Da China para o Brasil: 5 perguntas com Fundador e CEO da HaiNeng na Avicultura Industrial de Julho. A entrevista com Jindang Cao, que lidera a Shandong HaiNeng Bioengenharia Co., Ltd, joga luz sobre um tema que ganhou espaço nas granjas e nas fábricas de ração: a 25-hidroxivitamina D3. O executivo descreve como a empresa saiu da medicina veterinária para a nutrição, detalha ganhos de processo, explica diferenças técnicas em relação à vitamina D3 comum e aponta o que produtores brasileiros podem esperar do produto, inclusive em cenários com peletização e uso conjunto com cloreto de colina.
O conteúdo traz marcos de desenvolvimento industrial entre 2014 e 2025, com relatos de aumento de pureza para 96% em grau de nutrição animal e 99% em grau farmacêutico, além de queda de custos e redução do ciclo de síntese química de 33 para 9 dias. Para o Brasil, a promessa recai sobre estabilidade da forma microencapsulada, oferta de dados de testes e foco em custo-benefício. Há ainda a perspectiva de inauguração de uma terceira fábrica em outubro de 2025 e o convite para parcerias locais em pesquisa.
A seguir, o material organiza os aprendizados da conversa em blocos práticos para fábricas de ração, nutricionistas e integradoras. O objetivo é mostrar como a 25-hidroxivitamina D3 pode ser incorporada à rotina sem atritos de processo, com atenção a etapas de formulação, qualidade e documentação técnica.
Quem é a HaiNeng e por que a 25-hidroxivitamina D3 entrou no radar
A trajetória relatada por Jindang Cao começa em 2008, quando ele, então especialista em medicamentos veterinários, migrou para vitaminas voltadas à produção animal. A decisão partiu da constatação de limites no uso de antibióticos frente às necessidades de crescimento e desempenho. A empresa apostou em um primeiro salto: tornar A, D e E solúveis em água. Segundo o executivo, a solução recebeu patente e boa aceitação do mercado chinês, sinalizando um espaço claro para tecnologias vitamínicas com foco em aplicação e estabilidade.
Nos anos seguintes, a 25-hidroxivitamina D3 ganhou relevância entre grandes produtores por entregar resposta consistente em aves e suínos. O insumo estava nas mãos de uma empresa estrangeira, o que motivou a HaiNeng a desenvolver produção própria. Três anos de P&D, concluídos em 2014, abriram um ciclo de investimento contínuo em capacidade, pureza e padronização. A partir daí, o composto passou a ocupar posição estratégica no portfólio e no planejamento de expansão internacional.
O que muda entre 25-hidroxivitamina D3 e vitamina D3 comum
A vitamina D3 na forma tradicional precisa de conversão hepática para produzir 25-hidroxivitamina D3, etapa intermediária antes da ativação final nos rins. É a partir daí que o organismo passa a regular com eficiência a participação do cálcio e do fósforo em estruturas ósseas e processos metabólicos ligados ao crescimento. A 25-hidroxivitamina D3 já chega pronta para essa fase, reduzindo a dependência do metabolismo hepático e acelerando o início do efeito esperado na absorção intestinal desses minerais.
Na prática, isso interessa a sistemas intensivos como frangos de corte, matrizes, poedeiras e suínos em diferentes fases. Rotinas de campo relatam uso da 25-hidroxivitamina D3 quando se busca resposta rápida, consistência em lotes e alternativas que contornem variações individuais de metabolismo. O ponto técnico destacado por Cao é o controle de pureza e a forma de apresentação, com microencapsulação pensada para suportar condições típicas de fábrica, como mistura com cloreto de colina e passagem por peletizadoras em temperaturas elevadas.
