O salário médio mensal dos trabalhadores da agropecuária no Paraná alcançou R$ 3.428 no 2º trimestre de 2025 e ficou 58,5% acima da média nacional, de R$ 2.163, segundo a PNAD Contínua do IBGE. Em um ano, o rendimento real dos ocupados no campo paranaense avançou 23%, enquanto no conjunto do país a alta foi de 5,2%. O desempenho confirma uma diferença que se ampliou em 2025 e reposiciona o Estado no topo das remunerações do setor, em linha com a expansão recente da produção de grãos e com o adensamento de cadeias ligadas à colheita, ao transporte e ao processamento de commodities.
Principais números do trimestre
Os dados do 2º trimestre mostram que o trabalhador do campo no Paraná ganhou, em média, R$ 1.265 a mais por mês do que a média brasileira. A diferença, expressa como 58,5% de vantagem, é a maior dos últimos trimestres e reforça a tendência de salários mais elevados em áreas com forte produtividade, maior formalização e presença de estruturas de apoio, como cooperativas e serviços técnicos especializados. A distância também reflete uma composição ocupacional com mais funções de maior qualificação, como operadores de máquinas agrícolas, técnicos, supervisores e profissionais de logística.
No recorte de 12 meses, o rendimento real no Paraná subiu 23%. No mesmo período, a agropecuária brasileira avançou 5,2%. Isso significa que a relação entre os salários do país e os do Paraná diminuiu: em 2025, a média nacional corresponde a 63,1% do rendimento do trabalhador paranaense, abaixo dos 73,7% vistos um ano antes. Em termos práticos, a diferença relativa aumentou e consolidou o Estado em um patamar acima de outras regiões com grande produção primária.
A leitura do IBGE vem acompanhada por estimativas de safras em alta. A combinação de bons volumes colhidos, uso intensivo de tecnologia em etapas de preparo, plantio e colheita e maior demanda por serviços pós-porteira — armazenagem, secagem, classificação e transporte — ajuda a explicar não apenas o nível dos salários, mas também a massa de rendimentos que circula nos municípios rurais e em polos regionais de serviços.
Por que o Paraná paga mais
A diferença salarial no campo paranaense se apoia em fatores históricos e conjunturais. De um lado, a produção agrícola no Estado é diversificada, com soja e milho em destaque, além de culturas de inverno e nichos que exigem manejo específico. De outro, houve expansão recente de vagas que demandam formação técnica e operação de equipamentos, funções que costumam remunerar melhor do que atividades de menor especialização. A presença de cooperativas com grande capilaridade também organiza compras, assistência ao produtor e escoamento, influenciando a dinâmica de contratação ao longo do ciclo da safra.
A logística é outra peça. A proximidade de indústrias de processamento e de entroncamentos de transporte reduz custos e cria demanda por funções ligadas à manutenção, à armazenagem e ao transporte de grãos. Com isso, o ecossistema de vagas se amplia além da lavoura e atrai profissionais que transitam entre a porteira e os serviços que gravitam em torno dela. Esse adensamento eleva a competição por mão de obra, com impacto direto nos salários médios.
A formalização relativa também pesa. Setores com maior presença de contratos registrados tendem a registrar rendimentos mais altos, benefícios e menor rotatividade. Embora a agropecuária ainda tenha parcela expressiva de ocupações informais, a ampliação de estruturas empresariais e a necessidade de cumprir protocolos de qualidade e rastreabilidade elevam a exigência por vínculos e por qualificação, o que se reflete no valor pago ao trabalhador.
Por fim, o calendário de safras sequenciais, com janelas de plantio e colheita em primeira e segunda safra, dilui a ociosidade ao longo do ano e sustenta contratações por mais meses. Em regiões onde a janela produtiva é mais curta, os trabalhadores experimentam períodos sem ocupação. No Paraná, o encadeamento de culturas ajuda a manter equipes, reduz custos de treinamento e dá previsibilidade às empresas, o que incentiva a remuneração de perfis mais qualificados.
