Após conversa com chineses, Fávaro está confiante na retomada da exportação de frango









Após conversa com chineses, Fávaro está otimista para retomar exportação de frango

Após conversa com chineses, Fávaro está otimista para retomar exportação de frango

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, está otimista em retomar a normalidade do comércio de carne de frango brasileira para o mundo, apesar do caso da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, confirmado na semana passada.

Fávaro conversou com alguns jornalistas nesta segunda-feira, 22 de julho, após participar da reunião do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP (Cosag), em São Paulo, e ressaltou que o País vive um “bom momento nas relações internacionais”, com países importadores.

As exportações brasileiras de carne de frango estão suspensas devido a um autoembargo do governo brasileiro para 44 países, sendo que quatro mercados envolvem todo o Brasil e para os demais a restrição se refere ao Rio Grande do Sul.

O registro da doença ocorreu no munícipio gaúcho de Anta Gorda, no Vale do Taquari, uma das regiões afetadas pelas enchentes no estado.

No fim de semana, o Ministério da Agricultura divulgou, em nota, que foram descartados três possíveis novos casos de Newcastle em aves que vivem em uma área próxima de onde o primeiro caso foi confirmado.

Impacto da Doença de Newcastle na Exportação de Frango

“Os resultados negativos são uma sinalização extremamente positiva sobre a contenção desse evento sanitário, o que é importante para resolução rápida da situação, e reforça a robustez do sistema de defesa agropecuária do Brasil”, disse o ministério.

Fávaro citou nesta segunda que ainda resta sair o resultado de mais um teste, mas afirmou que “com certeza também vem negativo”.

Acompanhando o ministro, Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, ressaltou que cada país tem um acordo sanitário diferente com o Brasil.

Ele exemplificou que a União Europeia determina que o Brasil marque a zona de segurança, e destacou que com os primeiros resultados que mostram casos negativos para a doença já afrouxaram as restrições para o continente.

Atualmente, o bloco econômico não está importando produtos de todo o estado gaúcho, e a ideia é que nas próximas semanas a restrição fique num raio de 10km do caso registrado. “O Japão já está no raio dos 10km”, afirmou o secretário.

Esforços do Governo Brasileiro Para Conter a Doença

Em relação à China, Perosa afirmou que o ministério já teve duas reuniões online com autoridades do país asiático, sendo uma realizada na manhã desta segunda-feira.

“Apresentamos o que está sendo feito e os testes negativos, e a resposta deles deve vir no máximo em até 10 ou 15 dias para liberar todo o mercado chinês para comprar do Brasil”, afirmou.

“Fechamos o Rio Grande do Sul, e agora a ideia é fechar para o raio de 10km do ocorrido. Diminuímos o círculo de restrição ao mesmo tempo em que conversas com embaixadas estão avançadas, principalmente com a China”, afirmou o ministro.

A doença de Newcastle é provocada por um vírus que afeta aves domésticas e silvestres, e causa sinais respiratórios que são frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema na cabeça dos animais. Os últimos casos registrados no Brasil foram em 2006, em aves de subsistência no Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do conselho consultivo da ABPA, que participou virtualmente da reunião do Cosag, recomendou que as embaixadas sejam transparentes. “Elas serão as primeiras a informar e atestar aos importadores o que acontece no País”.

Histórico de Enfrentamento de Doenças no Brasil

Ele ressaltou que, ainda que tenha sido somente um caso registrado até agora, o tempo de normalização do fluxo de exportação varia, e relembrou que no “mal da vaca louca”, alguns países demoraram quatro meses e outros 12 dias para reabrir o mercado. “É duro ter que desabilitar plantas, mas é o protocolo. Isso faz bem para a nossa credibilidade”.

Otimista com os próximos passos, Fávaro destacou que ao avaliarem todos os outros 7 mil animais da granja em que o caso de Newcastle foi descoberto, nenhum sequer demonstrou sintomas. “É um bom indício que o cenário é atípico”.

Medidas de Apoio aos Produtores Atingidos pelas Enchentes

O Rio Grande do Sul, que sofreu uma das maiores tragédias climáticas da história do País, segue negociando com o governo medidas de apoio aos produtores rurais afetados pelas enchentes.

Fávaro reafirmou que o governo pretende publicar uma Medida Provisória (MP) até o final do mês, que pode incluir uma anistia das dívidas daqueles produtores que foram completamente atingidos com as enchentes.

“A ideia é englobar o produtor que teve sua infraestrutura logística, de equipamentos, máquinas e terra totalmente afetados. Não tem como sobrar dívidas para ele”, afirmou.

Ele explicou que, se essa ideia for incluída na MP, o custeio da safra 2023/24 e os investimentos da temporada 2024/25 seriam zerados para esses produtores, com o governo pagando essas parcelas para os bancos.

O Mapa está conversando com entidades e cooperativas para dar tratamento “diferente aos diferentes”, segundo ele, de forma que o perdão das dívidas seja proporcional ao tamanho do estrago causado pela catástrofe. Amanhã, Fávaro se reunirá com cooperativas agrícolas no RS durante a tarde.

Plano Safra 2024/25 e Investimentos em Seguros Rurais

Na reunião do Cosag, o ministro Carlos Fávaro também apresentou números sobre o Plano Safra 2024/25, recém-anunciado pelo governo federal.

O ministro destacou a participação do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad na elaboração do Plano Safra. “O governo anunciou contingenciamento de recursos ao mesmo tempo em que houve um incremento de recursos públicos para subvencionar o plano safra”, afirmou.

Ele ainda ressaltou que o governo trabalha junto com o Congresso para apoiar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o ano que vem, a fim de disponibilizar até R$ 3 bilhões para o seguro rural já em 2025.

“O governo vai apoiar para que saiamos da casa dos R$ 1,3 bilhão em subvenção deste seguro, que, se for aprovado, pode servir já para a safra de inverno desta temporada”, afirmou.

Campanha Marca Agro do Brasil

No mesmo encontro do Cosag, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) apresentou ao ministro e aos participantes os detalhes da campanha Marca Agro do Brasil, que tem o objetivo de resgatar a imagem do setor e “despertar o sentimento de orgulho da população brasileira pelo agro”, como ressaltou o presidente da entidade, Ricardo Nicodemos.

O evento contou com a presença de diversas entidades do setor agropecuário, que demonstraram apoio à campanha e destacaram a importância de promover uma imagem positiva do agronegócio brasileiro, tanto no mercado interno quanto no externo.


Última atualização em 24 de julho de 2024

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