Linha do tempo e marcos tecnológicos (2014–2025)
Após o início de produção em 2014, a HaiNeng descreve ganhos de escala e eficiência. O volume passou de pequenos reatores para unidades de 1.000 e 2.000 litros. O ciclo de síntese química, antes de 33 dias, caiu para 9 dias. A pureza do produto para nutrição animal subiu de 60% para 96%. Os custos, segundo a empresa, caíram para cerca de 30% do patamar inicial. Esses números indicam domínio crescente do processo, o que ajuda na previsibilidade de fornecimento e no controle de lote a lote, dois fatores críticos para fábricas de ração que trabalham com cronogramas apertados.
Outro marco foi a participação na elaboração de um padrão industrial nacional na China, em vigor desde maio de 2025, alinhando especificações e métodos de controle. Em paralelo, o time avançou para grau farmacêutico, com 99% de pureza. O pacote inclui a forma em microcápsulas voltada a nutrição animal, com ênfase em estabilidade frente a pré-misturas vitamínicas e cloreto de colina, além de testes em peletização a 90°C. Para o calendário de expansão, Cao cita a inauguração de uma terceira fábrica de matérias-primas farmacêuticas de 25-hidroxivitamina D3 em outubro de 2025, reforçando capacidade e redundância de produção.
O que interessa ao Brasil: cenários de uso e ganhos esperados no chão de fábrica
O Brasil opera cadeias de aves e suínos com alto nível de integração. A troca de uma fonte de vitamina D3 por 25-hidroxivitamina D3 impacta formulação, compra, logística e controle de qualidade. Do ponto de vista do nutricionista, a discussão começa pela matriz nutricional adotada, pela compatibilidade com outras vitaminas e pelo efeito na relação cálcio:fósforo efetivo ao longo do ciclo. Nas fábricas, o foco recai sobre forma física do insumo, fluidez, mistura, perda por temperatura e estabilidade no estoque. A proposta da HaiNeng, segundo a entrevista, é entregar uma forma microencapsulada para enfrentar esses pontos sem retrabalho.
Na rotina, três perguntas guiam a decisão: a) a 25-hidroxivitamina D3 chegará ao animal com a atividade declarada? b) a linha de peletização vai preservar a potência ao passar por 80–90°C? c) o produto mantém homogeneidade quando usado com cloreto de colina, ingrediente conhecido por exigir atenção? Com relatórios internos de testes, a empresa afirma ter dados para apoiar resposta favorável a esses itens. Para o produtor, o ganho aparece quando a cadeia reduz perdas na etapa térmica, minimiza variação entre lotes e mantém o coeficiente de variação da vitamina dentro de meta no controle de qualidade.
Como introduzir 25-hidroxivitamina D3 na formulação: passo a passo para fábricas de ração e premix
A adoção deve começar na mesa do nutricionista e seguir para o chão de fábrica com boa documentação. O ideal é validar a especificação técnica do fornecedor, checar pureza declarada, forma de apresentação e ensaios de estabilidade. A partir daí, define-se a estratégia de inclusão em pré-misturas, concentrados ou ração final, com protocolos de amostragem que permitam medir homogeneidade e potência ao longo do tempo. Equipes de qualidade precisam de um plano simples, com poucos pontos críticos de controle e metas de coeficiente de variação claras.
Para reduzir ruído, comece por um fluxo de lote piloto. Ele deve reproduzir a realidade da planta: mesmo tempo de mistura, mesma sequência de adição de ingredientes e a mesma temperatura de peletização. Se a fábrica trabalha com cloreto de colina em níveis altos, inclua esse cenário no piloto. A microencapsulação só fará diferença se o desenho do teste refletir as condições reais de shear, calor e umidade que o insumo encontrará na rotina.
- Reúna especificações e laudos do fornecedor: pureza, teor declarado em UI/g (ou mg/g), forma física, tamanho de partícula e resultados de estabilidade térmica.
- Defina a matriz nutricional e as metas de inclusão por fase. Documente a equivalência prevista entre D3 e 25-hidroxivitamina D3 adotada pelo seu programa nutricional.
