Projetos sustentáveis transformam plástico e resíduos em cadeiras escolares, rodas e bioplástico eficiente

Projetos sustentáveis transformam plástico e resíduos em cadeiras escolares, rodas e bioplástico eficiente

Projeto-piloto em Cabo Verde certifica créditos de plástico com impacto social

Em Cabo Verde, a startup C-Plastic, em parceria com organizações locais nas ilhas de São Vicente, Boa Vista e Santiago, lançou um projeto-piloto inovador que certifica créditos de plástico recolhido em ações de limpeza. A iniciativa utiliza tecnologia para registrar digitalmente a quantidade de plástico captada, integrando inovação ambiental, participação comunitária e impacto social em uma só ação. O objetivo principal é unir esforços que promovam a economia circular e a preservação do meio ambiente.

A primeira fase do projeto foca na implementação de um sistema oficial para quantificar, validar e rastrear o impacto dos créditos de plástico. A proposta permite ajudar financeiramente as comunidades envolvidas, reconhecendo seu papel na coleta e transformação dos resíduos. Financiado em parte pelo Australian Aid através do Direct Aid Program 2024-2025, o projeto em Santiago já promoveu a transformação de plástico em cadeiras escolares, ações de sensibilização, workshops e a modernização do Ecocentro Ekonatura.

Transformação do plástico em cadeiras escolares: benefícios e resultados em Cabo Verde

O projeto estabelece a meta de recolher no mínimo 1.000 kg de plástico para produzir cerca de 200 cadeiras escolares recicladas, que serão distribuídas para beneficiar aproximadamente 450 estudantes. Este modelo não só promove a reutilização consciente do plástico, como também gera um impacto social imediato ao equipar escolas com mobiliário sustentável e acessível.

Além de fabricar as cadeiras, a iniciativa investe na capacitação técnica de professores, alunos e membros da comunidade, fomentando a educação ambiental e o engajamento social. O sistema contínuo de monitoramento e avaliação contribui para aprimorar essas ações, garantindo transparência e maior eficiência no uso dos recursos, tornando a reciclagem uma atividade recompensadora para todos os envolvidos.

Projeto social em Iúna: reciclagem de plástico para cadeiras de rodas

No município de Iúna, na região do Caparaó Capixaba, um projeto comunitário chamado “Rodando com Tampinhas” transforma tampinhas plásticas e outros tipos de plástico em cadeiras de rodas para pessoas com mobilidade reduzida. A iniciativa, liderada por voluntários e realizada em parceria com a Sociedade de São Vicente de Paulo, cria um ciclo de reciclagem onde os materiais recolhidos são vendidos para empresas de reciclagem e os recursos revertidos na compra de equipamentos para inclusão social.

A arrecadação inclui tampinhas e embalagens de polietileno de alta densidade, como vasilhames de água mineral. Os pontos de coleta estão espalhados por escolas públicas, órgãos governamentais e empresas locais, o que amplia a participação da comunidade. Como explica a coordenadora do projeto, Fátima Aparecida Assis de Souza Amorim, além de cadeiras de rodas, o plástico reciclado pode ser aproveitado para a produção de banquinhos, casinhas para pets e outros itens, gerando múltiplos benefícios para a sociedade.

Desenvolvimento de bioplástico sustentável com resíduo de suco de laranja pela USP

Um avanço tecnológico sustentável foi alcançado pelo pesquisador Pedro Henrique Bezerra, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP. Em sua pesquisa de mestrado, ele desenvolveu biofilmes à base de alginato de sódio reforçados com subprodutos da produção industrial de suco de laranja, resultando em um bioplástico inovador. O material apresenta alta resistência térmica e propriedades mecânicas superiores, abrindo caminho para aplicações em embalagens mais ecológicas.

Os testes indicam que os biofilmes possuem quantidades significativas de proteínas, fibras e minerais, além de grupos funcionais que fortalecem o material. Bezerra destaca que a adição do resíduo em forma de pó melhora significativamente essas características. O bioplástico segue alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente ao aproveitar subprodutos da maior indústria exportadora de suco de laranja do mundo, o Brasil, ampliando o conceito da economia circular.

A importância dos subprodutos industriais na criação do bioplástico

Diferente de pesquisas anteriores que exploraram apenas partes da laranja como a casca ou pectina, o trabalho de Bezerra incorpora o uso integral do subproduto da indústria do suco, agregando valor ao que antes seria descartado. Este olhar integrado ressalta o potencial dos resíduos industriais para transformar práticas de produção de plástico, reduzindo o desperdício e promovendo sustentabilidade.

Apesar da alta solubilidade em água ainda ser um desafio, o material demonstra um forte potencial para ser aprimorado e utilizado em embalagens sustentáveis que possam substituir os plásticos convencionais derivados do petróleo. Essa inovação é estratégica para setores alimentares e outros que buscam reduzir sua pegada ambiental com materiais biodegradáveis e renováveis.

Futuras perspectivas para os projetos de reciclagem e inovação em plásticos

Esses projetos, de diferentes partes do mundo, demonstram que a reciclagem do plástico pode ser uma ferramenta poderosa para promover tanto a inclusão social quanto a sustentabilidade ambiental. Seja por meio da transformação em mobiliário escolar e cadeiras de rodas, ou pela criação de bioplásticos a partir de resíduos orgânicos, as iniciativas ilustram caminhos práticos e inspiradores para a gestão de resíduos plásticos.

O sucesso dessas ações depende do engajamento comunitário, apoio institucional e continuidade no investimento em pesquisa e desenvolvimento. Ao fomentar o conhecimento e a participação local, os projetos contribuem para uma economia circular real, onde recursos são reaproveitados, beneficiando o meio ambiente e a sociedade como um todo.





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Última atualização em 11 de agosto de 2025

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