Sugestões foram apresentadas por Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS e head da força-tarefa de sistemas alimentares do B20, braço empresarial do G20
Chapada dos Guimarães, 13 de setembro de 2024 – Na manhã da quinta-feira (12), em Mato Grosso, ministros que representam as 20 maiores economias do mundo receberam as recomendações da Força-tarefa de Sistemas Alimentares do B20, braço empresarial do G20. A apresentação foi feita por Gilberto Tomazoni, head da força-tarefa e CEO global da JBS, durante a abertura do encontro ministerial do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20. O documento traz sugestões para o combate à fome e a expansão da agricultura sustentável.
Diretrizes para um Futuro Sustentável
Com a coordenação a cargo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o policy paper “Sustainable food systems and agriculture” é composto de três diretrizes essenciais a serem integradas na proposta de pauta do setor privado para a Cúpula de Líderes do G20, agendada para os dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro: aumentar a produtividade no campo, melhorar o acesso ao crédito por parte de produtores rurais e fortalecer o sistema de comércio multilateral. A força-tarefa de sistemas alimentares teve suas atividades retomadas ao B20 neste ano, o que não ocorria desde 2018.
Aumentando a Produtividade no Campo
Melhor Uso da Terra
Uma das principais recomendações do relatório é ampliar a produtividade no campo. Para alcançar esse objetivo, é fundamental considerar o desenvolvimento e a expansão de tecnologias avançadas, sustentáveis e resilientes. Estamos falando da adoção de recursos como agricultura regenerativa, biotecnologias e tecnologias digitais. Além disso, oferecer assistência técnica agronômica aos produtores é vital.
Adoção de Tecnologias Inovadoras
A inclusão de novas tecnologias pode ser um divisor de águas. Soluções como drones para pulverização, sensores de solo e técnicas de cultivo de precisão precisam ser amplamente adotadas. Isso não só aumenta a produtividade, como também a torna mais sustentável ao reduzir o uso de recursos naturais.
Agricultura Regenerativa
A agricultura regenerativa, por exemplo, vai além da sustentabilidade. Ela visa restaurar e melhorar a saúde dos ecossistemas, capturando carbono no solo e aumentando a biodiversidade. É uma abordagem holística que pode transformar o modo como produzimos alimentos, ajudando a mitigar as mudanças climáticas.
Financiamento e Assistência Técnica para Pequenos Produtores
Acesso ao Crédito
A força-tarefa também reforça a sugestão de investir em modelos de financiamento inovadores. Como afirma Tomazoni, é preciso melhorar o acesso ao crédito pelo pequeno produtor rural e, na mesma medida, oferecer conhecimento e assistência técnica. “Soluções produtivas necessitam de financiamento para que tecnologias climate-smart cheguem a todos,” ponderou o CEO global da JBS.
Modelos de Financiamento Inovadores
Modelos de financiamento inovadores podem incluir desde microcréditos até cooperativas de crédito rural. Esses modelos precisam ser de fácil acesso e oferecer taxas de juros acessíveis. Só assim, pequenos produtores terão a oportunidade de investir em tecnologias avançadas e aumentar a produtividade.
Apoio e Educação
Mas não é só o dinheiro que faz a diferença. O fornecimento de conhecimento e assistência técnica ajuda os agricultores a tomar decisões informadas sobre como aplicar esses recursos. Evitar decisões equivocadas pode ser o diferencial entre uma colheita próspera e uma temporada de perdas.
Fortalecimento do Comércio Internacional
Sistema de Comércio Agrícola Multilateral
A terceira recomendação diz respeito ao fortalecimento do sistema de comércio agrícola multilateral com normas não discriminatórias, inclusivas e equitativas. Nesse caso, a Organização Mundial do Comércio (OMC) assume o protagonismo, centralizando esforços e atuando para harmonizar as regulações sobre iniciativas sustentáveis e definir práticas regulatórias com base científica.
Harmonização de Regulações
Para que o comércio internacional seja efetivo, é imprescindível que haja uma harmonização das regulações entre os países. As mudanças climáticas não respeitam fronteiras, e assim também deve ser nossa abordagem para combatê-las. Normas equitativas e baseadas em evidências científicas são cruciais para garantir uma concorrência justa e sustentável no mercado global.
OMC e seu Papel no Comércio Sustentável
A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem um papel vital nesse cenário, funcionando como uma entidade centralizadora para a harmonização das regulações. Ao definir práticas regulatórias com base científica e esforços conjuntos, podemos criar um comércio agrícola global que seja inclusivo e resiliente.
Perspectivas para o Futuro da Agricultura Mundial
Eventos e Participações
Realizado na Chapada dos Guimarães (MT), o evento de abertura do encontro ministerial do GT da Agricultura do G20 contou com a participação de importantes figuras. Ministros brasileiros como Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) estiveram presentes, além do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Qu Dongyu, e do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes.
Agricultura Inclusiva e Sustentável
Segundo Fávaro, essa é a oportunidade de apresentar ao mundo uma proposta que pode ser utilizada de forma global. “Essa é uma agropecuária inclusiva, que cuida de pequenos, médios e grandes produtores, com respeito ao meio ambiente,” afirmou o ministro. A inclusão de tecnologias e o uso de áreas degradadas serão fatores de mudança nos modos de produção brasileira, um modelo que pode servir de exemplo global.
Barreiras Comerciais
Um dos pontos críticos levantados foi a necessidade de combater as barreiras comerciais. Para uma agricultura verdadeiramente inclusiva, é essencial garantir que alimentos saudáveis estejam disponíveis a preços acessíveis. Só assim será possível combater a fome de maneira eficaz.
Jornada de Seis Meses
Esforço Coletivo
Durante seis meses, a Força-tarefa de Sistemas Alimentares e Agricultura Sustentáveis reuniu 139 pessoas de diversas geografias, elos da cadeia produtiva e parceiros. As recomendações foram elaboradas com o intuito de abordar os desafios de segurança alimentar e mudanças climáticas de maneira integrada.
Plano com Visão de Futuro
De acordo com Tomazoni, “o plano visa acelerar soluções para produzir mais, preservando a biodiversidade, capturando carbono da atmosfera, aumentando a resiliência dos sistemas de produção de alimentos, energia e fibra para futuras gerações.” Para o CEO Global da JBS, “dessa forma, seremos capazes de dar conta dos dois maiores desafios da humanidade: a insegurança alimentar e as mudanças climáticas.”
Conclusão: Todos Ganham
No fim das contas, todos saem ganhando. A implementação dessas diretrizes não só ajudará a combater a fome e a proteger o meio ambiente, mas também proporcionará uma agricultura mais inclusiva e sustentável para todos.
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Última atualização em 26 de setembro de 2024