Agora, mais do que nunca, a sustentabilidade se tornou um pré-requisito para aquisição de algum produto do mercado. Os consumidores têm exigido cada vez mais produtos sustentáveis como critério de consumo. Por isso, indústrias de diferentes setores vêm remodelando etapas de sua cadeia produtiva.
No setor de embalagens, por exemplo, é visível a mudança de cenário, já que um número crescente de empresas estão buscando alternativas de menor impacto ambiental para colocar seus produtos nas prateleiras.
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O mercado global de embalagens sustentáveis somou US$ 101,49 bilhões em 2022 e, até 2032, esse número deve mais do que dobrar, chegando a US$ 211,51 bilhões, segundo a consultoria Precedence Research.
Bioembalagens: uma alternativa sustentável
Com isso, as bioembalagens têm ganhado espaço como alternativa para a sustentabilidade. Essas opções são biodegradáveis ou compostáveis e fabricadas a partir de fontes renováveis.
Para Cintia Godoi, gerente de produtos e inovação da eeCoo, empresa especializada no segmento de bioplásticos, esse mercado ainda está em fase inicial, mas tem enorme potencial para crescer.
Fundada há pouco mais de uma década, a companhia que Godoi integra, viu a procura por seus produtos aumentar ano a ano.
Assim, em 2011, quando atendia a algumas dezenas de clientes, o catálogo contava com 12 itens. Hoje, são milhares de clientes em todo o Brasil e um portfólio com mais de 150 opções, entre copos, pratos, marmitas, bandejas, tigelas e afins.
A gerente afirma que: “As marcas vêm percebendo o interesse por produtos mais sustentáveis e solicitando à indústria de embalagens alternativas às opções atuais, provenientes de fontes não renováveis”.
Nesse sentido, a especialista observa que cada área tem avançado em ritmos diferentes.
No setor de alimentos especificamente, o varejo ainda caminha mais devagar, mas nos estabelecimentos com atendimento direto ao público e serviços de delivery, a busca vem crescendo depressa.
As vantagens do bioplástico
As embalagens biodegradáveis/compostáveis apresentam muitas vantagens em relação aos plásticos convencionais, mesmo tendo propriedades e usos semelhantes.
De início, uma das vantagens é não usar recursos fósseis, que são finitos e demoram centenas de anos para se decompor na natureza.
Um exemplo das vantagens das bioembalagens é da Já Fui Mandioca, de Diadema (SP). Elas se decompõem em apenas 90 dias.
Algumas se dissolvem no jardim, com a própria água da chuva, em torno de 20 dias e ainda viram composto para adubar as plantas.
Além disso, o menor uso de água na produção é outra vantagem. Segundo Já Fui Mandioca, seus copos, feitos de fécula de mandioca, requerem 100 vezes menos água para produzir do que os copos de plástico e 480 vezes menos que os de papel.
Um estudo ainda comprovou que as emissões de carbono geradas do início ao fim do ciclo produtivo dos copos ecológicos da empresa são negativas. Ou seja, além de não gerarem CO2 na sua fabricação, eles sequestram carbono da atmosfera.
Godoi salienta também que o segmento valoriza cadeias produtivas de fontes abundantes de amido e fibras naturais, das quais o Brasil é grande produtor mundial, como mandioca, milho, cana-de-açúcar. “Fortalece a agricultura familiar, gera emprego e renda no campo e cria um novo mercado consumidor para resíduos da produção agrícola”.
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Última atualização em 21 de junho de 2023