Como a produção maior pressiona os salários
O levantamento mais recente indica que a colheita de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 45,7 milhões de toneladas na safra 2025 no Paraná, 21,8% acima do volume de 2024, de 37,5 milhões de toneladas. Em nível nacional, a estimativa é de um incremento de 16,3%. Quando a oferta de grãos cresce nesse ritmo, o efeito não se limita ao campo: amplia-se a necessidade de operadores de máquinas, time de manutenção, motoristas, profissionais de armazenagem e de classificação, entre outros. Com mais vagas e prazos apertados, os salários respondem.
No recorte por culturas, a soja deve subir 14,2%, passando de 18,6 milhões de toneladas em 2024 para 21,3 milhões em 2025. O milho, somadas primeira e segunda safras, tem previsão de alta de 33,3%, de 15,1 milhões para 20,1 milhões de toneladas. As culturas de inverno também ganham espaço: a produção de cevada pode avançar 50,3%, e a de aveia, 47,3%, segundo as projeções. O Paraná deve encerrar o ano com 78,6% de participação na safra brasileira de cevada, uma liderança que exige arranjos logísticos e técnicos específicos ao pós-colheita.
Em julho, o Estado registrou o terceiro maior incremento na expectativa de safra em relação ao mês anterior, atrás apenas de Mato Grosso (5.536.658 t) e Minas Gerais (561.874 t), com avanço de 479.700 t. Esse reforço recente nos volumes consolida a necessidade de mão de obra ao longo da cadeia. Ao mesmo tempo, pressiona o mercado por trabalhadores com experiência comprovada e capacidade de atuar em diferentes etapas — do preparo do solo à colheita e ao transporte —, patamar de exigência que costuma vir acompanhado de salários maiores.
Quando a colheita cresce e o ritmo de embarques acelera, empresas antecipam contratações e oferecem bônus por produtividade e por turno estendido, especialmente em janelas críticas. O resultado é um rendimento médio que sobe não apenas pelo reajuste do salário base, mas também pelo aumento de horas efetivamente trabalhadas e pela maior incidência de adicionais, como periculosidade em determinadas operações e premiações internas por metas cumpridas.
Comparação entre estados
O rendimento médio do Paraná supera o de estados com forte desempenho agrícola. Em Santa Catarina, o valor é de R$ 3.229; no Mato Grosso do Sul, R$ 3.149; em Goiás, R$ 3.071; em São Paulo, R$ 2.989; em Minas Gerais, R$ 2.440; e no Pará, R$ 1.425. A leitura desses números aponta que o patamar paranaense é competitivo mesmo quando comparado a estados com grande área cultivada ou elevada mecanização. A diferença indica também estruturas salariais influenciadas pela composição de ocupações e pela intensidade de atividades ao longo do ano.
A comparação regional ajuda a interpretar o que está por trás da remuneração. Estados com cadeias mais integradas tendem a pagar mais para reter trabalhadores com experiência em operação de máquinas, armazenagem, condução de veículos de grande porte e gestão de processos. Além disso, a difusão de serviços técnicos — assistência ao produtor, manutenção de equipamentos, inspeção de qualidade — amplia postos que exigem formação e, portanto, pagam salários maiores do que cargos de entrada.
- Paraná: R$ 3.428 (média no 2º trimestre de 2025)
- Santa Catarina: R$ 3.229
- Mato Grosso do Sul: R$ 3.149
- Goiás: R$ 3.071
- São Paulo: R$ 2.989
- Minas Gerais: R$ 2.440
- Pará: R$ 1.425
É importante lembrar que o rendimento médio varia conforme o mix de ocupações apurado em cada trimestre. Em períodos de plantio ou colheita, cresce a participação de funções temporárias e de jornadas estendidas. Em janelas de menor atividade, o peso de cargos fixos pode aumentar. No Paraná, a sucessão de safras e a diversidade de culturas tendem a reduzir oscilações, mantendo uma base de empregos por mais tempo e sustentando a média em patamar elevado.
Efeito multiplicador na economia local
Com 511 mil ocupados na atividade agropecuária e salário médio de R$ 3.428, a massa salarial mensal injetada na economia paranaense se aproxima de R$ 1,75 bilhão. Esse montante chega a comércios, serviços de transporte, oficinas, restaurantes e empresas de manutenção, além de atingir o mercado de bens duráveis. Quando os rendimentos do campo sobem, a cadeia de consumo local responde com mais vendas, e parte desse movimento retorna ao próprio setor na forma de demanda por insumos, peças e serviços.