- Planeje um lote piloto com mesma sequência de adição. Estabeleça tempos de mistura e amostragens no início, meio e fim do descarregamento.
- Execute teste em peletização a 80–90°C, medindo potência antes e depois do condicionador. Registre também durabilidade do pellet quando relevante.
- Inclua cenário com cloreto de colina e avalie homogeneidade e possíveis interações. Observe fluidez e segregação em silos e bins.
- Ajuste dosagens, sequência de adição e pontos de coleta até que o coeficiente de variação entre amostras esteja dentro da meta interna.
- Treine a equipe de linha para o novo padrão. Atualize fichas de processo, rótulos internos e instruções de segurança e armazenamento.
Complemente o piloto com um painel simples de indicadores: variação de potência, perdas térmicas e homogeneidade em diferentes pontos do fluxo. É esse painel, e não apenas o custo do quilo, que revela a diferença entre uma forma que “parece funcionar” e outra que mantém atividade ao longo da cadeia. Registre também os impactos logísticos, como empilhamento, tempo de prateleira e condições de transporte.
Por fim, formalize com o fornecedor o pacote documental: certificado de análise por lote, instruções de manuseio, validade e condições de armazenamento. Em integradoras e cooperativas, essa documentação facilita auditorias e padroniza a troca entre unidades, evitando desvios na etapa de implementação.
Estudos de caso e cenários simulados para aves e suínos
Cenário 1, frangos de corte: uma integradora decide migrar parte dos lotes da fase inicial para 25-hidroxivitamina D3, mantendo o restante com D3 convencional. A fábrica usa condicionador a 85–90°C, com 30–45 segundos de retenção. O piloto foca no controle de potência antes e depois da peletização e em amostragens no big bag de descarga. O objetivo é que o coeficiente de variação fique dentro do limite interno e que a potência residual após a etapa térmica se mantenha alinhada à especificação. O acompanhamento zootécnico observa uniformidade de lote, ganho de peso e conversão ao final do ciclo, sem mudar demais o restante da formulação.
Cenário 2, matrizes de corte: aqui a ênfase recai sobre qualidade óssea e desempenho reprodutivo, com testes ao longo de ciclos mais longos. O plano de amostragem se estende para depósitos e baia de pesagem, verificando se há segregação em pontos distintos da logística interna. Como as matrizes exigem acompanhamento prolongado, a equipe inclui pontos de checagem mensais para potência do ingrediente em ração armazenada, além de inspeção visual de fluidez e empedramento em silos.
Cenário 3, suínos em crescimento: em sistemas com peletização, a pergunta central é a consistência de entrega ao longo da semana, quando a planta pode alternar entre diferentes níveis de umidade do vapor. O teste compara dias de operação com maior e menor injeção de vapor, medindo a potência residual e a homogeneidade do ingrediente nas amostras finais. O relatório reúne fotos dos pellets, dados de durabilidade e anotações sobre variáveis de processo que podem interferir, como desgaste de matrizes e velocidade de rotação.
Esses cenários ajudam a separar o efeito do insumo da variabilidade de fábrica. Em plantas com alto giro de pedidos, vale fixar janelas técnicas para produção de ração com 25-hidroxivitamina D3, garantindo tempos de mistura, temperaturas e trocas de produto estáveis. Ao final, a decisão de escala considera não apenas o preço por unidade de atividade, mas o custo real de entregar a vitamina ativa na boca do animal.
Estabilidade, microencapsulação e compatibilidade com cloreto de colina
A entrevista destaca a forma em microcápsulas como resposta a três frentes: temperatura do condicionador, atrito mecânico na passagem por rolos e matrizes e interação com ingredientes higroscópicos. Em linhas com cloreto de colina, o cuidado é redobrado. O cloreto pode influenciar umidade localizada e favorecer degradação de alguns micronutrientes quando a arquitetura do premix não é bem desenhada. A tese da microencapsulação é proteger o núcleo ativo e controlar a liberação, reduzindo perdas em etapas de calor e cisalhamento.
