Indústria brasileira de rações cresce o dobro da média mundial impulsionando eficiência e competitividade no setor animal

industria brasileira de racoes cresce o dobro da media mundial

Indústria Brasileira de Rações em 2024: Crescimento Acima da Média Mundial

Em 2024, a produção de rações no Brasil alcançou 86,636 milhões de toneladas, um avanço de 2,43% em relação ao ano anterior. Esse índice é expressivamente superior à média global, que cresceu apenas 1,21%, revelando que o Brasil está navegando com maior apetite nesta importante cadeia produtiva. De acordo com o relatório Agri-Food Outlook 2025, elaborado pela Alltech, o país mantém-se como o terceiro maior produtor mundial de rações, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, cuja produção apresentou crescimento muito menor, com a China demonstrando até mesmo queda de 2,03% em 2024.

Este desempenho reflete a resiliência e a capacidade de adaptação da indústria brasileira mesmo em meio a desafios globais, como a disseminação da gripe aviária, que afetou mercados ao redor do mundo. A diversificação dos setores de produção e o crescimento em praticamente todas as categorias de ração ilustram um panorama positivo para a agroindústria nacional, que aproveita tanto o mercado interno quanto o externo.

Setores em Destaque e Diferenças Regionais

Na comparação por setores produtivos, o segmento da aquicultura destacou-se com um crescimento significativo de 8,6% em 2024, enquanto bovinos de corte tiveram alta de 7% e aves de postura registraram um aumento de 6,5%. Já o mercado de ração para pets também cresceu, acima da média, com um aumento de 3,4%. Tais crescimentos refletem mudanças na demanda do consumidor e investimentos em tecnologia e produtividade.

Apesar do otimismo, a indústria bovina de corte deve enfrentar um cenário de retração da produção de ração entre 5% e 6% previsto para 2025, devido à diminuição dos estoques de animais e à forte concorrência com frangos e suínos. Ainda assim, as exportações brasileiras devem seguir em alta, beneficiadas pela redução na oferta global, especialmente da China e dos Estados Unidos, países que tradicionalmente são grandes consumidores.

Impactos da Gripe Aviária e Desafios Sanitários

Um dos principais fatores que contribuíram para a cautela no mercado de ração para aves foi o surto de gripe aviária, detectado comercialmente pela primeira vez no Brasil em maio de 2024. Apesar dos temores, a demanda pelo setor não sofreu impactos imediatos significativos. O diretor comercial da Alltech no Brasil, Clodys Menacho, enfatiza que o impacto na demanda por aditivos para nutrição animal, que costuma ser o primeiro setor afetado por crises sanitárias, ainda não foi sentido até o momento.

Com medidas sanitárias rigorosas e eficientes, o Brasil conseguiu conter parcialmente a disseminação da doença, o que permite traçar um panorama otimista para o setor avícola no médio prazo. Menacho destaca a resiliência dos produtores brasileiros, que têm demonstrado grande capacidade de adaptação às adversidades, especialmente no fornecimento de carne para o mercado interno e internacional.

Principais Produtores Globais e Participação do Brasil

Em âmbito global, a produção mundial de rações cresceu de 1,380 bilhão para 1,396 bilhão de toneladas em 2024, recuperando-se depois de um período de estabilidade. As aves continuam predominantes no consumo de rações, utilizando 42,7% da produção total, seguidas pelos suínos, com 26,4%. Os dez maiores países produtores concentram 65,6% da oferta mundial, sendo que China, Estados Unidos, Brasil e Índia juntos respondem por metade do volume produzido.

O Brasil segue se consolidando como protagonista neste cenário, posicionando-se como terceira maior potência na produção global, com crescimento consistente em diversos segmentos além da avicultura e bovinocultura, como a aquicultura e o mercado de pets. Essa diversificação contribui para a estabilidade do setor, mesmo perante as instabilidades econômicas e climáticas que afetam o mundo.

Aspectos Econômicos e Expectativas para 2025

O documento da Alltech ressalta que o crescimento da indústria de rações em 2024 foi obtido em um contexto de desafios como fatores climáticos adversos, incertezas econômicas e o impacto da gripe aviária. Embora a alta seja motivo de otimismo, o cenário para 2025 inclui algumas reservas, especialmente diante do enfraquecimento da oferta de carne bovina e a continuação das medidas sanitárias que afetam o mercado avícola.

Este ambiente requer que os produtores e indústrias do setor tenham flexibilidade para se ajustarem rapidamente às oscilações da demanda e oferta globais. A previsão aponta uma possível contração no consumo de ração para bovinos de corte, compensada por um crescimento nas exportações e no mercado voltado a outras espécies, como peixes e aves, refletindo um quadro dinâmico e em transformação.

Futuras Perspectivas: Inovação e Sustentabilidade na Indústria de Rações

O crescimento expressivo da indústria brasileira de rações abre espaço para discussões sobre inovação, eficiência produtiva e sustentabilidade. A adoção de tecnologias para fazendas mais eficientes e voltadas para a automação — especialmente no setor de bovinos de leite — ilustra uma tendência de modernização que pode ampliar ainda mais a competitividade do Brasil no mercado global.

Além disso, a conscientização acerca do impacto ambiental e a busca por práticas sustentáveis são questões que ganham relevância para garantir a longevidade da produção. Investimentos em nutrição animal avançada, uso racional de recursos e melhorias contínuas na cadeia produtiva são elementos que prometem impulsionar o setor para novos patamares, acompanhando as demandas dos mercados nacional e internacional nos próximos anos.


Última atualização em 2 de junho de 2025

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigo Anterior
Montenegro impõe vazio sanitário de 28 dias após desinfecção, garantindo segurança e saúde agrícola na região.

Montenegro impõe vazio sanitário de 28 dias após desinfecção, garantindo segurança e saúde agrícola na região.

Próximo Artigo

Diesel fica 2,5% mais barato em maio após corte da Petrobras, indica IPTL.




Posts Relacionados