Pequenas Indústrias Brasileiras Sofrem com Desafios Financeiros e Insatisfação Econômica

Pequenas Indústrias Brasileiras Enfrentam Insatisfação Financeira

Recentemente, o PPI (Panorama da Pequena Indústria) levantou dados de uma década. Os números indicam que as pequenas indústrias demonstram insatisfação com a situação financeira há dez anos. Assim, o principal que corrobora com esse cenário aponta para a dificuldade de acesso ao crédito.

Na imagem aparece um homem trabalhando no setor de construção. A imagem representa a situação das pequenas indústrias brasileiras

Além disso, a pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) revela problemáticas destacadas pelas pequenas indústrias. Assim, ao longo da série histórica, a carga tributária elevada se apresenta como o problema mais frequentemente destacado pelas pequenas indústrias.

Diante disso, a economista da CNI, Paula Verlangeiro explica a situação. De acordo com ela, as pequenas indústrias se mostram como as mais penalizadas pelas mudanças econômicas, como o aumento da taxa básica de juros. Ainda, Verlangeiro, comenta: “Também são as que têm menos disponibilidade de recursos para lidar com eventuais problemas. Por esses e outros motivos, os últimos dez anos não foram fáceis para as MPEs industriais e o Panorama detalha esse cenário”.

De 2013 a 2023, os pequenos empresários industriais nos setores de construção e transformação enfrentaram dificuldades. Como, por exemplo, o acesso ao crédito em todos os 40 trimestres analisados. Já o índice permaneceu abaixo da média histórica em 21 dos 40 trimestres para a indústria de transformação. E em 24 dos 40 trimestres para a pequena indústria de construção.

Impactos no Cenário das Pequenas Indústrias

Em 2016, o Índice de Situação Financeira atingiu o seu ponto mais baixo da série, marcando, assim, 29,5 pontos. O resultado reflete o aumento das taxas de juros que atingiram o seu pico no terceiro trimestre de 2015, alcançando 14,25% ao ano. Entre os anos de 2015 a 2019, o indicador experimentou variações, mas sempre permaneceu abaixo da média histórica, (38,4 pontos).

No entanto, apenas em 2020 o índice se restabeleceu. Com isso, registrou o valor mais alto da série, com 43,1 pontos. Quanto a recuperação, de certa forma, muito se deve à implementação de programas de apoio e incentivo. Com elas, as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) obtiveram ajuda para o enfrentamento ao Covid-19. Além disso, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e o PEAC (Programa Emergencial de Acesso a Crédito), também cooperaram para facilitar o acesso ao crédito para os pequenos industriais.

Desafios Financeiros das Indústrias

Assim, em 2023, os bancos partiram para adoção de critérios mais rígidos para a concessão de crédito. Isso porque, durante o ano passado, houve um aumento da inadimplência, que impulsionou esta ação dos bancos. Dessa maneira, entre os critérios incluía-se exigir mais garantias, oferecer prazos menores e custos maiores.

Já durante o segundo semestre, o Banco Central iniciou a redução da taxa básica de juros. Com 0,5 ponto percentual em cada uma das quatro reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária). Apesar disso, a medida não reduziu os efeitos imediatos para as pequenas empresas. Porém, melhora a expectativa dos empresários. Mesmo que a medida não resulte em efeitos instantâneos para as pequenas empresas, ela já gera uma melhoria nas expectativas dos empresários. Como evidenciado pelo Índice de Situação Financeira, que registrou um aumento e encerrou o ano com 42,2 pontos.

Os Principais Desafios Enfrentados Anteriormente 

Para compreensão ampla, o Panorama da Pequena Indústria oferece uma visão detalhada dos principais desafios enfrentados pelas indústrias de pequeno porte, segmentadas por setor industrial (transformação e construção) desde 2015. Sendo assim, a elevada carga tributária, se apresenta como um desafio persistente, independentemente do setor, ao longo da última década.

Para esse mapeamento, a metodologia do panorama leva em consideração apenas o número de empregados por estabelecimentos (1 a 49 no caso de Micro e Pequenas Empresas – MPEs). Dessa forma, o sistema tributário complexo e oneroso frequentemente prejudica empresas que não se enquadram no Simples Nacional na amostra.

