Um tipo de plástico biodegradável para embalagem que prolongam a vida dos alimentos fora da geladeira foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em SP.
A princípio, o estudo contou com a parceria da (UFSCar) Universidade Federal de São Carlos e com a Universidade de Grenoble, na França. Sendo publicado na revista científica ‘International Journal of Biological Macromolecules’.
.
Nesse sentido, os cientistas esperam estabelecer novas parcerias, com o setor comercial, para a produção em larga escala.
Francys Moreira, professor da UFSCar, explica: “Por serem feitos a partir de resíduos, esses plásticos são competitivos em termos de custo”.
Além disso, ele aponta que com essas embalagens os alimentos irão durar mais tempo que nas embalagens convencionais.
Como é feito o plástico biodegradável?
A gelatina é o principal composto para criação do novo plástico, além dela, os cientistas adicionaram um pó feito com nanocristais de celulose.
Isso porque, os resíduos extraídos do eucalipto, são 100 mil vezes mais finos que um fio de cabelo.
Essa mistura se aquece e vira uma pasta. Em seguida, vai para uma estufa, onde ganha o formato de película.
Dessa forma, o novo filme fica pronto em 20 minutos, graças aos raios infravermelhos que aceleram a secagem.
Assim, sendo diferente do processo convencional, que leva até 24 horas porque usa a estufa.
De acordo com Liliane Leite, pesquisadora do estudo, nos testes, os queijos duraram até 30 dias fora da geladeira nas embalagens com o plástico biodegradável.
Principalmente, quando comparado às embalagens com plástico convencional.
A pesquisadora ressalta: “Até mesmo o queijo embalado com aqueles filmes que a gente encontra já no supermercado, esse novo plástico é muito superior. Já que esses filmes convencionais se deterioram em três dias”.
Barreira de proteção eficiente
Segundo os pesquisadores, a embalagem com plástico biodegradável cria uma barreira de proteção mais eficaz, impedindo a entrada de água e gases.
Ainda mais, os pesquisadores alegam que o novo plástico dá até para comer. “Os nossos filmes têm propriedades antioxidantes e antimicrobiana, que impedem a reprodução de microrganismos”, explica Liliane.
Com isso, bactérias e fungos são impedidos de ter contato com o material embalado, assim, levando a prolongação da vida útil do alimento.
Para o pesquisador da Embrapa, Luiz Henrique Mattoso, a ideia é que se use essa embalagem como primária.
Mattoso detalha: “Aquela que vai diretamente em contato com o alimento para protegê-lo e aumentar o tempo de prateleira”.
Dessa forma, ele acredita que o produto terá mais vida útil, além da diminuição do desperdício.
Quer estar sempre informado sobre a indústria do plástico? Preencha o nosso formulário para receber novidades e conteúdo de qualidade do mercado plástico.
O plástico cria barreiras de proteção que impedem a entrada de água e gases, tendo propriedades antioxidantes e antimicrobianas
Última atualização em 9 de setembro de 2022