Primeira embalagem de café 100% reciclável, “plástico bolha” gera água potável e projeto de reciclagem transforma garrafa PET em big bags
Parceria entre Dow, Valgroup e Movimento Circular lança primeira embalagem de café 100% reciclável
A Dow, em conjunto com a Valgroup e o Movimento Circular, desenvolveu a primeira embalagem de café monomaterial fabricada no Brasil, feita integralmente de polietileno (PE). Essa embalagem é totalmente reciclável, um avanço significativo na busca por soluções sustentáveis para embalagens flexíveis, que tradicionalmente são compostas por materiais multimateriais com baixa reciclabilidade.
A nova embalagem elimina o uso da metalização interna, mantendo ao mesmo tempo a proteção necessária para conservar a qualidade do café. Com resinas de alta performance, como ELITE™ AT e INNATE™, ela garante barreira contra umidade e oxigênio. Além disso, a estrutura simplificada facilita o processamento reciclável nas cadeias já existentes, promovendo maior aproveitamento do plástico pós-consumo e viabilizando aplicações de valor agregado no ciclo do material.
Detalhes técnicos e benefícios da embalagem sustentável
Produzida com expertise do Pack Studios da Dow, o centro global de inovação em embalagens, essa embalagem combina alta resistência mecânica com apelo visual, atendendo às exigências técnicas do setor de cafés especiais, preservando aroma e frescor. A escolha do polietileno 100% monomaterial é estratégica para facilitar a reciclagem mecânica, evitando os desafios de embalagens compostas por múltiplos materiais que dificultam o reaproveitamento.
Segundo Letícia Vanzetto, gerente de Desenvolvimento de Mercado da Dow, essa solução demonstra como a colaboração entre empresas na cadeia de valor pode acelerar a transição para uma economia circular. O objetivo da Dow é que até 2035 todas as embalagens produzidas pela empresa sejam recicláveis ou reutilizáveis, buscando fechar o ciclo do plástico e reduzir impactos ambientais.
Novo “plástico bolha” gera água potável até no deserto, revela estudo do MIT
Cientistas do MIT desenvolveram um material inovador, semelhante ao “plástico bolha”, que tem a capacidade de extrair umidade do ar e convertê-la em água potável mesmo em ambientes extremamente secos, como desertos. O material é baseado em uma combinação de álcool polivinílico (PVA), cloreto de lítio, glicerol e uma tinta preta que absorve calor, formando uma espécie de “esponja tecnológica”.
O dispositivo absorve a umidade atmosférica durante a noite e, com a energia solar, libera a umidade como água potável durante o dia. Testes no Vale da Morte, na Califórnia, mostraram que é possível extrair mais de 50 ml de água diária, um desempenho superior ao de tecnologias similares. Essa inovação pode oferecer uma solução sustentável para o acesso à água, especialmente em regiões afetadas pela seca e mudanças climáticas.
Funcionamento e potencial do plástico bolha para geração de água
O funcionamento do material é bastante simples e eficaz: o PVA atua como matriz que retém água, o cloreto de lítio ajuda a atrair e manter a umidade, enquanto a tinta preta converte luz solar em calor para liberar a água condensada. Essa combinação de materiais cria um sistema leve, flexível e eficiente que pode ser aplicado em diferentes contextos.
O avanço apresentado oferece uma alternativa descentralizada para obtenção de água potável, especialmente em comunidades isoladas ou em áreas onde o acesso aos recursos hídricos é crítico. A pesquisa, publicada na revista Nature Water, ressalta que essa tecnologia pode se adaptar a diversas condições climáticas, ampliando seu potencial de uso.
Projeto ICL transforma garrafas PET em big bags e gera renda para catadores no Paraná
A empresa ICL, em parceria com a Plastic Bank e a recicladora Packem Ween, está implementando um projeto inovador que reutiliza garrafas PET para fabricar big bags. A iniciativa não apenas promove a reciclagem e a economia circular, mas também contribui para a inclusão social, ao envolver catadores de Curitiba e região metropolitana, que têm gerado renda adicional e acesso a benefícios sociais por meio da entrega de materiais recicláveis.
O projeto possui um sistema organizado de coleta em 19 pontos credenciados, englobando bairros de Curitiba e municípios vizinhos. A partir das garrafas recolhidas, o plástico é processado e transformado no produto Plástico Social®, usado para fabricar cerca de 468.100 big bags para a ICL, evitando que mais de 830 toneladas de resíduos plásticos sejam descartados incorretamente.
Impactos ambientais e sociais do projeto de reciclagem de garrafas PET
A iniciativa proporciona benefícios duplos: ela contribui para a redução do impacto ambiental, prevenindo o descarte inadequado de grandes volumes de plástico, e ainda promove a geração de emprego e renda para catadores associados, reforçando a inclusão social. Márcio Lopes, gerente corporativo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ICL na América do Sul, destaca o compromisso da empresa em integrar sustentabilidade em suas operações, valorizando práticas que beneficiem toda a sociedade.
Com contrato vigente até 2027, o projeto segue ampliando seu alcance e eficiência, fomentando a economia circular local e incentivando a cadeia produtiva do plástico reciclado. É um exemplo concretizado de como a colaboração entre indústria, recicladores e comunidades gera resultados palpáveis para o meio ambiente e para as pessoas envolvidas.
Futuras perspectivas para embalagens, água potável e reciclagem
Os avanços tecnológicos e as iniciativas descritas representam passos importantes para a sustentabilidade aplicada em diferentes setores. A ampliação do uso de embalagens 100% recicláveis, como a do café, contribui para mitigar a poluição plástica, enquanto a inovação do plástico bolha para geração de água potável pode revolucionar o acesso a recursos hídricos em regiões áridas.
Além disso, projetos de reciclagem que envolvem comunidades, como o da ICL, mostram que a sustentabilidade pode ser aliada da inclusão social, gerando emprego e renda ao mesmo tempo em que promove o cuidado ambiental. Espera-se que essas iniciativas inspirem mais ações e pesquisas voltadas para soluções práticas, escaláveis e benéficas para o planeta e para as pessoas.
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Última atualização em 13 de outubro de 2025