O impacto se espalha por municípios de porte médio que funcionam como base de apoio logístico. Em épocas de colheita, além do reforço nas equipes de campo, crescem as contratações em armazéns e secadores, e há efeito em atividades correlatas como pesagem, amostragem e controle de umidade. Isso cria oportunidades para jovens ingressarem no mercado de trabalho com treinamento prático e, em muitos casos, amplia a renda de famílias por meio de jornadas sazonais.
A circulação de renda também se traduz em investimentos. Produtores e empresas do setor destinam parte dos ganhos à renovação de máquinas e à modernização de estruturas, do silo à frota. Essa reposição cíclica cria demanda estável para distribuidores e oficinas, sustenta cursos de formação e qualificação e reforça a rede de serviços. No fim, salários maiores significam não apenas poder de compra mais alto, mas também um ciclo de negócios que consolida empregos no entorno da atividade principal.
Perfil dos trabalhadores e carreiras em alta
O avanço de remuneração no Paraná está associado à demanda por perfis com domínio de processos e uso de equipamentos. Operadores de colheitadeiras e tratores com piloto automático, técnicos de campo com domínio de calibração, analistas de classificação de grãos, encarregados de armazém, motoristas de veículos pesados e supervisores de operações agrícolas formam um conjunto de carreiras que, historicamente, pagam acima da média do setor. A existência de cursos técnicos e programas internos de treinamento contribui para elevar a base de qualificação e para reduzir acidentes e perdas, fatores relacionados ao valor pago pelas empresas.
Há também espaço para profissionais de apoio que não atuam diretamente na lavoura, mas são essenciais ao fluxo. Isso inclui programadores de cargas, profissionais de manutenção elétrica e mecânica, responsáveis por secagem e armazenamento, e pessoal administrativo voltado a compras, logística e contratos. O campo está menos isolado do que no passado e, no Estado, é comum que trabalhadores migrem entre a fazenda, a cooperativa e prestadores especializados ao longo do ano, com impacto positivo no rendimento e na estabilidade de emprego.
Para quem busca ingressar nessas funções, a experiência prática continua sendo um diferencial, mas a certificação técnica abre portas e encurta a curva de aprendizagem. Em muitos municípios, vagas temporárias surgem na colheita e podem evoluir para contratos mais longos. A orientação é registrar experiências, buscar treinamentos oferecidos por cooperativas e acompanhar o calendário das safras, quando há maior volume de contratações e melhores condições de negociação salarial.
Como o IBGE calcula rendimento e ocupação
Os valores divulgados pelo IBGE têm como base a PNAD Contínua, pesquisa amostral que capta, entre outros pontos, indicadores de ocupação, rendimento e informalidade. Para o setor agropecuário, são consideradas pessoas ocupadas em atividades agrícolas, pecuárias, florestais, de produção de sementes e outras relacionadas, conforme classificação de atividade. O rendimento médio real resume quanto os trabalhadores recebem, em média, já descontados os efeitos da inflação do período de referência, a partir de um índice de preços aplicado para trazer os valores a preços correntes do trimestre analisado.
A pesquisa apura diferentes medidas de rendimento, como o valor habitual, que reflete o que o trabalhador costuma receber sem considerar ganhos eventuais. Na leitura mais ampla, entram salários, comissões, retiradas de autônomos e outras formas de remuneração do trabalho. Por ser uma amostra, a PNAD está sujeita a margens de erro, e as estimativas por estado podem oscilar em trimestres com maior sazonalidade. Ainda assim, o movimento observado em 2025 no Paraná é consistente com a expansão da produção e com relatos de maior concorrência por mão de obra qualificada nas etapas críticas do ciclo produtivo.
- Amostra contínua: entrevistas trimestrais ao longo do ano, o que suaviza flutuações pontuais.
- Rendimento real: valores ajustados pela inflação no período de referência.
- Setor agropecuário: inclui atividades diretamente ligadas à produção no campo e serviços correlatos classificados nessa categoria.