Para validar, o teste prático precisa reproduzir a realidade. Se a planta opera a 90°C, o piloto deve testar 90°C. Se a sequência inclui adição de líquidos pós-peletização, o ensaio deve manter essa etapa. O relatório bem-feito inclui curva de temperatura, umidade na saída do condicionador, amostras antes e depois da peletização e, se possível, dados de durabilidade e finos. É essa fotografia do processo que dá segurança para concluir que a forma escolhida cumpre o prometido.
Qualidade e controle: o que pedir ao fornecedor e o que medir internamente
Do lado do fornecedor, peça certificado de análise por lote, método analítico utilizado, intervalo de confiança, pureza, potência e laudo de estabilidade térmica. Se houver padrão setorial reconhecido no país de origem do produto, solicite a referência e os limites estabelecidos. A presença de um padrão industrial ajuda a comparar amostras entre fábricas e a medir a consistência ao longo do tempo.
Do lado interno, construa uma rotina simples: amostras na entrada, amostras no pós-mistura e amostras no pós-peletização. Estabeleça uma meta de coeficiente de variação e de potência mínima aceitável após a etapa térmica. Em premixes, inclua pontos de coleta no início e no fim do descarregamento, pois a segregação pode acontecer nessa transição. Registre também condições de armazenamento como temperatura do galpão, umidade e tempo de prateleira, e faça rotação de estoque para evitar degradação desnecessária.
Regulação, documentação e boas práticas de compra no Brasil
Antes de escalar, verifique os requisitos de registro e rotulagem aplicáveis à sua operação. Empresas que importam precisam alinhar classificação fiscal, descrição técnica e documentação de qualidade. Para fábricas que compram de distribuidores locais, vale checar a cadeia de custódia: de onde vem o produto, qual a rastreabilidade por lote, quais laudos o acompanham e como é feito o controle de validade. Em auditorias, o pacote documental consistente costuma pesar tanto quanto os resultados do laboratório.
Em contratos, detalhe especificações aceitas, faixas de variação, método analítico reconhecido e prazos de entrega. Inclua cláusulas para troca de lote quando a potência ou a pureza estiverem fora do combinado. Com isso, a fábrica reduz tempo de resposta a desvios e protege o planejamento de produção. Como a entrevista relata um movimento de padronização na China desde maio de 2025, um espelho documental ajuda a comparar laudos estrangeiros com os controles praticados pelas indústrias brasileiras.
Pesquisa conjunta e transferência de conhecimento: onde universidades e empresas se encontram
Cao aponta a intenção de firmar projetos com universidades e centros brasileiros. Para a cadeia produtiva, isso abre espaço para testes em condições regionais, com diferentes grãos, temperaturas e equipamentos. Protocolos conjuntos permitem validar a 25-hidroxivitamina D3 em matrizes típicas do país, medindo desempenho com milho, sorgo, DDG e níveis variados de fitato e cálcio, por exemplo. Tais projetos fortalecem a leitura de campo e criam referências locais para nutricionistas e equipes de fábrica.
Do ponto de vista prático, convênios podem incluir linhas de trabalho em estabilidade térmica, comportamento em pré-misturas com cloreto de choline, comparação de formas físicas e estudos de vida de prateleira. A participação de laboratórios independentes ajuda a compor painéis de medição mais robustos. A empresa cita ainda a abertura para visitas técnicas, algo que ganha tração com a atual isenção de visto entre China e Brasil, facilitando deslocamentos de times de P&D e qualidade.
AveSui 2025 e a agenda do setor: o que observar no estande da empresa
A entrevista destaca que Jindang Cao está entre os expositores confirmados da AveSui 2025. Para quem visita a feira, vale chegar com uma lista objetiva de perguntas. Peça detalhes dos relatórios de estabilidade a 90°C, dados de homogeneidade em pré-misturas com cloreto de colina e comparativos de pureza entre lotes recentes. Pergunte também sobre disponibilidade de grau farmacêutico e sobre como a empresa organiza o fornecimento em períodos de alta demanda. Essas respostas ajudam a conectar discurso com prática e facilitam a decisão de compra.
