Na Paraíba, um projeto de pesquisa desenvolveu um plástico biodegradável para automóvel.
A princípio, uma das matérias-primas que compõem essa inovação foi a fibra do sisal. No entanto, os pesquisadores buscam substituir a fibra por outra destacada como lixo: a fibra de coco.
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A pesquisa é intitulada “BestBioPLA” e quem coordena é a professora e pesquisadora Dra. Renate Wellen.
A pesquisa está em andamento desde 2019 nos laboratórios da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Federal da Paraíba (UFPB) e no Instituto Fraunhofer (IFAM).
O presidente da Fapesq, Roberto Germano, afirma que essa pesquisa atende os anseios em utilizar materiais biodegradáveis na indústria automobilística.
Ele destaca: “envolve alto investimento, destinado inicialmente a consumidores de carros de luxo que podem pagar um produto que atende a questão de preservação do meio ambiente”.
Eco eficientes de alta performance
Com o desenvolvimento desse projeto, síntese de novas resinas poliméricas e a fabricação de compósitos visando se aplicar na indústria automobilística, se geraram.
Por isso, durante o Encontro Internacional na UFPB, o presidente da Fapesq sugeriu a utilização da fibra do coco no compósito.
Já que o material é abundante no Brasil. Com isso, a ideia foi aceita como um desafio para as próximas etapas de pesquisa.
Renate Wellen explica: “O projeto tem por motivação o desenvolvimento de materiais eco-eficientes de alta performance para a indústria automotiva”.
A princípio, se utiliza matérias-primas regionais, óleo vegetal e fibras naturais de ambos os países, na produção de compósitos biodegradáveis.
Nesse sentido, foram cumpridas as etapas de análise dos compósitos, estabilidade térmica, fotodegradação, biodegradação e investigação requeridas pelo setor automotivo.
Atualmente, o estágio da pesquisa é nas peças plásticas biodegradáveis que se aplicam nas portas dos automóveis e já foram demonstradas na Alemanha.
Wellen explica: “Agora nós iremos aperfeiçoar a síntese do polímero utilizando a fibra de coco. Vamos buscar peritos em fibras de coco e iremos procurar empresas, tanto no Brasil quanto na Alemanha, que se interessem pelo projeto”.
Publicações de artigos científicos
O BestBioPLA já publicou mais de dez artigos científicos nas revistas internacionais de nível Qualis 1.
Como, por exemplo, a Composites Part B, Journal of Materials Research and Technology, Polymer Testing (Science Direct) e eXPRESS Polymer Letters.
Sobretudo, a publicação em revistas de alto impacto confere a afirmação da comunidade científica sobre o que está sendo desenvolvido tem um mérito científico.
Isso porque, o sistema de avaliação dos cursos de pós-graduação no Brasil considera tais publicações, as quais contribuem para o aumento no conceito.
Por isso, Wellen finaliza: “Estamos presentes no que há de mais alto nível internacional em desenvolvimento científico e tecnológico”.
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O material é desenvolvido com fibra do sisal, agora o desafio é produzir com fibra de coco
Última atualização em 7 de setembro de 2022