A demanda por resinas termoplásticas cresce 18% no primeiro trimestre de 2023
De acordo com o levantamento da Diretoria de Economia, Estatística e Competitividade da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a demanda interna do conjunto de resinas termoplásticas (exceto PVC), medida pelo Consumo Aparente Nacional (CAN) – produção mais importação, excluindo as exportações – aumentou 1,8% no 1º trimestre de 2023, comparado ao mesmo período do ano anterior, alcançando um volume de 1,44 milhão de toneladas.
Produção e exportações não acompanham o crescimento da demanda
Dentre os componentes do CAN, a produção e as exportações não acompanharam o crescimento da demanda e apresentaram quedas expressivas de 17,4% e de 31,1%, respectivamente, na mesma comparação.
Importações têm alta de 42,7% e ocupam maior fatia do mercado doméstico
O volume de importações dos mesmos produtos teve uma alta de 42,7%, passando a ocupar uma fatia de 10 pontos percentuais maior do mercado doméstico, de 37%, contra 27% do 1º trimestre de 2022, com elevações em todas as resinas, sobretudo pela inserção desses produtos na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (LETEC), em agosto do ano passado.
Deficit absoluto em toneladas cresce 538,1%
Como resultado, o déficit absoluto em toneladas cresceu 538,1% no 1º trimestre de 2023, passando de 48,76 mil toneladas no 1º trimestre de 2022 para 311,16 mil toneladas no 1º trimestre de 2023.
Piora no desempenho do mercado interno
A retirada do Regime Especial da Indústria Química (REIQ) e a redução das alíquotas do imposto de importação de algumas resinas termoplásticas são fatores que contribuíram para a piora no desempenho do mercado interno. A decisão recente do governo federal de retirada das resinas termoplásticas da LETEC, a partir de 1º de abril de 2023, busca corrigir essa distorção.
Nível de utilização da capacidade instalada das resinas termoplásticas
A menor produção também impactou expressivamente o nível de utilização da capacidade instalada das resinas termoplásticas, que recuou treze pontos percentuais na média dos primeiros três meses de 2023, ante igual período do ano passado, ficando em apenas 68%, o que representa uma ociosidade preocupante de mais de 30%.
Instabilidade internacional e conflitos geopolíticos impactam o setor
Segundo Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, a indústria tem sofrido com o ambiente internacional de instabilidade, com alta da inflação em diversos mercados e o conflito entre Rússia e Ucrânia, que modificou a dinâmica de preços dos energéticos no mercado mundial. O desbalanceamento momentâneo entre a oferta e a procura por produtos químicos ocorre em um cenário desfavorável da economia nacional e internacional.
Source: blogdoplastico.wordpress.com
Última atualização em 25 de agosto de 2023