Outro ponto é entender a logística. Se a terceira fábrica entra em operação em outubro de 2025, a pergunta natural é como isso se traduz em prazos, volumes mínimos e opções de entrega para o Brasil. Em feiras, soluções “de prateleira” costumam parecer simples, mas cada fábrica tem fluxo próprio. Confirme compatibilidade com seus equipamentos, defina quem faz as análises e como os laudos serão compartilhados. Se necessário, agende uma visita técnica para aprofundar o desenho do piloto em sua planta. Para mais informações institucionais, o público costuma consultar o site oficial da feira, informado como avesui.com.br nas comunicações ao mercado.
Perguntas frequentes de fábricas e integradoras
Como fica a equivalência entre D3 e 25-hidroxivitamina D3 no meu programa? A resposta depende do desenho de formulação adotado pela sua equipe e dos objetivos de desempenho. O primeiro passo é alinhar a matriz de equivalência interna e, em seguida, validar em campo se os resultados convergem para o esperado. Em empresas com várias unidades fabris, o ideal é padronizar o critério para facilitar comparações entre plantas e lotes.
É preciso mudar a ordem de adição na mistura? Em geral, a recomendação é revisar a sequência para manter a consistência. Ingredientes com risco de segregação ou higroscopicidade elevada pedem atenção na montagem do lote. Em linhas com líquidos pós-peletização, verifique se há impacto em fluxo, acúmulo em tubulações e tempo de resfriamento. O relatório de piloto deve refletir essa realidade, incluindo pontos de amostragem ao longo do processo.
- Como armazenar? Mantenha em local seco, dentro das condições indicadas em etiqueta e ficha técnica, com rotação de estoque por data de fabricação.
- Há limite de temperatura? Use os dados do fornecedor. Testes a 80–90°C servem como referência para linhas com peletização convencional.
- O que medir no controle? Potência, homogeneidade, umidade e, se aplicável, durabilidade de pellet e finos.
Essas respostas não substituem protocolos internos, mas ajudam a orientar as primeiras decisões. O caminho mais seguro é sempre começar com um piloto, consolidar indicadores e só então escalar para toda a produção.
Checklist rápido para implementação em duas semanas
Montar um cronograma curto acelera o aprendizado sem comprometer o controle. Uma janela de duas semanas costuma ser suficiente para o primeiro ciclo de testes, desde que a planta consiga reservar lotes e horários para a execução. O roteiro abaixo assume disponibilidade de laboratório interno ou parceria com laboratório externo para análises de potência e homogeneidade.
A primeira semana concentra documentação e preparação de linha. A segunda semana roda o piloto e fecha o relatório com dados de processo. Ao final do período, a equipe tem base para decidir ajustes e, se os indicadores estiverem dentro do alvo, definir o plano de escala.
- Dia 1–2: coletar especificações e laudos; definir matriz nutricional; aprovar plano de amostragem.
- Dia 3–4: treinar operadores; ajustar sequência de adição; preparar recipientes e identificações de lote.
- Dia 5: rodar lote de validação a frio (sem peletização) e medir homogeneidade no pós-mistura.
- Dia 6–7: rodar lote com peletização a 80–90°C; coletar amostras antes e depois do condicionador e na descarga.
- Dia 8–9: repetir com cloreto de colina quando aplicável; avaliar fluxo e possíveis pontos de acúmulo.
- Dia 10–12: consolidar resultados; comparar potência residual; revisar coeficiente de variação.
- Dia 13–14: definir ajustes; aprovar ou não a escala; atualizar documentos de processo e compras.