Análise Trimestral

Em relação ao quarto trimestre de 2023, os pequenos empresários da indústria de transformação identificaram problemas como a elevada carga tributária, demanda interna insuficiente e competição desleal (como informalidade e contrabando). Já o último problema ganhou força desde 2021 e agora ocupa a terceira posição. Assim, destacando a necessidade de promover uma concorrência saudável, com a implementação de ações para coibir práticas que possam prejudicar a competitividade.

Outro fator impactante, trata-se das assinaturas para a elevação das taxas de juros durante o primeiro trimestre de 2021 e o terceiro trimestre de 2023. De maneira a afetar diretamente o setor, de acordo com as indústrias de construção. E com isso, prejudicando os empresários, encerrando os recursos para projetos, e os consumidores, dificultando o financiamento para a compra de imóveis.

Panoramas e Expectativas para o Futuro 

Nas últimas décadas, as pequenas empresas industriais lidam com as adversidades, porém, ao mesmo tempo encontraram oportunidades e permaneceram resilientes. Isso se comprova através do crescimento do número de micro e pequenas indústrias, que passaram de 433 mil para 459 mil. De acordo com levantamento da CNI, baseado na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), os negócios empregam mais de 3,4 milhões de trabalhadores formais, de maneira que a soma do salário deles chega a R$85 bilhões por ano.

Para medir as expectativas, o ICEI (Índice de Confiança do Empresário), analisa as condições atuais e assim consegue antecipar as mudanças e as tendências das atividades industriais. Em janeiro de 2024, o ICEI registrou 51,2 pontos, isto é, está acima de linha divisória de 50 pontos. Nesse sentido, Verlangeiro ressalta: “A confiança e as perspectivas estão melhorando, especialmente, por conta da redução da taxa de juros. Esperamos que essas melhorias ajudem a impulsionar o crescimento das pequenas empresas no futuro. Medidas em prol do ambiente de negócios, que diminuam a burocracia e que proporcionem um acesso melhor ao crédito são essenciais para a competitividade das pequenas empresas”.

Os Apoios às Pequenas Indústrias 

No que diz respeito ao Índice de Perspectivas da Pequena Indústria, nos últimos dois anos, registrou flutuações próximas à média histórica de 46,9 pontos, indicando uma abordagem cautelosa por parte dos empresários ao tomar decisões de investimento e contratação. Dessa forma, esse indicador resume as projeções para a demanda de produtos, o número de empregados e as intenções de investimento nos meses seguintes. Atualmente, em janeiro de 2024, observa-se um aumento nas expectativas, refletido por um índice atual de 49,4 pontos.

As medidas de apoio às pequenas empresas, como o programa Novo Brasil Mais Produtivo, iniciaram suas operações em janeiro deste ano e pretendem investir R$2 bilhões em 200 mil MPEs brasileiras, podendo estar relacionadas ao aumento observado. Além disso, o Procompi (Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Indústrias) planeja investir R$24 milhões em soluções que visam a redução de custos e o aumento da competitividade das pequenas indústrias até 2026.

Panorama Econômico Através dos Indicadores Industriais

Desse modo, a pesquisa de Panorama da Pequena Indústria, da CNI, analisa e avalia quadro indicadores: o Índice de Desempenho, Índice de Situação Financeira, Índice de Perspectivas e Índice de Confiança do Empresário Industrial, focados nas pequenas empresas. Bem como, a pesquisa divulga a classificação dos principais obstáculos enfrentados pelas MPEs a cada trimestre. Cada índice possui uma escala de 0 a 100 pontos. No caso do ICEI, valores superiores a 50 pontos denotam confiança por parte do empresário, sendo que quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais abrangente a confiança.

Por outro lado, valores inferiores a 50 pontos indicam falta de confiança empresarial, sendo que quanto mais abaixo de 50 pontos, maior e mais generalizada se torna a falta de confiança. No que diz respeito aos demais índices, quanto mais elevado o valor, melhor o resultado obtido.

A formulação dos índices considera alguns fatores significativos. Tais como volume de produção, quantidade de empregados, utilização da capacidade instalada, satisfação com o lucro operacional e situação financeira, acessibilidade ao crédito, previsão de crescimento da demanda. Assim como as intenções de investimento e contratação.


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Última atualização em 12 de outubro de 2024

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