- Variações estaduais: sujeitos a margem de erro; a leitura do conjunto de trimestres oferece sinal mais robusto.
Relação com a safra 2025 e logística
A previsão de 45,7 milhões de toneladas para 2025 no Paraná implica mais caminhões na estrada, mais turnos em armazéns e mais programação de cargas. Em momentos de pico, a disponibilidade de operadores com experiência é determinante para manter o ritmo de recebimento e de expedição. Isso incentiva reajustes para reter equipes, sobretudo em regiões com concorrência entre cooperativas, tradings e produtores de maior porte. A expectativa de milho 33,3% acima do ano anterior aumenta a pressão sobre as estruturas de secagem e armazenamento, funções que requerem profissionais treinados e com jornada flexível.
No caso da soja, o incremento de 14,2% para 21,3 milhões de toneladas intensifica a necessidade de operadores de colhedoras e de profissionais de manutenção preventiva. Janelas de colheita mais curtas exigem respostas rápidas a paradas e ajustes finos de regulagem. Esse tipo de conhecimento, somado à familiaridade com monitoramento de desempenho e com planejamento de frota, costuma ser valorizado nos pacotes de remuneração, elevando a média do trimestre em que a demanda mais aperta.
Entre as culturas de inverno, cevada e aveia adicionam complexidade ao calendário e criam um “segundo turno” para contratações. A estimativa de crescimento de 50,3% na cevada e de 47,3% na aveia desloca mão de obra para polos específicos onde o processamento acontece logo após a colheita. A liderança de 78,6% do Paraná na safra nacional de cevada ajuda a explicar por que funções associadas à classificação e ao transporte desses grãos encontram remuneração competitiva no Estado.
O que dizem representantes do setor público
Para o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a elevação da renda agrícola tem efeito direto sobre o conjunto da economia estadual. Com base no número de ocupados e no salário médio setorial, a instituição calcula uma injeção mensal próxima de R$ 1,75 bilhão na economia local. O entendimento é que a massa de rendimentos reforça segmentos como transporte de cargas, manutenção de frotas, comércio varejista e serviços de alimentação, produzindo um ciclo de receitas que retroalimenta a atividade produtiva.
A Secretaria do Planejamento do Paraná destaca o descompasso entre a área territorial e a fatia de produção de grãos do Estado. Mesmo com cerca de 2,3% da área do país, a participação na produção nacional ultrapassa 13%. Na avaliação do órgão, essa produtividade resulta em cadeias mais densas e empregos mais qualificados, pontos que ajudam a explicar o diferencial de rendimentos observado na PNAD Contínua no segundo trimestre de 2025.
Sazonalidade, riscos e leitura dos dados
A agropecuária é um setor sensível ao calendário e a oscilações de curto prazo que influenciam contratações e jornadas. Em trimestres de maior atividade, o número de horas efetivamente trabalhadas aumenta, e a presença de adicionais por turno e produtividade eleva o valor recebido. Já em períodos de entre-safra, a demanda por temporários recua e o peso de funções permanentes cresce na composição da amostra. Por isso, a comparação ano contra ano e a observação da tendência ao longo de vários trimestres ajudam a filtrar ruídos.
Também é importante considerar que choques localizados podem alterar resultados pontuais, como ajustes de escala em agroindústrias, mudanças na disponibilidade de crédito e em prazos de embarque. Em estados com base produtiva mais concentrada em uma única cultura, as oscilações tendem a ser maiores. No Paraná, a diversificação de culturas e o encadeamento de safras diminuem o risco de quedas bruscas, mas não eliminam variações de curto prazo nas regiões em que uma cultura específica predomina.
Outra cautela é distinguir avanço de salário-base de expansão de remuneração total por horas adicionais e bônus sazonais. A PNAD capta o rendimento informado pelas pessoas ocupadas, o que reflete a realidade percebida pelo trabalhador — uma vantagem para medir renda disponível, mas que requer cuidado ao inferir reajustes nominais e políticas de benefícios. A leitura combinada com indicadores de formalização, massa salarial e admissões ajuda a compor um quadro mais completo.
