Plantio directo ou arado: descubra qual método potencializa sua irrigação e integração com pastagens

A dúvida do produtor Fernando Fonseca, da Fazenda Alexandrino Fonseca, em Buritis (MG), foi o tema do quadro Giro do Boi Responde. Ele relatou que cultiva quatro hectares irrigados com plantio direto sobre o capim, onde o gado pasteja sem o uso de químicos. Com isso, ele questiona se pode arar o solo ou se deve continuar com o plantio direto.

A resposta, segundo o engenheiro agrônomo André Figueiredo, é que a escolha entre arar e manter o plantio direto depende das condições do solo. Essa decisão deve ser fundamentada na análise dos fatores do ambiente em que se está inserido.

Quando o arado pode ser necessário

De acordo com Figueiredo, dois fatores principais devem ser considerados antes de decidir por arar ou não:

1. pH muito ácido do solo

Quando o pH do solo está abaixo do ideal, especialmente na camada de 0 a 20 cm, é essencial incorporar calcário em profundidade. O revolvimento do solo é necessário para que esse ajuste ocorra de forma eficaz.

“Não adianta começar o plantio direto em um solo com pH ácido e deficiências nutricionais severas. Ele não terá sustentabilidade no longo prazo”, explica Figueiredo.

2. Compactação severa

Outro fator a ser avaliado é a compactação do solo. Solos com formação de pé de grade requerem descompactação mecânica, e o arado é uma ferramenta indicada para este tipo de situação. A compactação pode ser avaliada com o uso de um penetrômetro, uma ferramenta que pode ser adquirida por técnicos agrícolas.

Quando manter o plantio direto?

Se o pH do solo estiver corrigido e não houver compactação significativa, é recomendável manter o plantio direto. O revolvimento do solo pode trazer riscos, como:

• Erosão, especialmente com chuvas fortes e irregulares;
• Perda de matéria orgânica pela oxidação acelerada;
• Desestruturação do solo, que compromete a atividade biológica e a conservação da umidade.

Manejo ideal: foco na matéria seca e matéria orgânica

Para que o plantio direto funcione de maneira efetiva, é importante adicionar entre 8 e 12 toneladas de matéria seca por hectare anualmente. Este aporte de cobertura vegetal é crucial para:

• Aumento da matéria orgânica do solo;
• Melhoria da estrutura física e da vida microbiana;
• Manutenção de um solo fértil e produtivo.

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Adotar o sistema de plantio direto é uma escolha que deve ser feita com base em análises técnicas do solo e no manejo adequado para assegurar a produtividade e saúde do ecossistema agrícola.