A resina reciclada valia 70% do plástico virgem, agora é vendida 20% mais cara
A resina plástica PET reciclada teve alta no preço pelo mundo todo, batendo recordes e até mesmo superando o preço do material virgem.
Isso porque, as empresas na busca por atingir metas de sustentabilidade, preferem um material reciclado.
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Além disso, a pandemia também contribuiu para o aumento do consumo dentro dos lares, assim, acontecendo uma valorização do preço da resina.
Como explica Fernando Rodrigues de Barros, presidente da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil).
Bairros afirma que o preço subiu de R$ 400 o milheiro da embalagem pré-forma para R$ 800.
A princípio, esse aumento de preço da resina virgem gerou o aumento e a valorização da resina PET reciclada.
Para Auri Marçon, presidente da Abipet, a resina reciclada valia 70% da virgem passou a ser vendida até 20% mais cara.
Por exemplo, o quilo do PET coletado passou o preço médio de R$ 4, se aproximando do valor praticado para o alumínio.
Embora seja alta a demanda, pouco material é coletado, sendo também um fator que valoriza o material reciclado.
O consumo do PET reciclado
As grandes empresas que usam plástico em suas embalagens, vem propondo regras para aumentar o consumo do PET reciclado.
Por exemplo, a PepsiCo pretende aumentar 25% do conteúdo reciclado em embalagens plásticas e que 100% de suas embalagens sejam recicláveis, compostáveis ou biodegradáveis até 2025.
Já a Coca-Cola tem 99,4% do seu portfólio com embalagens recicláveis, com meta de chegar a 100%.
Nesse sentido, a Nestlé tem cerca de 95% das embalagens no país recicladas ou reutilizadas.
Agora, 100% das embalagens PET da linha iogurtes são recicladas.
A resina PET reciclada movimenta, por ano, cerca de R$ 3,5 bilhões.
Bem como, novos investimentos para grandes centros de triagem automatizados têm sido alvo de estudos de fundos de investimento, tendo potencial para aumentar a coleta.
Atualmente, no Brasil, a indústria do PET é capaz de produzir um total de até 1 milhão de toneladas de resina virgem.
Ou seja, estando bem acima das 685 mil toneladas estimadas de consumo interno em 2021, das quais quase todas foram para embalagens.
Iniciativa da Coca-Cola para aumento da coleta
A Coca-Cola, que tem o PET entre as principais matérias-primas, reformulou suas iniciativas a fim de conseguir ser mais efetiva na coleta do material.
Assim, ficará mais próxima da meta que tem de recolher 100% do que coloca no mercado.
A empresa lançou em julho, a Solar, uma engarrafadora que atua no nordeste, o programa Recicla Solar, que recolhe PET em Salvador, Recife e Fortaleza.
De início, o plano é de que ao fim do primeiro ano, se colete 7 mil toneladas.
Rodrigo Brito, gerente de Sustentabilidade Cone Sul da Coca-Cola América Latina destaca que “operar de forma mais sustentável é também reduzir riscos.”
Essas iniciativas ajudam ao incentivo da coleta da resina PET reciclada, uma vez que, o Brasil tem uma baixa capacidade para reciclar.
Sendo, em torno de 460 mil toneladas ao ano, em 2019 foram um total de 311 mil toneladas de PET recicladas, 23% correspondendo a novas embalagens.
O restante se aplicou nas indústrias têxtil, química e de acessórios automotivos.
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Última atualização em 24 de julho de 2022