Brasil tem potencial para se destacar na produção de baterias, mas precisa de regulação eficaz, afirma Atlas Renewable Energy.

Brasil tem potencial para se destacar na produção de baterias, mas precisa de regulação eficaz, afirma Atlas Renewable Energy.

Brasil Pode Ser um Gigante em Baterias

O Brasil está posicionado para se tornar um dos maiores mercados de baterias na América Latina, como destacado por Luis Pita, diretor Comercial da Atlas Renewable Energy. Com um imenso potencial solar, o país tem todas as condições para desenvolver um setor robusto de armazenamento de energia, mas isso depende da criação de uma regulação abrangente que permita a implementação de diversas aplicações. A previsão é que as baterias possam, no futuro, substituir uma parte da potência que atualmente é garantida por termelétricas, especialmente nos horários em que a geração solar diminui.

O Papel das Baterias no Futuro Energético do Brasil

A adoção de sistemas de armazenamento de energia é crucial para a confiabilidade do setor elétrico brasileiro. Conforme Pita Observa, “a bateria ajuda muito a poder manter essa confiabilidade.” Especialmente em um cenário de transição energética, em que a geração a partir de fontes renováveis precisa ser sustentada por soluções que minimizam a intermitência.

O desenvolvimento de uma cadeia nacional para as baterias é essencial, e para isso, é necessário abordar questões como impostos e incentivos fiscais. Pita sugere que um programa de nacionalização progressiva pode incentivar a construção de fábricas locais, algo que já se demonstrou efetivo no setor solar fotovoltaico.

Regulação e Leilões de Armazenamento

Um dos principais desafios enfrentados no Brasil é a falta de uma regulação que reconheça o valor das baterias no sistema elétrico. A Atlas Renewable Energy acredita que a criação de políticas fiscais adequadas para fomentar o armazenamento de energia é mais importante do que apenas a realização de leilões. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mencionou a possibilidade de realizar um leilão para a contratação de sistemas de armazenamento, o que pode ser um passo positivo, mas, na visão da empresa, isso deve ser acompanhado de uma estrutura regulatória sólida.

Essas regulações devem tratar não apenas da venda de energia, mas da valoração de serviços que as baterias podem oferecer ao sistema, como o suporte à estabilidade da rede e a gestão da demanda. A falta dessa valoração pode resultar em subutilização de tecnologias que são críticas para uma matriz energética mais sustentável.

Desafios e Oportunidades na Indústria de Baterias

É imperativo entender que, enquanto o presidente da Atlas no Brasil, Fábio Bortoluzo, destacou o potencial aliado à guerra comercial entre Estados Unidos e China, isso também traz incertezas. As tarifas de importação e as condições de mercado podem se desviar rapidamente, afetando o acesso a tecnologias e insumos. Se a situação não se alterar, pode haver um cenário de sobrecapacidade no mercado de baterias, que poderá impactar negativamente o desenvolvimento do setor.

Apesar dessas preocupações, a America Latina é vista como uma região que pode se beneficiar das dinâmicas atuais do mercado global. A Argentina e o Chile, por exemplo, já estão começando a adotar tecnologias de armazenamento e a estipular regulações que favorecem o crescimento do setor. Essa competitividade entre países poderá impulsionar o Brasil a acelerar sua transformação, desde que haja um compromisso das autoridades e do setor privado em fomentar a indústria local.

O Projeto BESS Del Desierto no Chile

A Atlas Renewable Energy já deu um passo significativo em direção ao futuro do armazenamento de energia com a inauguração do projeto BESS Del Desierto, na região de Antofagasta, no Chile. Com uma impressionante capacidade instalada de 200 MW e um armazenamento de 800 MWh, o projeto é um dos maiores da América Latina e está vinculado a uma usina solar local já em operação.

O sucesso deste projeto não apenas demonstra a viabilidade da tecnologia, mas também serve como um modelo para futuros investimentos no Brasil. A empresa espera replicar esse modelo no país, complementando sua capacidade de geração solar já existente, que totaliza 1,6 GW em projetos atuais e em construção.

Futuras Perspectivas para o Setor de Armazenamento no Brasil

Com a expectativa de expansão para 2,7 GW de capacidade em geração fotovoltaica até 2026, a Atlas Renewable Energy tem grandes planos para o Brasil. De acordo com Bortoluzo, o país foi escolhido para iniciar o desenvolvimento dos projetos por já ter um cenário de regulação que favorece o armazenamento. Com mais sinalização do governo e o incentivo tanto para importação quanto para a produção local, existe espaço para crescimento e inovação.

A infraestrutura é um fator crítico para a realização desses projetos. A colaboração entre o governo e a iniciativa privada será vital para garantir que não apenas a tecnologia de armazenamento avance, mas que toda a cadeia produtiva, incluindo fornecedores e profissionais qualificados, se desenvolva junto.




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Última atualização em 26 de abril de 2025

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