Lula critica margem do gás; governo pede investigação ao Cade

Lula critica margem do gás; governo pede investigação ao Cade

**Lula Volta a Atacar Margens do Gás de Cozinha e Governo Aciona Cade**

O presidente Lula voltou a manifestar preocupação com os preços do gás liquefeito de petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, reacendendo o debate sobre as margens de lucro praticadas no setor. Em um discurso recente, o presidente criticou o valor pago pelos consumidores, contrastando-o com o custo de produção da Petrobras. Essa declaração sinaliza um possível retorno do programa "Gás para Todos", uma iniciativa governamental para subsidiar o acesso ao GLP para famílias de baixa renda, ainda em fase de planejamento e formatação dentro do governo federal.

Paralelamente às declarações do presidente, o Ministério de Minas e Energia (MME) tomou medidas concretas para investigar o mercado de combustíveis. O MME encaminhou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) dois pedidos de averiguação de possíveis práticas anticoncorrenciais, sendo um deles direcionado especificamente ao mercado de GLP. Essa ação do governo demonstra uma preocupação em garantir a concorrência justa e evitar abusos que possam prejudicar os consumidores.

**Gás para Todos: Uma Luz no Fim do Túnel para Famílias de Baixa Renda?**

O programa "Gás para Todos", mencionado por Lula, surge como uma esperança para as famílias que enfrentam dificuldades para adquirir o gás de cozinha. A alta dos preços do GLP tem impactado significativamente o orçamento doméstico, especialmente para aqueles em situação de vulnerabilidade social. A proposta de subsidiar a compra do botijão visa aliviar esse fardo financeiro, garantindo o acesso a um item essencial para o preparo de alimentos.

No entanto, a implementação do "Gás para Todos" ainda depende de definições cruciais, como a fonte de financiamento e o modelo de distribuição dos subsídios. O governo federal tem trabalhado para consolidar uma Medida Provisória que viabilize o programa, buscando incluir os custos no orçamento da União. A expectativa é que, com o programa em vigor, o preço do gás de cozinha se torne mais acessível para a população de baixa renda.

**MME Aciona Cade para Investigar Práticas Anticoncorrenciais no Mercado de GLP**

A decisão do Ministério de Minas e Energia (MME) de acionar o Cade reflete uma crescente preocupação com a dinâmica do mercado de GLP. O MME aponta para um aumento nas margens brutas de distribuição desde 2019, que não se justifica pela inflação ou pelos custos operacionais das empresas do setor. Essa discrepância levanta suspeitas de práticas que podem estar prejudicando a concorrência e elevando os preços para o consumidor final.

O pedido de averiguação do MME ao Cade inclui um caso específico envolvendo a Ultragaz, uma das principais distribuidoras de GLP do país. A investigação se concentra no acesso da Ultragaz às cotas de fornecimento da Petrobras, com base em uma análise da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que aponta para um possível "engessamento" do mercado de GLP. A ação do MME busca garantir que todas as empresas tenham acesso justo ao fornecimento, promovendo uma competição mais equilibrada.

**Refinaria de Manaus (Ream) Sob Suspeita: MME Pede Averiguação ao Cade**

Além do mercado de GLP, o MME também acionou o Cade para investigar possíveis práticas anticoncorrenciais envolvendo a Refinaria de Manaus (Ream), que pertence ao grupo Atem. A suspeita é que a Ream esteja praticando preços superiores aos de outros fornecedores primários, ultrapassando a paridade de importação. Além disso, há questionamentos sobre a operação da Ream como terminal, sem realizar atividades de refino desde meados do primeiro semestre de 2024.

Essas alegações levantam dúvidas sobre a justificativa dos preços praticados pela Ream e se a empresa está cumprindo seu papel de refino conforme o esperado. O Sindipetro/AM, sindicato dos petroleiros do Amazonas, também protocolou uma representação junto à ANP, solicitando a apuração de possíveis irregularidades na operação da Atem. O sindicato alega que a Ream está sendo descaracterizada como unidade de refino, o que contraria a autorização concedida pela ANP e os compromissos assumidos no processo de privatização da refinaria em 2022.

**Leilão de Petróleo na Mira da Justiça: Instituto Arayara Contesta Blocos**

O Instituto Arayara, uma organização da sociedade civil que atua na área ambiental, apresentou um conjunto de ações civis públicas para contestar o leilão de petróleo marcado para 17 de junho. As ações visam excluir 68% dos blocos ofertados no leilão, alegando potenciais impactos ambientais negativos. A iniciativa do Instituto Arayara demonstra a preocupação de organizações da sociedade civil com os riscos associados à exploração de petróleo e gás, especialmente em áreas sensíveis.

As ações foram distribuídas em diferentes tribunais federais, abrangendo os estados do Pará, Brasília, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Norte, dependendo da localização dos blocos contestados. O presidente do Instituto Arayara, Juliano Bueno, afirmou que a organização também está avaliando os blocos disponíveis para o próximo leilão de partilha, o que pode resultar na abertura de uma nova frente judicial. A postura do Instituto Arayara indica uma disposição em utilizar todos os meios legais para defender o meio ambiente e questionar as decisões governamentais relacionadas à exploração de combustíveis fósseis.

**Outras Notícias do Setor:**

Além das questões relacionadas ao preço do gás de cozinha e ao leilão de petróleo, outras notícias movimentaram o setor de energia. A aprovação do conceito do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada da Petrobras, no processo de licenciamento para a perfuração de poço exploratório no bloco FZA-M-59 na Foz do Amazonas, gerou debate sobre os riscos ambientais da atividade petrolífera na região. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também pediu mais tempo para o debate sobre a Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2159/2021) na Câmara dos Deputados.

No mercado internacional, os contratos futuros do Brent fecharam em alta, impulsionados por informações sobre a restrição das operações da Chevron na Venezuela e pela decisão da Opep+ de manter o nível atual de produção de petróleo. No Brasil, a Petrobras iniciou a operação de uma nova Unidade de Hidrotratamento de Diesel na Refinaria de Paulínia (Replan), visando ampliar a produção de diesel S-10 e querosene de aviação (QAV). Associações da indústria de biodiesel e óleos vegetais pedem ao governo a retomada do cronograma de aumento da mistura ao diesel fóssil, enquanto a Câmara dos Deputados aprovou o projeto da Lei do Mar, que institui a Política Nacional para a Gestão Integrada, a Conservação e o Uso Sustentável do Sistema Costeiro-Marinho (PNGCMar).

**Futuras Perspectivas**

O cenário energético brasileiro continua dinâmico, com debates acalorados sobre os preços dos combustíveis, os riscos ambientais da exploração de petróleo e as políticas para o setor. A atuação do governo, do Cade, das organizações da sociedade civil e das empresas do setor moldará o futuro da energia no país. A busca por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, a proteção ambiental e o acesso a energia acessível para todos os brasileiros é um desafio constante. Acompanhar de perto os desdobramentos dessas questões é fundamental para entender os rumos do setor e seus impactos na sociedade.




Última atualização em 5 de junho de 2025

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