Reportagem publicada nesta quarta-feira (14) no jornal The Washington Post trouxe apreensão para todas as pessoas que dependem de um sistema de localização global, de motoristas de Uber a ambulâncias e viaturas policiais: uma decisão errada tomada durante o governo Trump pode comprometer o funcionamento do sistema de GPS no mundo.
Como qualquer sistema de transmissão de dados via satélite, o GPS está sujeito a interferências de transmissões terrestres no espectro em que seus satélites operam. No entanto, em 19 de abril do ano passado, a Federal Communications Commission (FCC) dos EUA concedeu autorização à empresa de satélites Ligado Networks para fornecer serviço 5G terrestre no espectro near-GPS.
O problema é que, embora seja um provedor regional, os sinais da Ligado serão dois bilhões de vezes mais potentes que os sinais de GPS. É como uma banda de rock tocando enquanto os pássaros cantam, compara o jornal americano, lembrando que os transmissores da Ligado certamente sobreporiam seus sinais aos alertas do GPS.
Notificações, alertas e pedidos de reconsideração
FCC (Fonte: Wikimedia Commons)Fonte: Wikimedia Commons
Apenas um mês após a aprovação do projeto, alertas sobre uma possível interrupção no funcionamento do GPS já haviam sido feitos pela NTIA, a Administração Nacional de Telecomunicações e Informação. Antes mesmo da aprovação, o Departamento de Defesa já havia manifestado sua preocupação com o tema, sem falar nas inúmeras manifestações de políticos dos partidos Democrata e Republicano.
Espera-se agora que o presidente Joe Biden peça à FCC que reconsidere a aprovação do empreendimento Ligado. Como se vê, uma operação autônoma do GPS é importante não apenas para a segurança nacional dos Estados Unidos, mas para o cotidiano de todos os cidadãos do mundo, além de ser um importante instrumento para a implementação da nova agenda climática do novo governo.
Última atualização em 12 de janeiro de 2023