Cruzar touro Angus com vacas Girolando é uma estratégia cada vez mais adotada por produtores que desejam transformar rebanhos leiteiros em uma oportunidade de carne de qualidade. No sistema conhecido como beef on dairy, a genética de corte entra na fazenda de leite para agregar valor. E, segundo o zootecnista Alexandre Zadra, o resultado pode ser surpreendente. Assista ao vídeo abaixo e confira.
A pergunta veio do pecuarista Carlos Margato, de Pedregulho (SP), durante o quadro Giro do Boi Responde desta terça-feira, 15 de abril.
Ele quer investir em cruzamento industrial chamado “beef on dairy“, inseminando fêmeas Girolando com touros Angus, um modelo que já ganhou força em países como os Estados Unidos e que vem crescendo no Brasil.
Angus com Girolando: resultado de alta qualidade
De acordo com Alexandre Zadra, especialista em genética e autor do blog Crossbreeding, a cruza Angus sobre Girolando tem excelente potencial, principalmente em sistemas de produção intensiva, como confinamento ou semiconfinamento. Nesses casos, o produtor pode explorar ao máximo o alto metabolismo dos animais meio-sangue, garantindo desempenho e qualidade de carcaça.
“O Angus vai muito bem porque entrega animais com qualidade de carne, precocidade e geralmente pretos, com poucas manchas brancas”, explica Zadra.
A genética Angus, com seu acabamento precoce e marmoreio, eleva o valor dos bezerros e agrega rentabilidade ao sistema, transformando vacas leiteiras em produtoras de carne de alta performance. Esse tipo de cruzamento não só melhora a qualidade da carne, mas também atua na eficiência do sistema produtivo como um todo.
E se a recria for a pasto?
Caso o produtor opte por recriar e engordar os animais a pasto, o especialista recomenda considerar raças mais rústicas e com menor exigência nutricional. Para essa realidade, o ideal seria cruzar o Girolando com raças bimestiças ou taurinos adaptados, como:
- Brangus ou Braford, para animais mais compactos;
- Canchim, Santa Gertrudis ou Simbrasil, para animais de maior porte;
- Caracu, Senepol e Bonsmara, que se destacam pelo pelo curto e rusticidade.
Esses cruzamentos oferecem bom ganho de peso a pasto e maior resistência ao clima tropical, além de menor dependência de suplementos concentrados. O sucesso nesse sistema depende da adaptação das raças à realidade de cada propriedade, sempre com foco no bem-estar animal e na sustentabilidade.
Manter o Girolando? Também é possível
Zadra também lembra que, se o produtor deseja manter o grau de sangue Girolando, pode adotar estratégias que equilibrem produtividade com rusticidade, especialmente utilizando raças adaptadas. Assim, é possível obter um animal de dupla aptidão mais funcional, aproveitando o que há de melhor do leite e da carne.
Beef on Dairy: Estratégia Inteligente e Flexível
O cruzamento beef on dairy, como o Angus com Girolando, é uma alternativa poderosa para agregar valor à pecuária leiteira. Seja para intensificar a produção de carne com raças europeias em confinamento, seja para explorar a rusticidade de taurinos adaptados a pasto, o segredo está em escolher a genética certa para o sistema de produção adotado.
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Você também pode obter resposta à sua pergunta sobre qualquer dúvida que tiver na fazenda. Envie para o quadro Giro do Boi Responde no link do WhatsApp do Giro do Boi, pelo número (11) 93310-7346 ou ainda pelo e-mail [email protected].
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Última atualização em 23 de abril de 2025