Pesquisa da CNI revela, no entanto, que apesar de a maioria ter inovado, em geral as pequenas empresas ainda não têm estrutura para tornar a inovação industrial uma atividade contínua.
As pequenas empresas sabem da importância estratégica da inovação para que se mantenham no mercado e sejam competitivas, mas ainda esbarram em dificuldades para inovar.
É o que apresenta a pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Instituto FSB Pesquisa junto a executivos de 500 indústrias de pequeno porte (de 10 a 49 empregados).
De acordo com os dados, 82% dessas empresas passaram por alguma inovação pelo menos uma vez nos últimos três anos.
No entanto, apesar de a grande maioria ter inovado, em geral as pequenas empresas ainda não têm estrutura para tornar a inovação uma atividade contínua.
Segundo a pesquisa, 68% não possuem uma área de inovação e 76% não têm orçamento específico para inovação nem profissionais dedicados exclusivamente a esse fim.
Mas para 57% dos executivos, a importância que a empresa dá para a inovação é alta ou muito alta.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, alerta que a inovação será cada vez mais importante no pós-pandemia.
Afirma que “A destinação de recursos financeiros para ciência, tecnologia e inovação será fundamental para o país sair forte da crise”.
E complementa ser importante “Para a indústria buscar alternativas diante das incertezas que ainda se encontram as relações entre países, para enfrentarmos problemas como a falta de insumos para a produção nos mais diferentes setores”.
Ganhos com inovação industrial na pandemia
Todavia, os números mostram ainda que, durante a pandemia, 68% das pequenas indústrias inovaram e tiveram ganhos de lucratividade, produtividade e competitividade.
De acordo com a pesquisa:
- 45% das empresas apontaram que a dificuldade para inovar no período de Covid-19 aumentou;
- 19% consideram que a dificuldade para inovar no período diminuiu;
- 36%, consideram que ficou igual.
Entre as principais dificuldades para inovar durante a pandemia está o acesso a recursos financeiros de fontes externas à empresa, o que foi declarado por 20%.
Na sequência, aparecem:
- A dificuldade para contratar profissionais (9%);
- Para obter mão de obra qualificada (6%),
- De orçamento na empresa (6%);
- De acesso à cadeia de fornecedores (5%).
Do universo de 500 pequenas indústrias entrevistadas 78% sentiram o impacto da pandemia sobre seus negócios, sendo que:
- 27% disseram ter sido muito prejudicadas;
- 14% prejudicadas;
- 17% mais ou menos prejudicadas;
- 20% um pouco prejudicadas.
Para 55% dos executivos, a cadeia de fornecedores ficou entre o primeiro e segundo aspecto mais impactado pela pandemia, seguido pelas vendas (50%) e pela relação com os trabalhadores (19%).
Reflexos da inovação na pandemia
A pesquisa revela também que 45% das pequenas empresas tiveram mais dificuldades em inovar por conta da pandemia.
No entanto, para 19% que considerava difícil inovar, o processo melhorou na pandemia.
Os executivos consideram as parcerias importantes para inovação em suas empresas. Segundo eles, os principais parceiros que refletem na inovação industrial são:
- fornecedores (16%);
- bancos (15%);
- outras empresas (11%).
Em contrapartida, a inovação industrial é considerada essencial por 68% das pequenas empresas que não fizeram inovação nesse período.
Pensando num mundo pós pandemia, 80% afirmam que terão que investir em inovação para crescerem ou se manterem no mercado.
As regiões Nordeste (93%) e Sul (81%), sob o mesmo ponto de vista, são as que mais acreditam na inovação para o futuro das empresas.
Avanços das tecnologias
Considerando a inovação industrial nesse período da pandemia, 78% das empresas avançaram, em algum nível, na adoção de novas tecnologias digitais.
Dessa maneira, 49% das empresas aumentaram o volume de vendas durante a pandemia, 47% estão produzindo com mais eficiência e 46% ampliaram o volume de produção.
Dessa forma, é possível perceber como a inovação e adoção de novas tecnologias impactaram positivamente no desempenho das pequenas empresas durante a pandemia.
Então, os executivos destacaram, ainda, que a relação com o cliente e o marketing são os itens prioritários para o pós-pandemia.
Já para os próximos 3 anos, as prioridades serão a ampliação do volume de vendas, a produção com menos custos e mais eficiência, além disso, o aumento do volume de produção.
Trabalho remoto durante a pandemia
O trabalho remoto mudou a realidade de muitas empresas, a princípio, durante a pandemia e nas pequenas indústrias o cenário não foi diferente. Nesse período, 43% das empresas adotam o trabalho remoto.
As regiões Nordeste e Sudeste foram as que mais tiveram empregados em trabalho remoto, foram 52% e 45% das empresas, respectivamente.
Um total de 35% das pequenas empresas que adotaram o home office vão manter esse modelo em definitivo no pós-pandemia, enquanto outras 65% dizem que não pretendem aderir a esse modelo de trabalho.
Com as empresas adotando o modelo de trabalho remoto durante a pandemia, a adoção de novas ferramentas se fez necessária e elas dizem que vão manter.
A pesquisa mostra que 45% das pequenas empresas tiveram que investir em ferramentas para condução de reuniões online, 43% investiram em serviços de armazenamento na nuvem e 42% em ferramentas de automação.
Última atualização em 3 de agosto de 2022