A ração ideal e a gestão do compost barn potencializam a lucratividade do leite de forma eficiente e sustentável

Começar na pecuária leiteira exige planejamento, principalmente quando o objetivo é obter bom rendimento financeiro com qualidade e eficiência, especialmente para definir a ração ideal e a necessidade compost barn.

Foi com essa dúvida que o produtor Márcio Alves Gondim, que está iniciando uma criação de gado leiteiro, procurou o quadro “Giro do Boi Responde”, exibido nesta terça-feira, 22 de abril. Para orientá-lo, quem respondeu foi Guilherme Marquez, zootecnista e um dos maiores especialistas em genética de gado de leite no Brasil.

Compost barn: conforto sim, mas exige produção alta

Segundo Marquez, o compost barn é uma ferramenta que realmente traz muitos benefícios para a produção leiteira, inclusive para pequenos e médios produtores. A estrutura oferece mais conforto para as vacas, melhora o controle do manejo e permite um desempenho zootécnico superior.

Mas atenção: o investimento inicial é alto e só vale a pena quando as vacas têm alta produtividade.

“Se a média de produção for inferior a 25 kg de leite por vaca/dia, não compensa investir em compost barn”, alerta o especialista.

Portanto, antes de construir, o produtor deve avaliar o potencial genético do rebanho e se a nutrição oferecida será capaz de sustentar altos níveis de produção.

Ração ideal depende do potencial da vaca

Para atingir os 25 a 30 kg de leite por vaca/dia, dois fatores são essenciais:

1. Genética adequada – vacas com capacidade de alta produção;
2. Ambiente, manejo e nutrição corretos – ração de qualidade, ajustada ao perfil do rebanho.

Marquez explica que vacas de alta produção exigem alimentação altamente balanceada, com foco em proteína bruta, energia e fibra de boa digestibilidade.

A ração ideal deve garantir que o animal consuma cerca de 3,2% do peso vivo em matéria seca diariamente.

“Quanto mais leite uma vaca produz, mais ela come em relação ao seu peso. Uma vaca de 30 kg precisa de ração bem formulada. Se errar, ela adoece e deixa de produzir”, afirma Marquez.

Não existe fórmula pronta: acompanhamento técnico é essencial

Apesar da busca por fórmulas prontas, Marquez reforça que não há receita de bolo quando se trata de nutrição animal. Cada propriedade tem suas peculiaridades, e o ideal é trabalhar com um zootecnista ou nutricionista animal, que avalie:

• Potencial genético do rebanho;
• Qualidade do pasto e forragem disponível;
• Infraestrutura (cochos, bebedouros, sombra, conforto térmico);
• Custo-benefício do sistema alimentar.

Além disso, o especialista alerta que vaciladas no manejo nutricional comprometem não só a saúde das vacas, mas também a rentabilidade da propriedade.

Resumo: vale a pena investir?

✔️ Sim, no compost barn, se o produtor tiver vacas com potencial para produzir acima de 25 kg de leite/dia.

✔️ Sim, na ração de qualidade, sempre adaptada à realidade da propriedade e ao desempenho esperado do rebanho.

❗ Não vale investir às cegas, sem acompanhamento técnico. A lucratividade no leite está diretamente ligada à gestão nutricional eficiente e ao bem-estar animal.

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