A bioeconomia: uma perspectiva promissora para o futuro da indústria.


**Bioeconomia Circular: O Caminho para uma Matriz Energética mais Verde**

A bioeconomia circular tornou-se uma peça central nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com o objetivo de alcançar uma matriz energética mais verde. No entanto, é importante destacar que a bioeconomia e a economia circular não são a mesma coisa.

Segundo a Comissão Europeia, a bioeconomia abrange a produção de recursos biológicos renováveis, bem como a conversão de recursos e resíduos em produtos de valor agregado de base biológica e bioenergética. Por outro lado, a economia circular visa manter o valor dos produtos, materiais e recursos na economia pelo maior tempo possível e minimizar a geração de resíduos. A bioeconomia circular é, portanto, a área de interseção entre esses dois campos.

Políticas adequadas são essenciais para permitir que a bioeconomia circular alcance todo o seu potencial e supere os desafios iniciais de desenvolvimento. Mais de 50 nações, incluindo a União Europeia, Estados Unidos, China, Índia e África do Sul, concordaram em lançar estratégias sustentáveis baseadas na bioeconomia, impulsionadas por pesquisas inovadoras em ciências da vida e biotecnologia. Estima-se que serão necessários até US$ 2 trilhões de investimentos globais anuais nas próximas três décadas para impulsionar setores como agricultura, produtos químicos verdes, biocombustíveis, bioenergia e serviços biotecnológicos.

No Brasil, a indústria de petróleo representa cerca de 10% do PIB e a indústria química cerca de 3%, de acordo com o Ipea e a Abiquim, respectivamente. Um estudo recente da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) concluiu que a total implementação da bioeconomia no país pode levar a um faturamento adicional de até US$ 284 bilhões por ano. Portanto, o Brasil tem a oportunidade de desenvolver políticas de transição para a indústria química com foco na bioeconomia circular, direcionando os recursos do petróleo para impulsionar a indústria nacional e superando as barreiras de países desenvolvidos.

A indústria química foi o único setor em que o uso de petróleo aumentou em 2020, representando aproximadamente 15% da demanda global. O uso de materiais leves, como plásticos, desempenha um papel importante na melhoria da eficiência energética em veículos, edifícios e construções. Atualmente, cerca de 15% do peso de um carro é composto por plástico, mas nos próximos 10 anos, esse percentual poderá chegar a 40%. No entanto, é crucial lidar com o descarte inadequado de plásticos para que eles possam contribuir de forma efetiva para uma economia mais verde.

Um estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) fornece possíveis soluções para o problema dos plásticos de uso único. A circularidade na bioeconomia é essencial para resolver os problemas de descarte incorreto de resíduos, sejam eles fósseis ou à base de bioenergia. Existem dois tipos de bioplásticos: os drop-in e os biodegradáveis. Os bioplásticos drop-in são materiais não biodegradáveis, mas obtidos a partir de fontes renováveis. Já os plásticos biodegradáveis ​​se degradam em condições ambientais específicas.

A Fundação Ellen MacArthur define economia circular como “4R”: redução, reuso, reciclagem e recuperação. Enquanto redução e reuso estão relacionados a mudanças nos hábitos de consumo, a reciclagem e degradação sustentável estão ligadas à circularidade na bioeconomia. Reciclagem e decomposição dos plásticos drop-in e biodegradáveis são soluções complementares.

Quando se trata de plásticos, enfrentamos desafios diferentes, desde o uso em painéis de carros, que possuem uma vida útil mais longa, até plásticos de uso único. A reciclagem nem sempre é viável devido à logística cara e ao alto consumo de energia, enquanto a biodegradabilidade requer condições específicas. Portanto, o Brasil precisa de um plano que coordene esforços entre agentes públicos e privados para fornecer financiamento e pesquisa necessários para estabelecer uma economia baseada em recursos renováveis. Isso permitirá que o país desenvolva uma indústria química integrada à bioeconomia e à circularidade, criando uma economia mais sustentável e competitiva.

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Última atualização em 20 de julho de 2023

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