Garrotes de 17 meses com mais de 500 kg: a escolha certeira para uma produção de carne premium em SP

Uma nova realidade na pecuária intensiva brasileira está se consolidando com números impressionantes. Garrotes de apenas 17 a 18 meses com mais de 500 kg, prontos para entrar no confinamento com meia tonelada de carcaça. Esse é o resultado do projeto conduzido pela JB Agropecuária, localizada em Novo Horizonte (SP), sob o comando do empresário Jorge Biasi e gerência de Antônio “Totonho” Neto.

A conquista foi destaque em entrevista no programa Giro do Boi, com a participação do médico-veterinário Rodrigo Frigoni, gerente distrital da Alta, uma das maiores centrais de genética bovina do mundo.

Animais jovens, pesados e eficientes

Com imagens recentes da fazenda, Frigoni relatou o impacto visual e produtivo de um lote de garrotes prestes a entrar no cocho com mais de 500 kg ainda na fase juvenil.

“Esses animais vão entrar com 17 a 18 meses e pesando de 500 a 510 kg. É impressionante o quanto a genética vem transformando nossa pecuária. (…) O custo para criar um boi com genética ruim é o mesmo. Mas o retorno de um animal melhorador é infinitamente superior”, destacou Frigoni.

Seleção criteriosa e olho treinado para garantir bois meia tonelada de peso vivo antes do confinamento

A JB Agropecuária faz todo o processo de cria, recria e terminação, e o critério de seleção dos touros é rigoroso. Totonho explica que, mesmo com avaliações genéticas excelentes, se o animal não agradar no fenótipo, é descartado.

“O Jorginho só usa touro com padrão de central. Ele vai pessoalmente à Alta, analisa os números, mas também o visual. Tem de bater os dois.”

O resultado desse trabalho aparece no campo e no cocho. Os animais têm o pai marcado na paleta, permitindo rastreabilidade total. Isso é fundamental para garantir a qualidade e controle sobre o que está sendo produzido.

“A gente sabe quem é o pai de cada bezerro que vai para o confinamento. Isso garante consistência nos dados e nos ganhos”, completou Totonho.

Rendimento, carcaça e retorno financeiro

A estratégia genética da fazenda foca em habilidade materna, desempenho ao sobreano, acabamento de carcaça e eficiência alimentar. O que isso significa? Em palavras simples, são animais que não apenas atingem peso rapidamente, mas também apresentam uma carcaça com boa qualidade, o que é essencial para garantir maior rentabilidade.

Os dados não deixam dúvidas: os filhos de touros como Delegado e Diplomata mostram desempenho consistente e superior ao longo das gerações. Isso comprova a eficiência do trabalho realizado na JB Agropecuária.

“Esses bois jovens entram no cocho e saem com rendimento de carcaça elevado e excelente acabamento. Isso é retorno direto no bolso do pecuarista”, afirmou Totonho.

A importância da genética no cocho

Segundo Frigoni, a ineficiência dos animais sem genética ficou para trás. Não faz mais sentido trabalhar com gado que não apresenta o desempenho esperado, especialmente em um cenário onde a competição por qualidade é acirrada.

“Antigamente, o confinamento era lugar para a pior boiada. Hoje, é o oposto: só performa bem quem tem genética de qualidade. Animal descarnado e tardio não paga o cocho.”

Na JB Agropecuária, o uso de inseminação artificial (IATF) cresce ano após ano. Isso garante que a qualidade genética seja cada vez mais aprimorada, afetando não apenas a produtividade, mas a saúde e a longevidade dos animais.

“Mesmo com touros de repasse, usamos apenas o que há de melhor. O resultado está nas fêmeas também, que ficam no rebanho e garantem a consistência do sistema.”

Caminho sem volta

Frigoni foi direto: “O futuro da pecuária é esse. Produzir gado jovem, pesado e com carcaça de qualidade. E só chegaremos lá com genética provada e seleção estratégica.”

Para o Brasil avançar no mercado internacional de carnes, ele alerta: o consumidor quer carne de qualidade. Portanto, não há mais espaço para gado de boiada ou filhos de bois comuns. Cada geração precisa ser melhor que a anterior, e isso é uma responsabilidade que todos os pecuaristas devem abraçar.

“O consumidor quer carne de qualidade. Não há mais espaço para gado de boiada, filho de boi comum. Cada geração precisa ser melhor que a anterior.”