Brasil enfrenta gripe aviária com respostas rápidas e rastreabilidade para proteger a indústria e evitar embargos.

Brasil enfrenta gripe aviária com respostas rápidas e rastreabilidade para proteger a indústria e evitar embargos.

Gripe aviária: Brasil precisa de resposta ágil, diplomacia técnica e maior rastreabilidade para reverter embargos, alerta especialista

Recentemente, a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil acendeu um sinal de alerta no setor de exportações de carne de frango. Com embargos totais e parciais agora impostos por aproximadamente 40 países, incluindo potências como China, União Europeia e México, as perdas financeiras mensais do Brasil podem variar entre US$ 100 milhões e US$ 300 milhões, conforme as estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A gravidade da situação é ampliada pela incerteza sobre a duração desses embargos e a eventual reabertura dos mercados.

O impacto das restrições no comércio internacional

O Brasil, reconhecido como um dos líderes mundiais na exportação de carne de frango, produz anualmente cerca de 15 milhões de toneladas, das quais 5,3 milhões são destinadas ao mercado externo, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em abril de 2025, o país exportou 475 mil toneladas, mantendo sua posição de destaque no cenário agrícola global. Entretanto, a situação atual expõe os riscos do setor, como confirma Rogério Marin, CEO da Tek Trade e especialista em comércio exterior.

Marin salienta que crises sanitárias, como a que se apresenta agora, colocam em evidência a vulnerabilidade da cadeia produtiva. A suspensão das importações por países como Chile, Canadá, Malásia, Argentina, Uruguai e Coreia do Sul, agrava a situação. Enquanto a China e a União Europeia interrompem suas compras, outras nações, como Reino Unido, Bahrein e Cuba, já realizam restrições focadas no estado do Rio Grande do Sul, onde o caso foi registrado. Essa fragmentação das políticas comerciais traz desafios logísticos e financeiros imensos ao Brasil.

Desafios enfrentados pelo setor avícola

O cenário não é apenas de perdas financeiras, mas traz à tona a necessidade de uma resposta estratégica abrangente para enfrentar a crise. Marin afirma que o Brasil se encontra em um verdadeiro teste de resiliência. Apesar de possuir altos padrões sanitários, a gripe aviária impõe desafios significativos, incluindo renegociações de contratos e um aumento inesperado nos custos com seguradoras. Muitas empresas não estavam preparadas para essa eventualidade e agora enfrentam dificuldades para se ajustar à nova realidade.

Além disso, há uma pressão constante para que empresas do setor consigam não apenas contornar a crise, mas, principalmente, restaurar a confiança dos mercados internacionais. A resposta rápida e eficaz ao surto, aliada a uma postura transparente, é vista como essencial para mitigar os impactos econômicos e preservar a imagem do Brasil no comércio exterior.

A importância da diplomacia técnica

Em meio a esse cenário, a diplomacia técnica se revela como uma ferramenta crucial para reverter os embargos. Marin enfatiza que a agilidade na contenção do surto deve ser acompanhada por um esforço genuíno para restabelecer a confiança nas exportações brasileiras. O país deve investir em diplomacia técnica, que envolve a comunicação clara e transparente com os países importadores, para demonstrar que a situação está sendo tratada de forma responsável e eficaz.

Ademais, a rastreabilidade dos produtos é um ponto fundamental a ser enfatizado. Comprovar a regionalização dos casos e garantir que a crise não afete a qualidade percebida dos produtos brasileiros é crucial para manter a competitividade no mercado internacional. Um sistema robusto de rastreabilidade pode não só estimular a confiança, mas também facilitar a negociação com os países afetados pelos embargos.

Resposta do setor: O que pode ser feito?

O setor de carne de frango precisa mobilizar esforços coordenados para enfrentar a crise. Isso inclui a promoção de uma comunicação efetiva entre os diversos stakeholders, como produtores, exportadores e órgãos governamentais. A formação de grupos de trabalho para discutir estratégias de resposta e recuperação é uma medida que pode trazer resultados significativos.

As empresas também podem explorar formas inovadoras de melhorar sua resiliência, como a diversificação dos mercados-alvo. Reduzir a dependência de um pequeno número de importadores e buscar novos mercados alternativos é uma estratégia que pode aliviar a pressão em situações de crise. Momentos de adversidade também oferecem a oportunidade de rever processos internos e otimizar operações, promovendo uma contínua melhoria dos padrões sanitários e logísticos.

Divulgação e confiança nos produtos brasileiros

A construção de uma imagem forte para os produtos brasileiros se faz necessária neste momento. A promoção de campanhas para destacar a qualidade e segurança da carne de frango brasileira pode ajudar a restabelecer a confiança nos mercados internacionais. A realização de eventos e feiras comerciais, mesmo que virtuais, pode criar oportunidades para que o setor mostre suas inovações e os altos padrões de produção.

Neste sentido, empresas de exportação precisam estar atentas às exigências de cada mercado, ajustando suas práticas e garantindo que se alinhem com os padrões globais de saúde e segurança. Com o avanço da comunicação digital, utilizar plataformas online para promover webinars e workshops voltados para o mercado internacional pode ser uma estratégia eficaz para explicar os protocolos sanitários adotados pelo Brasil.

O cenário das exportações de ovos

Apesar da pressão sobre as exportações de carne de frango, o setor de ovos parece manter-se relativamente estável, com apenas 0,9% da produção destinada ao exterior. Os Estados Unidos, que são os principais compradores de ovos brasileiros, já se manifestaram afirmando que não aplicarão embargos, criando uma camada de segurança para esse nicho do mercado. Essa estabilidade pode ser uma oportunidade para que o Brasil amplie sua presença nesse setor e busque aumentar as exportações, minimizando assim os impactos da crise na carne de frango.

Entretanto, a necessidade de fortalecer os protocolos sanitários permanece prioridade. Esse contexto reforça a ideia de que o Brasil deve continuar a investir em práticas que assegurem a saúde pública e animal, garantindo a segurança alimentar a nível global. Essa responsabilidade não é apenas uma necessidade imediata, mas um compromisso a longo prazo que pode fortalecer o posicionamento do agronegócio brasileiro no exterior.

Futuras Perspectivas

O futuro do setor de avicultura no Brasil dependerá da capacidade do país em se adaptar rapidamente às mudanças e desafios que surgem. O investimento em tecnologias que melhorem a biossegurança e a rastreabilidade dos produtos, bem como o fortalecimento das relações diplomáticas com outros países, será fundamental para assegurar uma recuperação eficaz e duradoura. O foco deve ser não apenas na resolução dos problemas imediatos, mas também na criação de um sistema mais robusto e resiliente que possa enfrentar crises futuras.

Além disso, a colaboração entre governo, indústria e pesquisa será essencial para desenvolver soluções inovadoras. O aprendizado contínuo e a adaptação às práticas mais eficazes a nível global podem garantir que o Brasil se mantenha na vanguarda do mercado internacional, mesmo em tempos de dificuldades.

Com uma abordagem focada em transparência e diplomacia profissional, o Brasil poderá não apenas superar os desafios atuais, mas também reforçar sua imagem como um fornecedor seguro e confiável de carne de frango no mercado global.




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Última atualização em 17 de junho de 2025

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