A Missão de Promoção Comercial e Atração de Investimentos no Kuwait
Entre os dias 2 e 4 de fevereiro, a Cidade do Kuwait será o palco para a importante Missão de Promoção Comercial e Atração de Investimentos, organizada pela Embaixada do Brasil. Este evento representa um marco significativo para o Brasil, com o foco na discussão sobre a exportação de ovinos vivos para o Kuwait. Este mercado promissor pode abrir portas inéditas para a ovinocultura brasileira, um setor que ainda não explorou plenamente o potencial de exportação de animais vivos.
A Embrapa, uma das entidades líderes em pesquisa agropecuária no Brasil, desempenhará um papel crucial nesta missão. Ao integrar a comitiva brasileira, a Embrapa trará sua expertise para apresentar o panorama da ovinocultura brasileira às autoridades kuwaitianas e empresas locais interessadas. Entre os interessados, destaca-se a Al Mawashi, uma das líderes no fornecimento de carne ovina na região do Golfo Pérsico, que busca abrir as portas do mercado kuwaitiano para os ovinos brasileiros.
Panorama da Ovinocultura Brasileira
O pesquisador Fernando Henrique Albuquerque, da Embrapa Caprinos e Ovinos, será o responsável por apresentar o cenário atual da ovinocultura no Brasil durante a missão. Seu objetivo é mostrar os principais polos de produção localizados nas regiões Nordeste e Sul do país, detalhes sobre o tamanho do rebanho, informações sobre os produtores e o perfil dos sistemas de produção. Estes são dados essenciais para traçar um retrato claro e convincente do potencial produtivo brasileiro.
Fernando também discorrerá sobre a logística necessária para a exportação, abordando a localização estratégica dos portos brasileiros e as possibilidades tecnológicas que a Embrapa oferece para otimizar ganhos na atividade. É um momento oportuno para enfatizar a capacidade do Brasil em atender às demandas internacionais, alinhando infraestrutura portuária, tecnológica e de defesa agropecuária para viabilizar este novo desafio.
Desafios e Infraestrutura Logística
O interesse do Kuwait pela importação de animais vivos do Brasil é um desafio inédito para a ovinocultura nacional, ressaltando a necessidade de adaptação e organização dos produtores brasileiros. As negociações indicam uma demanda que pode chegar a cerca de 70 mil animais por embarque, transportados via marítima, o que torna imperativo a preparação e adequação a critérios internacionais de exportação de animais vivos.
Apesar dos desafios envolvidos, Fernando Albuquerque destaca que o Brasil já conta com uma sólida infraestrutura logística utilizada por outras cadeias, como a bovinocultura. O Ministério da Agricultura e Pecuária oferece suporte crucial através da defesa agropecuária, consolidando um cenário que, em médio prazo, pode se tornar realidade. Essa estrutura precisará ser adaptada para atender às especificidades da exportação de ovinos vivos, permitindo ao Brasil se destacar neste novo mercado.
Mobilização de Produtores e Entidades
Pedro Marthins, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos, descreve a necessidade de mobilização dos produtores como fundamental. Apesar dos grandes números envolvidos – o Brasil possui um rebanho de cerca de 22 milhões de ovinos – a colaboração entre produtores e entidades como a Associação Nacional dos Criadores de Ovinos (Arco) é vital para atender à escala demandada pelo mercado árabe.
Marthins acredita que, com esforços conjuntos e o suporte de entidades setoriais, o Brasil pode superar o desafio de produção em larga escala. É crucial destacar que, em 2024, o país exportou aproximadamente 850 mil cabeças de bovinos para a região, comprovando a capacidade logística existente e a abertura crescente para atender as demandas do mercado internacional, incluindo, em breve, a ovinocultura.
Oportunidade de Crescimento e Investimento
Cícero Lucena, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, enxerga a inserção no mercado internacional de ovinos vivos não apenas como uma oportunidade de expansão, mas também como um imã de novos investidores e produtores. Ao abrir espaço para agregação de valor aos produtos, essa movimentação pode transformar e dinamizar o setor no Brasil.
Os desafios são grandes, principalmente em aspectos de organização e certificação zoossanitária internacional. Com a agricultura familiar representando cerca de 80% da ovinocultura nacional, a tarefa de unir pequenos proprietários em consórcios ou associações para atingir a escala desejada será essencial. Além disso, os padrões sanitários e de manejo dos animais precisarão ser elevados, garantindo que os ovinos brasileiros atendam às exigências rigorosas dos mercados internacionais.
Parcerias e Alianças Estratégicas
A missão comercial ao Kuwait conta com a presença de diversas instituições que promovem a sinergia entre setores e a troca de conhecimentos. Entre os participantes estão representantes da Embaixada do Brasil, da Embraer, da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, da Apex-Brasil e da Invest/SP. A coalizão de esforços visa não só a abertura do mercado de ovinos, mas também envolve negociações em aviação civil, indústrias de materiais médicos hospitalares e energias renováveis.
Entidades Kuwaitianas como a Câmara Kuwaitiana de Comércio e Indústria e a Kuwait Investment Authority também marcarão presença nos encontros, sinalizando um intercâmbio produtivo de interesses comerciais. As colaborações, articuladas entre players estratégicos, buscam reforçar a posição do Brasil como um protagonista confiável e inovador no cenário global de comércio e investimentos, com a ovinocultura despontando como uma nova fronteira a ser conquistada.
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Última atualização em 16 de fevereiro de 2025