Pecuária e agrosserviços puxam PIB do Agro, que fecha 2024 em alta de 1,81%
O ano de 2024 se destacou para o agronegócio brasileiro, que terminou com um crescimento de 1,81%, resultado influenciado principalmente pelo desempenho robusto da pecuária e dos agrosserviços. De acordo com dados divulgados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o PIB do agro fechou em R$ 2,72 trilhões, consolidando o setor como um dos pilares da economia nacional.
Embora as previsões iniciais indicassem um crescimento de 2%, as projeções se ajustaram com o tempo, mostrando que o forte desempenho da agroindústria e dos serviços foi crucial para esta recuperação registrada no último trimestre. A análise da participação do agronegócio na economia nacional, que chegou a 23,2%, reflete a importância do setor em momentos desafiadores.
Crescimento do PIB do Agronegócio
No quarto trimestre de 2024, o PIB do agronegócio cresceu 4,48%, contribuindo significativamente para o resultado anual. Este crescimento foi impulsionado pela alta de preços e pela elevação do valor bruto da produção. O ramo agrícola, que experimentou uma recuperação, foi identificado como o principal motor para essa expansão nos últimos meses do ano.
Os segmentos de insumos e agroindústrias também apresentaram aumentos expressivos: insumos cresceram 3,17%, enquanto as agroindústrias avançaram 3,72%. Um dos destaques foi o avanço de 5,16% dos agrosserviços, refletindo a dinâmica de um setor que se adapta rapidamente às demandas do mercado e investe continuamente em inovação.
Peculiaridades do Desempenho Pecuário
A pecuária brasileira teve um desempenho exemplar em 2024, especialmente no último trimestre. O crescimento total do valor bruto da produção pecuária foi de 6,17%, mesmo com uma leve queda nos preços médios. A produção de carne, leite e ovos avançou significativamente, compensando a pressão de preços enfrentada pelos pecuaristas, sobretudo na bovinocultura de corte.
Com um aumento na produção de carnes e pescados de 11,14%, o setor consegue solidificar seu papel como vital para o agronegócio. O avanço em relação ao mercado internacional também se mostra como uma estratégia bem-sucedida, que potencializou a aplicação das tecnologias disponíveis para o aumento da produtividade e do manejo no campo.
Desempenho Agrícola e Desafios Enfrentados
Por outro lado, o ramo agrícola enfrentou uma série de desafios que impactaram diretamente o seu PIB, que fechou com uma queda de 2,19% no ano. As principais culturas como soja, milho e cana-de-açúcar experimentaram perdas significativas, devido à desvalorização na produção e quebras de safra. No entanto, commodities como cacau, café e laranja mostraram resultados positivos, registrando altas impressionantes nos mercados internacionais.
As quedas de 16,78% em soja e 16,75% em milho evidenciam a fragilidade de depender excessivamente do mercado externo e da volatilidade global. O destaque para a recuperação pode ser visto como uma necessidade de adaptação das técnicas agrícolas e busca por novas alternativas que tragam segurança ao produtor rural em anos seguintes.
Insumos e Agroindústria: Um Olhar sobre as Perspectivas
O segmento de insumos, apesar de apresentar um crescimento moderado de 3,17%, também sofreu as consequências das oscilações de preços e demanda. A queda de 4,65% no setor de insumos agrícolas mostrou a necessidade urgente de melhorias na capacidade de produção de fertilizantes, defensivos e equipamentos agrícolas, que são fatores essenciais para a saúde e expansão do setor primário.
No entanto, a agroindústria, com um PIB de R$ 651,79 bilhões, e os agrosserviços com R$ 1,2 trilhão, mostraram resiliência e capacidade de inovação. Investimentos em tecnologia e processamento de alimentos não apenas ajudaram a mitigar as perdas, mas também apresentaram novos caminhos para o crescimento e melhoria nas margens de lucro do setor. Essas áreas devem continuar a receber atenção para que possam prosperar em tempos incertos.
Olhos no Futuro: Expectativas para 2025
A perspectiva de um crescimento do PIB do agronegócio em 2025 é otimista, com expectativas que vão além do que foi observado em 2024. A combinação de aumento da produção e melhorias nos serviços agroindustriais pode sugerir uma continuidade do fortalecimento do setor. Contudo, a negociação com novos mercados e a adaptação a padrões de sustentabilidade serão cruciais para esse desenvolvimento.
Os especialistas apontam que o aprendizado com os desafios de 2024 pode oferecer lições valiosas ao setor. Análises sobre mudanças climáticas, sustentabilidade e práticas agrícolas inovadoras devem estar na pauta das discussões entre produtores, reguladores e acadêmicos para construir um agronegócio mais robusto e competitivo.
Conclusão: Desempenho e Adaptação do Setor
O desempenho do agronegócio brasileiro em 2024, embora misto, aponta para um setor que age de forma dinâmica diante das adversidades. Com a liderança da pecuária e o suporte dos agrosserviços, o agronegócio provou ser resistente e capaz de se reinventar em tempos desafiadores. As lições aprendidas devem ser a base para preparações futuras, permitindo que os players do mercado estejam prontos para os desafios e oportunidades que 2025 pode trazer.
O caminho até lá parece promissor, desde que continuemos a investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação, nunca perdendo de vista a importância de uma produção sustentável e responsável, que respeite tanto o produtor quanto o consumidor.
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Última atualização em 11 de abril de 2025