continua a ser um mercado com potencial para crescimento sustentável, tanto em produção quanto em exportação. Isso é essencial não apenas para a China, mas para outros países ao redor do mundo.
Diversificação da Pauta Exportadora
Sueme Mori também apontou que a diversificação da pauta exportadora brasileira é um desafio significativo que precisa ser abordado. Atualmente, a pauta ainda não reflete a diversidade de nossa produção agropecuária. No entanto, o engajamento das empresas brasileiras do CEBC demonstra a importância de cada setor na relação com a China e o desejo de aprofundar essa relação.
Essa diversificação é crucial para garantir que o Brasil possa continuar a crescer como uma potência agroexportadora, atendendo a demandas variadas e explorando novas oportunidades no mercado internacional.
O Papel do Brasil no Cenário Mundial
Por último, mas não menos importante, Sueme Mori enfatizou o papel do Brasil no cenário mundial quando se trata de segurança alimentar. Com vastos recursos naturais e inovações tecnológicas contínuas, o Brasil está bem posicionado para fornecer alimentos de alta qualidade em escala global.
Isso requer, entretanto, um compromisso contínuo com a pesquisa, inovação e fortalecimento das relações internacionais, especialmente com parceiros estratégicos como a China. A colaboração entre os dois países pode abrir novas fronteiras para a agricultura sustentável e garantir a segurança alimentar para as futuras gerações.
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Última atualização em 12 de junho de 2024