Boas práticas para quem pretende aproveitar o ciclo
Trabalhadores que desejam ingressar ou progredir na agropecuária podem mirar áreas com maior demanda por qualificação. Operação e manutenção de máquinas, classificação e armazenagem de grãos, logística e supervisão de campo figuram entre as funções mais procuradas. Cursos técnicos de curta duração e treinamentos promovidos por cooperativas e empresas costumam acelerar a colocação. Ter registro de experiências anteriores e certificados facilita a negociação salarial e amplia as chances de contratação em janelas críticas.
Para produtores e gestores de equipe, a recomendação é planejar contratações com antecedência, sobretudo quando a previsão de safra aponta aumento de volume. Ajustar o pacote de remuneração às competências requeridas, incluindo programas de prêmio por metas, pode reduzir a rotatividade. Em regiões com múltiplos compradores disputando mão de obra, a oferta de treinamento e a garantia de jornadas previsíveis se tornam diferenciais para reter trabalhadores experientes, evitando paradas e perdas em momentos decisivos da colheita.
- Mapeie janelas de plantio e colheita e alinhe o calendário de contratações.
- Invista em formação prática para operadores e manutentores de equipamentos.
- Padronize rotinas de classificação e armazenagem para reduzir perdas.
- Avalie bônus por produtividade em períodos de pico para segurar as equipes.
Perguntas e respostas
O que significa o Paraná estar 58,5% acima da média nacional? Quer dizer que, para cada R$ 1,00 pago, em média, na agropecuária brasileira, o trabalhador no Paraná recebeu R$ 1,585 no 2º trimestre de 2025. Em valores absolutos, são R$ 3.428 por mês no Estado ante R$ 2.163 no país, diferença de R$ 1.265 por trabalhador.
O resultado depende de horas extras ou é reajuste de salário? A pesquisa capta o rendimento médio real informado pelos trabalhadores. Isso inclui salário base e componentes variáveis, como adicionais e prêmios, quando recebidos habitualmente. Em trimestres de colheita, é comum que a remuneração total suba com mais horas trabalhadas, o que reforça a média do período.
Quais funções puxaram os salários? Operadores de máquinas, técnicos de campo, classificadores de grãos, profissionais de armazenagem e motoristas de veículos pesados figuram entre as funções de maior remuneração no setor. A demanda por esses perfis cresceu com a expectativa de safra maior e com janelas de colheita concentradas em 2025.
O avanço é sustentável ao longo do ano? A tendência depende do calendário e do desempenho das safras seguintes. O encadeamento de culturas no Paraná reduz oscilações, mas fatores pontuais — como ajustes de produção e mudanças na dinâmica de contratação — podem afetar os próximos trimestres. A observação contínua da PNAD e de indicadores do mercado de trabalho ajuda a verificar a trajetória.
Como acompanhar os próximos passos
Para entender se o diferencial de 58,5% será mantido, vale acompanhar três frentes. Primeiro, a evolução das estimativas de safra, que sinalizam a intensidade de contratação e a pressão por mão de obra. Segundo, os dados de massa salarial e admissões formais, que indicam se os ganhos estão se convertendo em contratos mais longos e pacotes de benefícios. Terceiro, a variação do rendimento real, que mostra se os reajustes superam a inflação e se consolidam como patamar permanente, e não apenas efeito de picos de atividade.
No curto prazo, a atenção está nas janelas de colheita, na capacidade de armazenagem e na fluidez do transporte. O aumento de 479,7 mil toneladas na expectativa de safra em julho, frente ao mês anterior, reforçou a necessidade de equipes treinadas e de jornadas estendidas em determinadas regiões. Se o ritmo se mantiver nos próximos meses, a disputa por profissionais qualificados deve seguir intensa, com reflexos diretos no rendimento médio informado pelos trabalhadores.
Para trabalhadores e empresas, a sinalização é de um mercado dinâmico. Com o Paraná sustentando participação relevante na produção nacional e com previsão de crescimento em culturas-chave, a combinação de qualificação e planejamento tende a fazer a diferença. O cenário favorece quem investe em formação, organiza processos e monitora indicadores de produtividade em tempo real para atravessar a temporada com equipes completas e resultados consistentes.
Última atualização em 26 de agosto de 2025