CNA Apresenta Propostas para o Plano Agrícola e Pecuário 2025/2026
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) esteve em destaque na última reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que ocorreu em Brasília no dia 29 de abril de 2025. O diretor técnico da instituição, Bruno Lucchi, apresentou um conjunto de propostas essenciais para o desenvolvimento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para o ciclo 2025/2026. O foco principal reside na solicitação de R$ 594 bilhões, que visa modernizar e impulsionar as políticas agrícolas no Brasil.
Serão dez pontos prioritários que a CNA pretende discutir e implementar, abrangendo desde a modernização do seguro rural até a eliminação de entraves regulatórios. O que se busca, em última análise, é garantir um ambiente propício para o crescimento e a sustentabilidade do setor agrícola brasileiro, principalmente em tempos de desafios financeiros e incertezas globais.
Desafios e Contexto da Nova Safra
O cenário atual apresenta uma série de obstáculos que podem comprometer o sucesso do PAP 2025/2026. Em sua apresentação, Lucchi destacou a tensão fiscal e internacional, além da elevação das taxas de juros. Essas questões impostas por um contexto econômico adverso tornam a tarefa de formular e implementar políticas agrícolas ainda mais complexa. Ele enfatizou que a luta pela modernização e eficiência deve ser constante.
Lucchi também mencionou que, embora o contexto seja desafiador, é necessário fortalecer as políticas agrícolas existentes. Essa força deve ser direcionada não apenas para atender às demandas imediatas, mas também para garantir a resiliência do setor em futuros períodos de dificuldade. A modernização é a palavra-chave, mas deve vir acompanhada de uma gestão estratégica e responsável.
Propostas da CNA para o PAP 2025/2026
Entre as propostas apresentadas pela CNA, a primeira e talvez mais crucial é a ampliação dos recursos destinados ao seguro rural. Essa ferramenta é fundamental para proteger os agricultores contra perdas decorrentes de fenômenos climáticos e outras adversidades. O aumento do financiamento para essa área servirá para garantir que os produtores tenham segurança em suas operações.
Outro ponto destacado é a melhoria do ambiente de negócios. Reduzir a burocracia envolvida nos processos de liberação de financiamentos é um dos pilares centrais da proposta. Lucchi sugeriu que a simplificação dos trâmites pode auxiliar os agricultores a acessar os recursos necessários de forma mais ágil e eficiente, permitindo que concentrem mais esforços em suas atividades produtivas.
Modernização e Gestão de Riscos
Lucchi também tratou da essencial modernização das ferramentas de gestão de riscos. Num mundo cada vez mais incerto, é vital que os produtores rurais possuam mecanismos robustos para lidar com imprevistos. A modernização deve incluir a adoção de tecnologias e práticas inovadoras que ajudem a prever e a mitigar riscos, reforçando a sustentabilidade e a competitividade do setor.
Além dessas iniciativas, a alocação eficiente de recursos públicos merece atenção especial. Lucchi mencionou que, para que os recursos resultem em benefícios tangíveis para a sociedade, é crucial que haja um planejamento estratégico na distribuição desses fundos, evitando desperdícios e priorizando áreas que efetivamente precisam de suporte.
Problemas Estruturais e Burocráticos no Setor
A burocracia excessiva que permeia o acesso ao crédito é um dos desafios mais apontados por Lucchi. Ele ressaltou como os custos cartorários elevados e as complexidades legais têm afastado muitos agricultores das linhas de financiamento disponíveis. Essa realidade não só restringe o acesso ao crédito, mas também acentua problemas já existentes no campo, dificultando a recuperação e o crescimento das atividades agropecuárias.
Lucchi também enfatizou a necessidade urgente de rever as exigências de conformidade e a regularização ambiental e fundiária. Um ambiente regulatório que impõe desafios desproporcionais pode ser profundamente prejudicial para os pequenos e médios agricultores, que muitas vezes não dispõem de recursos suficientes para atender a todas as exigências legais.
Impacto do PAP Anterior e Necessidade de Mudanças
Um dado alarmante apresentado por Lucchi foi o desempenho do Plano Agrícola e Pecuário 2024/2025, que ficou 17% abaixo do que havia sido registrado em ciclos anteriores. Este panorama é um sinal claro de que a atual estratégia requer adaptação e melhorias urgentes. O crescimento de 58% nas Cédulas de Produto Rural (CPR) durante o mesmo período é um indicativo de que, na ausência de recursos oficiais, os agricultores estão buscando alternativas privadas para financiamento.
Portanto, se faz necessário um redesenho das políticas e do plano de ação a ser seguido no próximo ciclo. É fundamental que se criem condições mais atraentes para que os produtores possam acessar o crédito oficial, revertendo a tendência de dependência de fontes privadas que podem não oferecer as melhores condições a longo prazo.
Próximos Passos e Busca por Soluções
Com as propostas apresentadas, a expectativa é que os parlamentares da FPA levem adiante as sugestões da CNA e busquem apoio para sua implementação. O objetivo é garantir que o setor agrícola não só se sustente, mas também prospere em um contexto global cada vez mais dinâmico e desafiador. O compromisso do governo em trabalhar em conjunto com as entidades do setor será crucial para a construção de soluções efetivas.
O próximo passo envolve discussões aprofundadas sobre cada um dos dez pontos prioritários, envolvendo todos os stakeholders do setor. O diálogo contribuirá para encontrar as melhores estratégias que promovam o crescimento sustentável e o fortalecimento da agricultura brasileira, garantindo recursos que possam viabilizar esse avanço.
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Última atualização em 9 de maio de 2025