O artigo de Gilberto Baksa da Pensei Nisso explica como a metodologia e capacitação de funcionário beneficia toda a empresa
Confira o artigo por Gilberto Baksa, fundador da Pensei Nisso, que traz seu olhar sobre a importância da capacitação de funcionários e como ela influencia todos os níveis hierárquicos.
Primeiramente, quero deixar claro que este texto expressa minha opinião, sobre o que eu entendo como uma necessidade entre os profissionais que atuam nas empresas hoje e representam o sucesso ou o fracasso profissional, seja ele qual for e em qual esfera ele esteja relacionado.
A importância da capacitação é um tema que eu considero extremamente delicado de ser tratado. Deve ser visto primeiramente considerando a mente aberta e pensamentos flexíveis a muitos fatos.
Não há julgamentos de atitudes aqui, este tema sempre foi polêmico e dificilmente as pessoas gostam ou aceitam tratar, pois expõe a capacidade de cada indivíduo em resolver situações problemas, seus métodos de trabalho escolhidos e a cultura empresarial e profissional na qual ele foi criado ou está inserido, além das suas próprias habilidades.
E antes que você possa perguntar, este artigo em torno da capacitação de funcionários pode sim ser relacionado a todos os níveis hierárquicos, cargos ou funções. Não é preciso ter conhecimento técnico para entender o que está escrito nas próximas 900 palavras.
Não vou falar sobre nenhum tema desconhecido, mas sim, sobre capacitação de funcionários, uma forma de lidar com as situações, questões e problemas cotidianos que encontramos em qualquer empresa, seja ela na área de plásticos ou não.
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Cobrança x Produtividade
Mas, no mercado do plástico em particular, há uma categoria denominada de “processistas”.
Sua especialização está entre aquela pessoa que nunca trabalhou com plástico na vida. Contudo, ela é colocada ali com grandes responsabilidades técnicas e o graduado ou formado em nível superior, passando pelo auxiliar, pelo técnico, tecnólogo entre outros.
Muitas vezes estes profissionais receberam excelentes, ótimas ou boas orientações. Todavia, ouço de muitos deles que não tem TEMPO no seu dia a dia para aplicarem suas experiências, conhecimentos e/ou habilidades na área de transformação de plásticos.
Estes profissionais deixam de fazer o que realmente deve ser feito. Além disso, muitos jogam com a SORTE para acertar a regulagem daquele produto ou máquina e que sempre dá trabalho para ser regulado, ou se manter estável durante toda a produção.
A cobrança com relação a produtividade e com a entrega dos produtos, leva muitas vezes a induzirem ao erro, quebras e constantes intervenções, fora o risco de reprovação dos itens produzidos, bem como a grande chance de ter que retrabalhar tudo isto novamente.
Nestes casos eu costumo dizer que não há experiência vivida que possa ajudar a resolver estas questões, mesmo este “processista” sendo o funcionário mais habilidoso.
Se ele não tiver uma metodologia e souber aplicá-la, dificilmente poderá garantir que o que ele fez como “solução” possa, definitivamente, ter resolvido o problema.
Outro fato que me intriga é a questão de cada líder, supervisor, regulador, preparador ou trocador de molde de cada turno, ter que mudar a regulagem de máquina. Tudo isso, apenas para atender seu ego ou apenas porque acredita ser mais “favorável” à injeção das peças, simplesmente por puro capricho.
No outro lado, temos o gestor da área, que com a capacidade técnica de seu funcionário, precisa acreditar que o que ele está fazendo é o certo. Uma vez dado o fato deste ter muita experiência em seu trabalho, ter colocado toda sua dedicação e ter a plena confiança em seu funcionário que já se tornou o MODELO dentro da corporação, pelo simples fato apenas dele ter centralizado tudo na mão apenas deste, tornando este tipo de funcionário o IMORTAL perante a todos os outros.
Qual a ligação entre a capacitação de funcionários e a competitividade?
Por que estou citando estes exemplos?
Existem muitas maneiras de se trabalhar, mas se provar que tudo está correto, não há por que duvidar!
Este é o ponto que quero chegar.
Um de meus alunos conversou comigo, pois entrou em conflito com um dos supervisores da fábrica onde trabalha.
Como desenvolveu um método de regulagem de máquina diferente, este rapaz começou a se destacar. A metodologia o ajudava a analisar, entender e corrigir os problemas de processo e como consequência, resolvê-los.
O fato se tornou desconforto para o supervisor, sentindo-se ameaçado.
