Artigo mostra que, se tratando de práticas ESG, o líder irá se diferenciar de suas decisões de negócio se forem social e ambientalmente responsáveis
O papel da liderança dentro das empresas é largamente discutido há muitas décadas. Com a transformação das relações humanas, de trabalho e com o ESG, a liderança nas corporações também mudou seu perfil sensivelmente.
Há 10 anos, no Brasil, o líder mais valorizado era majoritariamente aquele que visava o retorno ao acionista, que focava mais em resultados. Várias empresas se tornaram referências de sucesso em gestão seguindo essa premissa.
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Atuo com seleção e desenvolvimento de líderes há 18 anos e tive a oportunidade de entrevistar quase 20 mil executivos(as). Ao longo dos últimos anos, ocorreram as mais drásticas transformações no papel da liderança na história recente.
O tempo parece que avança na velocidade da luz e a tendência de hoje vira passado em um piscar de olhos!
Entendo que o líder do futuro tem que reunir na sua caixa tudo aquilo que aprendeu na sua jornada. Mas, além disso, três novas importantes ferramentas: ter um bom mindset digital, ser inclusivo e alinhado aos princípios ESG – Environmental, Social and Governance.
A ligação entre ESG e a liderança nas corporações
Por que um líder tem que ter um bom mindset digital? Isso vai muito além da necessidade do profissional que trabalha home office utilizar ferramentas para se comunicar.
Esse líder tem que ser uma pessoa ágil, que consegue lidar com cenários de alta complexidade e ambiguidade. Afinal, é o perfil que consegue tomar risco, não desiste e possui espírito empreendedor e inovador.
O líder do futuro é aquele Controller que não se limita a gestão financeira e tem a iniciativa de desenvolver um aplicativo para automatizar o reembolso de despesas dos colaboradores. Ou aquele Head de Compras que pede a área de tecnologia para criar um portal que otimize o fluxo de informações e a experiência dos fornecedores com os quais se relaciona.
Tem que ser colaborativo e não ter medo de dividir informação, pois entende que, quanto mais informação é dividida, surgem soluções e ideias de forma mais rápida. Um cenário de co-criação potencializa processos e resultados.
Por que um líder atual tem que ser inclusivo?
Um líder inclusivo tem que criar um ambiente confortável para as pessoas mostrarem a sua essência e suas opiniões. Dessa forma, integrando profissionais de diferentes raças, culturas, gêneros, orientação sexual, entre outros.
Na diversidade, as questões de gênero seguem no centro das discussões, com a mulher ganhando espaço na liderança em alguns mercados que até então eram ocupados majoritariamente por homens. Passou de uma luta de ideais para se tornar algo real.
Portanto, já no que diz respeito ao seu alinhamento com práticas ESG, o líder irá se diferenciar se suas decisões de negócio forem social e ambientalmente responsáveis.
Hoje em dia é relativamente fácil garantir que um escritório de 50 pessoas que opera na Faria Lima em São Paulo seja carbono neutro, por exemplo. Há empresas que viabilizam isso a partir de menos de R$ 100 (cem reais) por mês.
Conceitos de ESG no time e liderança nas corporações
Pesquisas recentes mostram que impactar positivamente a comunidade ao seu entorno e implementar ações sociais que estejam conectadas com o seu propósito melhoram a percepção dos clientes em relação a sua marca e, em última instância, a capacidade do líder de atrair e reter talentos.
As empresas responsáveis pela seleção de pessoas devem ter um time capacitado para não adotar vieses inconscientes na avaliação de um profissional – seja de gênero, raça, orientação sexual, origem, deficiência, religião, características físicas, idade, entre outros.
O objetivo com essa ação é remover barreiras invisíveis que dificultem a formação de um quadro de profissionais de alta performance e ao mesmo tempo diverso e inclusivo.
Por isso, é preciso ser proativo na busca por profissionais que pertençam a grupos de minorias com o objetivo de diversificar e qualificar o banco de dados de corporações conscientes.
Além disso, não adianta falar de diversidade sem trazer isso para dentro de casa.
“Life long Learning” é um novo termo em inglês que resume bem a responsabilidade que recai sobre os ombros dos líderes atuais. Mas uma coisa é fato: é uma estrada sem volta em uma única direção: as mais novas e intensas transformações.
*Por Carlos Eduardo Altona, o co-fundador da empresa PR da Exec – consultoria brasileira especializada na seleção e desenvolvimento de executivos(as) e conselheiros(as).
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Última atualização em 30 de julho de 2022