BofA vê pouco interesse dos investidores no Brasil – e também no setor agropecuário








BofA vê pouco interesse de investidores com Brasil – e também com o agro


BofA vê pouco interesse de investidores com Brasil – e também com o agro

O Brasil está barato. E, nem por isso, atrativo aos investidores, segundo relatório distribuído nesta segunda-feira, 17 de junho, pelo Bank of America (BofA), em que analisa os principais papeis ligados ao agronegócio e a indústrias de alimentos e bebidas na América Latina.

O Cenário Macroeconômico e o Apetite dos Investidores

Segundo os analistas do banco, depois de uma série de encontros realizados na semana passada com investidores, a visão predominante entre eles é de que a incerteza em torno do cenário macroeconômico no Brasil é uma das razões que tem tirado o apetite em torno de papeis de empresas brasileiras.

O cenário econômico incerto e volátil no Brasil é um fator preponderante para os investidores estarem menos interessados em ativos brasileiros. Mesmo com preços atrativos das ações, a incerteza macroeconômica leva a uma postura mais cautelosa por parte dos investidores.

As Ações Atraentes e os Ratings Rebaixados

Várias das empresas avaliadas estão, segundo o BofA, com suas ações sendo negociadas a preços atrativos, principalmente depois que algumas delas tiveram seus ratings rebaixados nos últimos meses.

Esse rebaixamento de ratings, implicando que as empresas são vistas como mais arriscadas, contribuiu para a diminuição do interesse de muitos investidores. Enquanto alguns veem isso como uma oportunidade, a maioria prefere manter uma abordagem mais conservadora.

Orientação Conservadora e Foco nos Bancos

E, embora alguns investidores mais focados em mercados emergentes tenham aproveitado para aumentar suas apostas por aqui, a maioria deles tem mantido uma “posição defensiva” em relação ao País, concentrando seus recursos em segmentos como bancos.

Essa posição defensiva é visível na preferência dos investidores por bancos, considerados uma aposta mais segura devido à sua resiliência e estabilidade financeira. Os bancos parecem oferecer um porto seguro em meio às incertezas do mercado brasileiro.

As Preocupações com o Agronegócio

Além do “cenário macro desafiador”, as ações de empresas do agro, que estiveram no centro das conversas dos analistas do banco com os investidores, sofrem com o receio deles em relação à evolução dos preços de grãos e também do açúcar e etanol. Também a área de proteínas não entusiasma possíveis aportes.

As flutuações nos preços de grãos, açúcar e etanol são uma preocupação significativa para os investidores. O agronegócio, embora vital para a economia brasileira, não está imunizado aos riscos de mercado, o que acaba gerando incerteza e diminuição do apetite dos investidores.

As Perspectivas para JBS e Ambev

No relatório, em que indicam suas posições para 26 diferentes papeis de companhias latino-americanas, os analistas do BofA destacaram o maior interesse de seus interlocutores com JBS e Ambev. As duas empresas, segundo o BofA, são vistas entre as que oferecem maior atratividade no momento.

Para a JBS, que recebeu recomendação de compra dos analistas, a avaliação é de que a empresa vive um bom momento para retornos nos investimentos, com boa parte das suas receitas provenientes do exterior.

Ambev: A Boa Execução e a Oportunidade de Valorização

Já em relação à Ambev, foi ressaltada a boa execução do portfólio da companhia nos últimos cinco anos, que agradou aos investidores, e o fato de seu valor de mercado hoje estar proporcionalmente abaixo de outras empresas do mesmo segmento, o que sugere potencial de valorização.

Os investidores têm observado que a Ambev conseguiu manter uma estratégia eficiente e consistente, o que reflete em uma valorização potencial futura. Essa confiança na gestão da empresa é um fator que a destaca no cenário atual.

BRF: Valorização Atraente e Posição Neutra

Além delas, o relatório destaca a BRF, que apresenta uma valorização atraente de 33% no ano. Com isso, eles acreditam que, apesar do resultado sólido, pode ter perdido a atratividade em relação a mais ganhos nos próximos meses. Com isso, o BofA recomenda posição neutra para o papel.

O desempenho sólido da BRF, embora positivo, é visto como já precificado pelos investidores, levando a um posicionamento neutro por parte dos analistas do BofA. Isso significa que esperam que a BRF mantenha seu desempenho atual sem grandes surpresas.

Outras Empresas Brasileiras em Destaque

Na relação do banco, aparecem com indicação de “buy” entre as companhias brasileiras, além de Ambev e JBS, Cosan, 3tentos, Marfrig, Adecoagro e Raízen. Na lista das neutras, estão BRF, SLC, São Martinho e M. Dias Branco.

Minerva e Camil alimentos são as duas brasileiras analisadas pelo BofA como “underperform”, ou seja, com expectativa de desempenho abaixo da média de mercado.

Conclusão: O Cenário de Desafios e Oportunidades

O relatório do Bank of America evidencia um cenário misto para os investidores no Brasil, especialmente no setor agro. Apesar das oportunidades pontuais e de algumas empresas destacando-se pela eficiência e potencial de valorização, o cenário macroeconômico instável impõe desafios significativos.

Os investidores permanecem cautelosos, preferindo ativos mais seguros e previsíveis. A análise sugere que, enquanto o Brasil continua a oferecer oportunidades, a abordagem defensiva e seletiva dos investidores é uma resposta natural às incertezas e riscos presentes. É um momento de reflexão e estratégia cuidadosa para aqueles interessados no mercado brasileiro.


Última atualização em 20 de junho de 2024

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