Porém ao invés de agir como LÍDER, tomou uma atitude que desmotivou e podou todas as ações daquele funcionário que se destacava dos demais.
Este tipo de comportamento é muito comum entre profissionais do setor. Com isso, demonstram a insegurança quanto ao conhecimento sobre o processo, ações a serem tomadas e capacidade de lidar com a equipe, além das ameaças dentro e fora da empresa.
Eu mesmo já passei por isso e poucas pessoas sabem lidar com sabedoria diante desta situação.
O que acontece depois é que o funcionário que foi desmotivado, tem a tendência a procurar outras oportunidades e peça a conta. Dessa forma, parte para um novo desafio por conta da insatisfação, ou o líder ameaçado, na primeira oportunidade coloque este funcionário para correr.
Existem maneiras de lidar com estas situações. Muitas vezes conseguimos manter a equipe de forma sólida e racionalmente controlada, e desta forma, garantir bons resultados sem a geração de conflitos e/ou confrontos.
O benefício da capacitação de funcionários
O treinamento e a capacitação de funcionários é uma das ferramentas que podem ajudar a nivelar o conhecimento entre a equipe e trazer a todos para um mesmo nível.
Mas há empresários que têm um pensamento limitado, que não dão valor e devida importância à capacitação e ao treinamento e não acreditam nos seus resultados.
Já ouvi de muitos que, quando capacitam demais seus funcionários, eles podem mudar de empresa. Mas isto só ocorre por conta da insatisfação de ambos os lados, do funcionário por não ver a colaboração da equipe e do empresário, por achar que seu funcionário pode ir embora, pois está mais sábio e capaz que antes e pode agora arrumar algo que pague melhor.
Esta equação é motivo de preocupação. Uma vez que, sem um plano de carreira, mais cedo ou mais tarde você perderá seus funcionários desmotivados pelos salários baixos e falta de interesse na empresa.
Portanto é fundamental traçar planos de crescimento para todos e não importa quantos funcionários possua, destacando sempre a importância de capacitar.
Treinar auxiliares de produção para que um dia eles se tornem operadores de máquinas. Operadores de máquinas para que um dia eles se tornem trocadores de Molde ou Reguladores/Preparadores de Matéria Prima/Máquinas.
Capacite seus preparadores para que eles se tornem futuros técnicos de processo, tecnólogos de processo ou até mesmo engenheiros de processo.
A capacitação gerando oportunidades dentro e fora da empresa
Nós, seres humanos, sempre estaremos a favor do crescimento, gerar oportunidade é cativar o funcionário a permanecer na ativa quanto aos seus estudos, a ganhar conhecimento e se aprimorar cada dia mais.
Além da importância de capacitar, trata-se de uma forma de dar a ele condições para que ele cresça pessoalmente, profissionalmente e seja visto com bons olhos na empresa, para muitas outras oportunidades.
Motivar garantirá que ele não queira sair, pois não precisa buscar nada fora, dessa forma, ele sabe que a oportunidade que busca está dentro da sua própria empresa.
Quebrar o mito do “Santo de casa não faz milagres!”. ELE FAZ SIM, basta ter fé e vontade de aprender, só não o faz porque está desmotivado, aí está a importância de capacitar.
E quem está nesta situação já não tem mais fé, não tem mais vontade de se empenhar pela empresa, pois sabe que mesmo que fizer, não será reconhecido e apenas terá perdido mais uma vez seu tempo em mostrar que é capaz, mas ninguém lhe deu seu valor.
Novas atitudes da equipe para 2022
O ano de 2022 está aí, novas oportunidades de começar o ano diferente. Portanto, seja você o agente de mudança e faça com que este ano possa trazer mais alegrias, felicidade, progresso profissional e pessoal.
Se seu “patrão” não quer investir em você, faça isso por você mesmo. Se ele quer investir em você, mostre a ele sua capacidade e que você pode fazer a diferença.
Contudo, se você é o patrão, se coloque no lugar do funcionário e veja o que você está fazendo por ele. Sempre há formas de melhorar.
Se não descobrir “como”, pode falar comigo que eu te ajudo a traçar o que for necessário para que você e sua equipe tenham sucesso.
Tratem com atenção a importância de capacitar.
Muito obrigado pelo seu tempo. Se leu este artigo até aqui, espero que ele possa ajudar você a pensar sobre capacitação para você ou sua equipe.
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*Gilberto Baksa, fundador da Pensei Nisso – Consultoria e Treinamento.
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Última atualização em 2 de agosto de 2022