Touro Jersey potencializa a produção de leite e garante rusticidade em vacas cruzadas para eficiência no campo

Touro Jersey potencializa a produção de leite e garante rusticidade em vacas cruzadas para eficiência no campo
Touro Jersey em vacas cruzadas: boa escolha para leite e rusticidade?

Na busca por maior produtividade leiteira, animais menores e mais rústicos, muitos produtores têm considerado o uso de touros Jersey em suas matrizes cruzadas. Essa escolha gerou muitas dúvidas entre os pecuaristas, especialmente quanto à viabilidade e eficiência dessa genética aplicada.

A dúvida surgiu do pecuarista Jales Castro Takeda, de Aracaju, Sergipe, que possui um rebanho com 50% Brahman, 25% Tabapuã e 25% Girolando. O tema foi abordado pelo renomado zootecnista Guilherme Marquez, especialista em genética leiteira em um quadro chamado “Giro do Boi Responde”. O objetivo principal é analisar se o uso do touro Jersey é realmente uma boa escolha para fazer vacas cruzadas e elevar a qualidade do leite.

A Atração do Touro Jersey

A raça Jersey é conhecida internacionalmente pela sua alta produção de leite e composição rica em gordura e proteínas. Seus animais são menores, o que pode ser atraente para produtores que buscam eficiência em espaços reduzidos e menor demanda por alimento. Essa característica se torna ainda mais relevante em economias rurais onde o gerenciamento de recursos é vital.

Além disso, a rusticidade da raça Jersey pode promover menos problemas de saúde e dar aos pecuaristas uma percepção de menor custo por litro de leite produzido. Contudo, essa rusticidade é uma faca de dois gumes, dependendo de como as matrizes de outras raças se adaptarão a essa nova genética.

A Complexidade Genética das Cruzes

Introduzir o touro Jersey em um rebanho já estabelecido cria uma nova complexidade genética. Em vez de simplificar o rebanho, o produtor pode obter um resultado de 25% Brahman, 12,5% Tabapuã, 12,5% Girolando e 50% Jersey. Essa combinação resulta em uma diversificação genética que embora traga vigor híbrido, também pode dificultar o manejo e a previsibilidade de características desejadas.

Segundo Guilherme Marquez, um cruzamento que envolve muitas raças pode inibir a capacidade de maximizar as qualidades dos animais, como a produção de leite. Ele adverte que cada nova raça introduzida reduz a proporção genética das anteriores, complicando ainda mais a gestão e o desempenho dos animais, o que pode ser um grande risco.

Riscos de um Cruzamento Excessivamente Complexo

A introdução de diversas raças em um mesmo rebanho traz à tona o risco de gerar descendentes que não atendem aos padrões desejados por conta da complexidade genética. A heterose, ou vigor híbrido, embora atraente, pode levar os criadores a resultados inesperados. “Adicionar uma quarta raça ao cruzamento complica a maximização das vantagens esperadas”, explica Marquez.

“Quando você adiciona uma quarta raça ao cruzamento, fica complicado aproveitar plenamente a heterose, que é um dos principais benefícios dos cruzamentos bem planejados”, afirma.

Alternativa Viável: O Touro Girolando

Em vez de optar pelo cruzamento com o touro Jersey, Marquez sugere o uso de touros Girolando. Essa raça é bem adaptada à produção leiteira em climas tropicais e apresenta bons resultados quando utilizada estrategicamente.

O especialista recomenda que o Girolando deve ter avaliação genética provada para a produção de leite, conferindo maior controle sobre as características desejadas, como o menor porte e alta produtividade. Isso proporciona uma abordagem mais consistente para otimizar o resultado da produção leiteira, atendendo assim às exigências do mercado e às expectativas do produtor.

Otimizando Resultados com Genética Adequada

Para alcançar bons resultados na produção leiteira, o uso de genética acertada e bem planejada é essencial. Marquez enfatiza a importância de maximizar a raça leiteira predominante no cruzamento, em vez de integrar uma nova raça desnecessariamente.

“Maximizar a raça leiteira predominante é muito mais eficiente do que adicionar uma nova raça. O foco deve estar em selecionar touros provados com genética direcionada aos seus objetivos”, complementa.

O especialista reforça que o investimento em touros com avaliações genéticas precisas promove a criação de animais menores, altamente produtivos e adaptados às condições climáticas, garantindo eficiência e rusticidade.

Futuras Perspectivas

Segundo Guilherme Marquez, o pecuarista sergipano deve evitar a complexidade do cruzamento com o touro Jersey, que pode resultar em desafios inesperados. Em vez disso, focar em touros Girolando com genética sólida é uma alternativa mais segura e efetiva.

Essa escolha proporcionará um maior controle sobre os resultados, otimizando assim o desempenho produtivo do rebanho e garantindo um retorno viável sobre o investimento no setor leiteiro.

Tem Dúvidas? Envie Sua Pergunta

Se você tem alguma dúvida relacionada a esse assunto ou outros envolvendo pecuária, pode encaminhar sua pergunta para o quadro Giro do Boi Responde através do WhatsApp pelo número (11) 93310-7346 ou pelo e-mail [email protected].




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Última atualização em 1 de maio de 2025

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