Esse checklist organiza o trabalho sem alongar o calendário. Ajustes posteriores podem refinar tempos de mistura, sequência de adição e temperaturas de condicionador. O importante é capturar dados consistentes e traduzir números em decisões de rotina.
Se a sua operação trabalha com várias formulações por dia, estabeleça uma janela fixa para os pilotos e comunique a logística sobre reservas de silo e transporte. A previsibilidade reduz interferências e ajuda a manter as comparações justas entre lotes.
Dicas de formulação e de operação para equipes técnicas
Equipes de formulação podem adotar uma regra simples: manter a meta nutricional por fase e validar resultados em campo antes de mexer em múltiplas variáveis ao mesmo tempo. No início, evite alterar simultaneamente níveis de cálcio, fósforo e outras vitaminas. Assim, fica mais fácil atribuir efeitos ao uso da 25-hidroxivitamina D3. Em empresas que usam softwares de formulação, atualize a base com o ingrediente e garanta que o banco de dados reflita a pureza e a potência recebidas.
Para o time de fábrica, a atenção está no detalhe: sequência de adição, tempo de mistura, limpeza de linha e temperatura. É útil registrar as condições no momento do piloto, pois o mesmo insumo pode se comportar de modo diferente com variações de umidade do vapor ou de desgaste de matrizes. A checagem visual de fluidez e a inspeção de pontos de provável segregação, como transições de correias para parafusos sem-fim, evitam surpresas no momento da expedição.
Glossário comentado para leitura técnica rápida
25-hidroxivitamina D3: metabólito derivado da vitamina D3 após conversão hepática. Em nutrição animal, é fornecido diretamente para acelerar a etapa em que o organismo passa a regular o aproveitamento de cálcio e fósforo. Na forma de ingrediente para fábricas de ração, vem com especificação de pureza e potência, e pode ser apresentado em microcápsulas para suportar processos com calor e atrito.
Microencapsulação: técnica em que o núcleo ativo é envolvido por uma matriz protetora. O objetivo é preservar a atividade durante mistura, transporte e peletização, além de modular a liberação. Em linhas com cloreto de colina e temperaturas elevadas, essa estratégia ajuda a manter a potência do ingrediente até a entrega ao animal.
Pré-mistura (premix): combinação concentrada de vitaminas, minerais e aditivos usada para padronizar pequenas inclusões nas fábricas. O desenho de um bom premix considera compatibilidade entre ingredientes, tamanho de partícula e sequência de adição, reduzindo risco de segregação e degradação de componentes mais sensíveis.
Peletização: etapa em que a ração passa por condicionamento com vapor e compressão por matrizes para formar pellets. A temperatura, o tempo de retenção e a umidade influenciam a durabilidade do pellet e a estabilidade de micronutrientes. Por isso, análises de potência antes e depois dessa etapa ajudam a medir perdas e a comparar formas de apresentação.
Panorama: o que fica claro após a conversa com Jindang Cao
A entrevista publicada na edição de julho de 2025 da Avicultura Industrial apresenta uma empresa que deslocou foco de medicamentos para nutrição e que investiu de forma contínua em 25-hidroxivitamina D3. O relato mostra ganhos de pureza e eficiência, padronização no país de origem e disponibilidade de uma forma microencapsulada pensada para as condições reais de fábrica. Para o Brasil, isso significa um caminho respaldado por dados de processo, com atenção a peletização e compatibilidade com cloreto de colina.
Para o produtor, a mensagem prática é objetiva: comece em piloto, meça o que importa, compare antes e depois do condicionador, e feche a decisão com números de homogeneidade e potência. Se os indicadores ficarem dentro da meta, a inclusão da 25-hidroxivitamina D3 se torna um ajuste de rotina. Com a agenda da AveSui 2025 e a previsão de uma nova fábrica em outubro de 2025, o tema deve seguir na pauta de compras, P&D e operação ao longo do ano.
Última atualização em 6 de setembro de 2025