Pensando no avanço da digitalização industrial no Brasil, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, busca a reindustrialização como medida de fortalecimento e ampliar exportações para tornar a indústria do país 4.0.
Apesar do discurso positivo para reindustrialização, especialistas analisam que o Brasil precisa primeiro combinar com os chineses.
Para Alckmin, “a reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável”. Além disso, o ministro e vice-presidente destacou a urgência de promover a reversão da desindustrialização precoce ocorrida no Brasil.
Ele lembrou que a indústria responde por 29,35% da arrecadação tributária, ou seja, quase três vezes o seu peso na economia.
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Isso porque, nos últimos 30 anos, o Brasil – que tinha uma razoável base industrial – perdeu a chance de ser um player internacional em alguns nichos porque os Estados Unidos escolheram, no governo Jimmy Carter, a China como seu parceiro industrial.
Assim, eles transferiram a produção de milhares de fábricas para as províncias governadas pelo então presidente Deng Xiaoping.
Com isso, depois de 30 anos, a China de Xi Jinping ficou rica, adquiriu base tecnológica global, formou uma classe média alta de 400 milhões de pessoas e construiu empresas de classe mundial.
Nesse sentido, desde 2021, a China lidera com 60 mil pedidos por ano a concessão de patentes no mundo. Ou seja: o Xing Ling que a gente comprou no passado agora cobra royalties.
Portanto, será não apenas contra essa China 6.0, além dos Estados Unidos (com 20 mil patentes por ano), que a nova indústria brasileira terá que competir.
Naturalmente, sem pretensões de ser competitiva em todas as áreas, mas escolhendo nichos onde pode, de fato, ser competitiva. E sabendo que os chineses já chegaram nesses setores também.
Saldo positivo da indústria brasileira
Certamente existem áreas em que o Brasil pode ser competitivo no século XXI. Um exemplo disso é a indústria automotiva brasileira, que comemora alta de 22% nas exportações com 481 mil veículos, 27,8% mais que em 2021.
A princípio, esse dado surpreendeu devido às restrições de comércio exterior impostas pela Argentina.
Já que o Brasil compensou com outros mercados latino-americanos, em especial México, Colômbia e Chile com SUVs, caminhões e ônibus. Para este ano, a expectativa da Anfavea é de 467 mil unidades.
Propostas para um Brasil 4.0
Para colaborar com o processo de avanço digital industrial e a reindustrialização no brasil, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), apresentou a agenda ‘Propostas Firjan para um Brasil 4.0’.
Nesse plano, a princípio, contém 62 proposições para a esfera federal, e 41 para esfera estadual.
No âmbito nacional, foram destacadas a volta do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e aquelas propostas que podem ter efeito substancial em curto espaço de tempo. Isto é, sobre a produtividade da economia nacional.
Sobretudo, a Firjan ressalta ainda a necessidade de atenção especial para a indústria de Defesa, para a Economia Criativa, e para uma visão sistêmica do Complexo Econômico Industrial da Saúde.
Segundo o presidente da federação, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, esses são setores fundamentais para o desenvolvimento do país.
Assim como, possuem grande potencial para alavancar o crescimento econômico do estado do Rio.
A agenda da Firjan, com dados sobre o cenário econômico brasileiro, comparações internacionais e as propostas nas esferas federal e estadual, pode ser acessada clicando aqui.
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Enquanto grandes economias do mundo avançam na evolução industrial, o Brasil galopa para ser 4.0. Analistas apontam dificuldades na indústria brasileira para se tornar competitiva
Última atualização em 27 de janeiro de 2023