Biológicos, WhatsApp e pagamento à vista: A “mente” do agricultor segundo a McKinsey

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Biológicos, WhatsApp e Pagamento à Vista: A “Mente” do Agricultor, Segundo a McKinsey

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Biológicos, WhatsApp e Pagamento à Vista: A “Mente” do Agricultor, Segundo a McKinsey

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O agronegócio brasileiro tem apresentado transformações significativas nos últimos anos, e alguns fatores emergem como grandes influenciadores dessas mudanças. Entre eles, destacam-se os insumos biológicos, a digitalização na comunicação com o uso do WhatsApp e as variações nas formas de pagamento. A consultoria McKinsey analisou essas tendências em seu estudo “A mente do agricultor brasileiro 2024”. Vamos explorar cada um desses aspectos mais a fundo.

O Crescimento dos Insumos Biológicos no Agro

Um dos segmentos mais promissores no agronegócio é o dos insumos biológicos. O estudo da McKinsey revelou que o uso de biocontroles, biofertilizantes e bioestimulantes praticamente dobrou na região do Cerrado, especialmente em lavouras de grãos e algodão, quando comparado a 2022.

Essa tendência positiva está alinhada com a busca por práticas agrícolas mais sustentáveis e eficazes. Os agricultores do Cerrado, em particular, aumentaram a adoção desses produtos, com grãos colhidos na região mostrando um salto de 35% para 66% no uso de biocontroles. No algodão, a aplicação de biocontroles subiu de 67% para 95%, enquanto o uso de fertilizantes e estimulantes biológicos disparou de 53% para 97% em dois anos.

Contrastes Regionais na Aplicação

Enquanto no Cerrado e em culturas específicas como algodão há um entusiasmo crescente pelos biológicos, outras regiões e culturas não seguiram a mesma tendência. No Sul do Brasil, por exemplo, o uso de biocontroles em grãos caiu de 49% para 27%, e a aplicação de biofertilizantes e bioestimulantes diminuiu de 47% para 40% no mesmo período.

Essas variações podem ser atribuídas a diferentes fatores, incluindo condições climáticas, tipos de solo, cultura agrícola predominante e até mesmo nível de informação e acesso aos produtos biológicos em diferentes regiões do país.

A Inovação Tecnológica e o Uso do WhatsApp

Na era da informação digital, o WhatsApp se tornou uma ferramenta essencial no dia a dia dos agricultores. De acordo com a pesquisa da McKinsey, 28% dos produtores rurais preferem utilizar o aplicativo para realizar compras agrícolas, o que demonstra a importância da digitalização na rotina do campo.

Além das compras, 40% dos agricultores utilizam meios de mensagens instantâneas para interações durante a jornada de compra, especialmente nos serviços de pós-venda e recompra. Esse dado reflete a tendência de um agronegócio mais conectado e ágil, aproveitando a instantaneidade e praticidade proporcionadas pela tecnologia.

A Adaptação ao Contexto Digital

Parece que a pandemia de COVID-19 acelerou a adoção dessas tecnologias. Antes do surto, muitos agricultores ainda relutavam em sair dos métodos tradicionais baseados em visitas presenciais e negociações diretas. Contudo, a necessidade de distanciamento social forçou uma rápida mudança.

Agora, com essa transição já incorporada, é provável que o uso de ferramentas digitais, como o WhatsApp, continue a crescer, transformando permanentemente a forma como os agricultores comunicam, compram e vendem seus produtos.

Formas de Pagamento: A Ascensão do Pagamento Imediato e Digital

Outro aspecto abordado pela pesquisa da McKinsey é a forma como os agricultores estão pagando por seus insumos. Em 2024, 58% dos produtores estão fazendo pagamentos à vista, uma queda em relação aos 73% observados em 2022. Esta redução reflete uma maior dependência de financiamento de terceiros.

Apesar disso, o pagamento à vista ainda é o principal meio, representando 44% das transações. O financiamento bancário ou crédito em loja aumentou, com 38% dos agricultores recorrendo a essas opções, um crescimento de 34% em 2022.

A Digitalização dos Pagamentos no Campo

Os métodos de pagamento também estão se digitalizando, seguindo a tendência do mercado em geral. Por exemplo, 88% dos produtores de algodão demonstraram disposição para utilizar meios de pagamento digitais. No Brasil como um todo, a adoção de pagamentos digitais entre os produtores de grãos do Cerrado e do Sul aumentou significativamente, saltando de 27% para 54%.

Essa mudança é impulsionada não apenas pela conveniência, mas também pela necessidade de otimizar operações financeiras em um ambiente cada vez mais dinâmico e competitivo.

Otimismo e Potenciais Riscos no Horizonte

Os agricultores brasileiros mostram um otimismo cauteloso em relação ao futuro. Segundo a pesquisa da McKinsey, 57% dos produtores esperam lucros mais altos até 2026, enquanto 33% acreditam em estabilidade. Contudo, 11% dos agricultores, especialmente os do Cerrado que cultivam algodão e grãos, estão mais apreensivos e preveem menor lucro no mesmo período.

Entre os principais riscos apontados estão eventos climáticos extremos e o aumento dos preços de insumos, fatores que podem impactar gravemente a rentabilidade. A escassez de mão de obra no campo também é uma preocupação constante.

Agricultura Regenerativa: Uma Alternativa em Ascensão

Devido aos riscos climáticos crescentes, práticas como a agricultura regenerativa estão ganhando espaço. Estas métodos focam na revitalização dos solos e na sustentabilidade a longo prazo, adotando técnicas como a rotação de culturas e o uso de compostagem.

A adoção dessas práticas pode não apenas mitigar riscos ambientais, mas também melhorar a saúde do solo, resultando em colheitas mais robustas e resiliência a eventos adversos.

Conclusão: A Evolução do Agronegócio Brasileiro

O panorama do agronegócio brasileiro é dinâmico e resiliente, refletindo adaptações rápidas frente aos desafios e às oportunidades emergentes. O uso crescente de insumos biológicos sugere um movimento forte em direção à sustentabilidade, enquanto a digitalização, exemplificada pelo uso do WhatsApp, está mudando a maneira como os agricultores fazem negócios.

Por fim, a evolução nas formas de pagamento e a resposta às ameaças climáticas indicam que os agricultores brasileiros estão cada vez mais preparados para enfrentar os desafios do futuro. Este cenário de inovação, aliado a um otimismo cauteloso, pode ser a chave para um agronegócio mais próspero e sustentável nos próximos anos.


Última atualização em 27 de agosto de 2024

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