Plano no G7 para Minerais Críticos Prevê Apoio a Países em Desenvolvimento
Os líderes do G7 (Grupo dos Sete) lançaram um ambicioso Plano de Ação para Minerais Críticos, marcando um esforço coordenado para fortalecer as cadeias de suprimento globais desses recursos essenciais. O plano visa garantir que as economias do futuro, impulsionadas pela digitalização e pela transição energética, tenham acesso seguro e estável a minerais como lítio, cobalto, níquel e terras raras, cruciais para baterias, veículos elétricos, turbinas eólicas e outras tecnologias verdes.
Este plano surge em um contexto de crescente preocupação com a concentração da produção e processamento de minerais críticos em um número limitado de países, o que cria vulnerabilidades geopolíticas e econômicas. Ao diversificar as fontes de suprimento e promover práticas de mineração sustentáveis e responsáveis, o G7 busca construir uma cadeia de valor mais resiliente e transparente, capaz de resistir a choques de oferta e tensões comerciais.
Foco no Investimento e Desenvolvimento de Infraestrutura
Um dos pilares centrais do Plano de Ação é o aumento significativo de investimentos em projetos de mineração e processamento, tanto dentro dos países do G7 quanto em nações em desenvolvimento. Essa estratégia visa impulsionar a produção local e regional, reduzindo a dependência de fornecedores externos e criando oportunidades de emprego e crescimento econômico em comunidades locais. O investimento não se limita à extração, mas também abrange o desenvolvimento de tecnologias de processamento inovadoras e ecologicamente corretas, que minimizem o impacto ambiental da mineração.
O G7 reconhece que muitos países em desenvolvimento possuem reservas significativas de minerais críticos, mas carecem da infraestrutura e do know-how necessários para explorá-las de forma sustentável. Para superar essa barreira, o plano prevê o apoio ao desenvolvimento de infraestrutura de qualidade, como estradas, ferrovias, portos e redes de energia, que facilitem o transporte de minerais e o acesso a mercados globais. Além disso, o G7 se compromete a fornecer assistência técnica e financeira para fortalecer as capacidades locais em áreas como geologia, engenharia de minas, gestão ambiental e governança.
Parcerias com Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento
O G7 se compromete a trabalhar em estreita colaboração com parceiros de mercados emergentes e países em desenvolvimento para criar “corredores econômicos” que facilitem o fluxo de minerais críticos e outros bens. Esses corredores envolvem investimentos coordenados em infraestrutura, harmonização de regulamentos e facilitação do comércio, visando criar um ambiente mais favorável aos negócios e atrair capital privado responsável. A iniciativa também busca promover a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de habilidades locais, capacitando os países em desenvolvimento a participar de forma mais efetiva da cadeia de valor global de minerais críticos.
Além do apoio à infraestrutura, o G7 se propõe a auxiliar os países em desenvolvimento na implementação de reformas regulatórias que atraiam investimentos privados no setor de mineração. Essas reformas podem incluir a simplificação de processos de licenciamento, a garantia da segurança jurídica dos contratos, a promoção da transparência na gestão de receitas e a adoção de padrões ambientais e sociais rigorosos. Ao criar um ambiente regulatório previsível e favorável aos investidores, o G7 espera mobilizar recursos financeiros significativos para o desenvolvimento de projetos de mineração sustentáveis e responsáveis.
Compromisso com a Mineração Responsável e Sustentável
O documento divulgado após a reunião de cúpula no Canadá reafirma o compromisso do G7 com práticas de mineração responsáveis e sustentáveis, reconhecendo a importância de minimizar o impacto ambiental e social da extração de minerais críticos. Isso inclui a adoção de padrões rigorosos de gestão ambiental, a proteção da biodiversidade, o respeito aos direitos das comunidades locais e a promoção de condições de trabalho seguras e justas. O G7 também se compromete a combater a mineração ilegal e a promover a transparência na cadeia de suprimento, garantindo que os minerais críticos sejam extraídos e processados de forma ética e responsável.
Em um momento em que crescem os temores sobre a dependência excessiva de poucos fornecedores globais, especialmente no setor de terras raras, o G7 busca diversificar as fontes de suprimento e promover a resiliência da cadeia de valor. Isso envolve o apoio a projetos de mineração em países com diferentes perfis geopolíticos e a promoção de tecnologias de reciclagem e reaproveitamento de minerais críticos, reduzindo a necessidade de extração de novas fontes. Ao adotar uma abordagem diversificada e sustentável, o G7 espera garantir o acesso seguro e estável a minerais críticos para as economias do futuro.
Preocupações com Políticas Não Orientadas pelo Mercado
Os líderes do G7 expressam preocupação com “políticas e práticas não orientadas pelo mercado no setor de minerais críticos”, alertando que essas medidas podem ameaçar a capacidade dos países de obter acesso a esses recursos essenciais. Essa preocupação se refere, em particular, a restrições à exportação, subsídios injustos e outras medidas protecionistas que podem distorcer o mercado e dificultar a diversificação das fontes de suprimento. O G7 defende a adoção de políticas baseadas em princípios de mercado, como a livre concorrência, a transparência e a não discriminação, para garantir que os minerais críticos sejam alocados de forma eficiente e justa.
O G7 destaca a importância dos “elementos de terras raras necessários para ímãs usados na produção industrial”, ressaltando que esses materiais são cruciais para uma ampla gama de aplicações, desde turbinas eólicas e veículos elétricos até equipamentos eletrônicos e dispositivos médicos. A dependência excessiva de um único fornecedor de terras raras cria uma vulnerabilidade estratégica para as economias do G7, o que justifica a necessidade de diversificar as fontes de suprimento e promover a produção local. O plano de ação do G7 busca abordar essa questão através de investimentos em projetos de mineração de terras raras em países aliados e do desenvolvimento de tecnologias alternativas que reduzam a dependência desses materiais.
Futuras Perspectivas
O Plano de Ação para Minerais Críticos do G7 representa um passo importante para garantir o acesso seguro e sustentável a esses recursos essenciais para as economias do futuro. No entanto, a implementação bem-sucedida do plano exigirá um esforço coordenado e de longo prazo, envolvendo governos, empresas, sociedade civil e comunidades locais. Será fundamental superar os desafios técnicos, financeiros, regulatórios e geopolíticos que podem dificultar o desenvolvimento de projetos de mineração sustentáveis e a diversificação das fontes de suprimento.
Além disso, o G7 precisará trabalhar em estreita colaboração com parceiros de mercados emergentes e países em desenvolvimento para garantir que os benefícios da exploração de minerais críticos sejam distribuídos de forma justa e equitativa. Isso envolve o fortalecimento das capacidades locais, a promoção da transparência na gestão de receitas e o respeito aos direitos das comunidades locais. Ao adotar uma abordagem inclusiva e sustentável, o G7 pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social dos países em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que garante o acesso seguro a minerais críticos para as economias do futuro.
Última atualização em 24 de junho de 2025