Alta na produção de embalagens plásticas flexíveis

Produzindo 2.167 mil toneladas, o setor de embalagens plásticas flexíveis se diferenciou dos demais setores da indústria que possuem o plástico como matéria-prima, em 2022. Isso porque, segundo pesquisa da Maxiquim e ABIEF, esse segmento registrou alta de 1,3% no volume de produção comparado a 2021, que teve 2.139 mil toneladas produzidas. 

Os dados ainda apontam que o faturamento registrou queda de 8,5% no ano passado, assim, fechando o ano próximo a R$ 40 bilhões. Em dólar, a queda foi de 5%. 

Segundo o pedinte da ABIEF, Rogério Mani, os números evidenciam a realidade da indústria “temos produzido mais, com menor rentabilidade”.

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Para ele, esta equação é justificada pela forte influência de fatores externos, como a alta no preço de algumas matérias-primas e insumos importantes para a indústria de flexíveis. 

Dessa forma, Mani recomenda às empresas cautela redobrada por conta da instabilidade econômica que continua rondando os mercados nacional e internacional. 

Conforme o presidente, há uma redução clara no consumo de diversos itens que utilizam embalagens flexíveis e por isso é preciso monitorar atentamente estes desafios do mercado. 

No entanto, por outro lado, continuamos vendo uma substituição expressiva de outros tipos de embalagem por plásticos flexíveis. “Este é um movimento global, que vem ganhando cada vez mais força ano a ano alavancado pelas vantagens intrínsecas às nossas embalagens: leveza, flexibilidade, possibilidade de reciclagem e de uso de materiais reciclados, inclusive pós consumo (PCR)”, sintetiza.

embalagens plásticas flexíveis

Consumo de resina na produção

Foram exatas 2.167 mil toneladas de resinas consumidas na produção brasileira de embalagens plásticas flexíveis.

Entre elas, 74% foi de PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade); 16% PP (polipropileno); e 10% PEAD (polietileno de alta densidade). 

A princípio, desse total, 114 mil toneladas foram de materiais reciclados, o que representou uma alta de 9% em comparação ao ano anterior.

Nesse sentido, cabe lembrar que 80% dos filmes produzidos no Brasil se destinam à produção de embalagens, o restante vai para o agronegócio (11%) e sacolas (9%). 

E o market share por tipo de embalagem produzida, ficou praticamente estável em 2022, com alta de 5% na participação de sacos e sacolas e de 3% de filmes shrink (encolhíveis). 

A participação de filmes stretch (estiráveis) caiu 2%. Nesse mesmo ano, as embalagens multicamadas aumentaram sua participação em 2% contra 1% das monocamadas. Mas vale lembrar que as monocamadas representam 51% do total produzido.

Mercado consumidor

Quanto aos mercados consumidores, a pesquisa Maxiquim indica que a vedete de 2022 foi a indústria de bebidas, com uma alta de consumo de embalagens flexíveis de 9%. 

Na sequência, o melhor mercado foi agropecuária, com alta de 7%, seguido por sacolas e sacos, com 2%. 

O de higiene pessoal, pet food e aplicações industriais registraram queda de, respectivamente, 9%, 3% e 2%. Já o de alimentos e limpeza doméstica se mantiveram estáveis. 

Sobretudo, vale lembrar que apesar da queda em 2022, 42% de todas as embalagens plásticas flexíveis produzidas no Brasil destinam-se a alimentos.

Mani pondera: “É um pouco preocupante que tenhamos registrado queda no faturamento do setor e no consumo per capita de embalagens plásticas flexíveis em 2022”.

Para ele, a boa notícia é que no mercado externo, as embalagens brasileiras tiveram melhor desempenho. 

Isso porque, houve uma alta de 4,9% nas exportações, totalizando 131 mil toneladas. Em faturamento, a alta foi ainda mais expressiva: 11,2%, chegando a US$ 369 milhões.

Vale lembrar ainda que a indústria de embalagens plásticas flexíveis representa, atualmente, 30% da produção total da indústria de transformação de plásticos, enquanto que na pauta das importações, a participação é de 12%. 

O presidente da ABIEF finaliza: “A expectativa para 2023 é de que a demanda brasileira de embalagens plásticas flexíveis siga a trajetória de crescimento apresentada nos últimos anos, impulsionada pela perspectiva de redução de inflação e de juros ao longo do ano”.

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Última atualização em 2 de maio de 2023

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